Projeto de anilhamento das aves costeiras e marinhas é iniciado em Torres

Até o momento, 27 espécies de aves foram registradas no REVIS Ilha dos Lobos, incluindo algumas espécies ameaçadas de extinção

Piru-Piru (Crédito: Paulo Ott)
20 de novembro de 2017

Um projeto inédito de pesquisa está sendo realizado para entender o padrão de ocorrência das espécies de aves costeiras e marinhas no Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) da Ilha dos Lobos e sua região do entorno.  O projeto, coordenado pelo Prof. Paulo Ott, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), está sendo realizado em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS).

Contando com o apoio do Programa de Bolsa a Iniciação à Pesquisa (PROBIP) da Uergs e do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF-Mar) do ICMBio, o trabalho envolve fundamentalmente o registro fotográfico das espécies que ocorrem na ilha e o anilhamento das aves da região. Até o momento, 27 espécies de aves foram registradas no REVIS Ilha dos Lobos, incluindo algumas espécies ameaçadas de extinção, como o trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus) e o trinta-réis-real (T. maximus).

Como parte do projeto de anilhamento das aves, neste último final de semana (10-11/novembro), pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio) coordenaram a primeira expedição na região de Torres. A espécie foco dessa primeira expedição foi o piru-piru (Haematopus palliatus), uma espécie costeira que também utiliza a Ilha dos Lobos.

 

Padrão de ocorrências

 

Conforme explicado pelo Dr. Guilherme Nunes, do CEMAVE, além das anilhas metálicas com códigos de letras e números, foram colocadas anilhas com cores distintas que permitem reconhecer cada indivíduo mesmo à distância. Segundo Nunes, a possibilidade de reconhecer cada indivíduo separadamente, sem a necessidade de capturá-los a cada momento, permitirá descobrir muitas informações importantes sobre a história de vida da espécie. “O monitoramento das aves anilhadas por meio de fotografias será uma importante ferramenta para entender melhor como os animais utilizam a ilha e a área do entorno”, complementa Ott.

De acordo com a chefe do REVIS Ilha dos Lobos, Aline Kellermann, essas informações sobre o padrão de ocorrência e deslocamentos dos animais serão de fato de grande importância para entender as relações entre as diferentes unidades de conservação da região. Outro aspecto importante destacado pelos pesquisadores é que, com a utilização das anilhas coloridas, todas as pessoas que fotografarem alguma das aves anilhadas poderão contribuir para o projeto enviando suas fotos por e-mail para o ICMBio (revisilhadoslobos@icmbio.gov.br), ou através da página do Facebook do Revis Ilha dos Lobos.

 

 


Publicado em: Meio Ambiente






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