Rede Lilás de Torres capacita forças da segurança e da justiça no enfrentamento à violência doméstica

De acordo com o promotor de Justiça de Torres, Dr. Vinicius de Melo Lima, o processo de violência doméstica é complexo e deve ser compreendido de uma maneira contextualizada

17 de novembro de 2020

A Rede Lilás de Torres realizou na manhã de terça-feira, 10 de novembro, o Seminário Polícias e Universidade: Compartilhando experiências no enfrentamento à violência doméstica, capacitando as forças de segurança e de justiça da região, a fim de agregar as experiências institucionais e acadêmicas, unindo teoria e prática.

Conduziram o tema, em diferentes perspectivas, os seguintes convidados: coordenadora das Patrulhas Maria da Penha no Rio Grande do Sul, major Karine Brum, a delegada de Polícia diretora de Comunicação da Polícia Civil do RS, Dra. Viviane Viegas, bem como a doutora e pós-doutora em Direito, profa. Caroline Ritt da UNISC, Mestre em Direito e ex-comandante geral da Brigada Militar, prof. Sérgio Roberto Abreu e a mestre e doutora em Psicologia, profa. Graziela Werba da ULBRA Torres, apresentando novos horizontes de sentido para a eficácia das medidas protetivas, os direitos à informação e ao acolhimento, de modo a minimizar a revitimização secundária.

De acordo com o promotor de Justiça de Torres, Dr. Vinicius de Melo Lima, o processo de violência doméstica é complexo e deve ser compreendido de uma maneira contextualizada e não por partes ou em tiras, sob pena de prejuízos à proteção da mulher. “Das injúrias, dos atos de constrangimento moral e violência psicológica, o agressor acaba partindo para a adoção de um comportamento violento e agressivo, com espancamentos, torturas e feminicídio, não raras vezes na presença dos próprios filhos do casal“, aponta o promotor.

Durante o evento, uma iniciativa do Ministério Público de Torres em parceria com a Unisc e a Ulbra de Torres, foi apresentadas as mais recentes estatísticas sobre a violência contra a mulher, que apontam a necessidade da correlação de esforços interinstitucionais, haja vista que 96% das vítimas de feminicídio não possuem medida protetiva.

Para o promotor Dr. Vinícius, “o enfrentamento à violência contra a mulher reclama o atendimento humanizado e o acolhimento, para além da questão da produção da prova. As Salas das Margaridas, da Polícia Civil, as Delegacias Especializadas, as Patrulhas Maria da Penha, a extensão do Depoimento Especial para as situações de crimes sexuais em geral, a aprovação do Estatuto da Vítima pelo Poder Legislativo, os projetos de extensão universitária de acolhimento às vítimas, entre outras perspectivas, são condição de possibilidade para a revisão das nossas práticas. Os Poderes e Instituições somente se legitimam aos olhos da comunidade quando tratam às pessoas com igual consideração e respeito“, esclarece.

 

* Com infomações de Rádio Maristela


Publicado em: Justiça






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