Ressaca ‘lambe’ material recém colocado nos Molhes de Torres e dificulta acessibilidade do local

Vereadores reclamaram sobre 'recursos financeiros desperdiçados' e vereador Pardal quer saber quem foi o engenheiro que projetou a reforma

Local logo após recuperação (e), os Molhes com fácil acessibilidade. Mas após a ressaca de 02 de dezembro, local ficou praticamente inacessível (d)
7 de dezembro de 2019

A forte ressaca no mar, que ocorreu principalmente durante a segunda-feira (02), acabou “lambendo” com tal força os Molhes Sul do Rio Mampituba (em Torres) que o lugar que havia sido reformado pela Prefeitura de Torres em outubro voltou a ficar quase intransitável a pé (e totalmente intransitável por bicicleta). O estrago ocorreu principalmente na parte onde as ondas do mar se chocara com mais força contra as pedras.

A FOLHA foi ao local na segunda-feira (2/12) e verificou a forte ressaca do mar, ao meio dia, – potencializada pela corrente de sul, que empurrava as ondas contra a estrutura do equipamento da foz do Rio Mampituba. E na quarta-feira, dia 4 de dezembro, a reportagem do jornal foi mais uma vez aos Molhes e verificou in loco os estragos do forte choque das ondas por cima da estrutura. Na parte extrema (próximo ao farol), o material colocado pela prefeitura (espécie de saibro) sumiu totalmente assim como algumas pedras de enrocamento. O local ficou somente com pedras grandes e com buracos enormes – tornando a tentativa de caminhada um desafio. O meio dos Molhes também não tem mais uma estrutura sólida e acessível, sobrando apenas pedras mal acomodadas, o que torna difícil o acesso de pescadores com bicicletas, por exemplo.  No começo da estrutura, na parte onde os molhes encontram a areia da praia, o saibro ainda deixa o caminho menos acidentado em meio as pedras, mas em o material já está em menor quantidade do que quando foi entregue pela prefeitura, poucas semanas atrás.

 

Recursos “indo água abaixo”, conforme vereadores                                            

 

Desde a entrega da obra de reforma dos molhes pela prefeitura, o vereador torrense Daitx Alexandre, o Pardal (Republicanos), havia levantado a questão de forma pública, na tribuna. E chegou a pedir informações sobre a responsabilidade técnica do projeto feito para a obra de recuperação dos Molhes de Torres, pedido de informação este que ainda não foi respondido. Ele foi peremptório em projetar justamente isto que aconteceu, alertando até que o estrago, com o tempo poderia ser maior ainda. “Colocaram saibro junto com base graduada nos Molhes, quando se sabe que o mar vai levar tudo (o saibro) na primeira ressaca”, avisava o vereador Pardal.

Pardal repetiu sua reclamação na sessão desta segunda-feira, dia 2/12 e ironizou: “qual o conceito eu posso ter de quem coloca saibro em cima dos Molhes?”, indagou com ironia.  Também na sessão da Câmara, o vereador Marcos (MDB) falou que achava “que os R$ 300 mil gastos na obra estariam indo água abaixo”.

 

Prefeitura diz que a obra foi de estrutura, e não de acessibilidade

 

Na rede social Facebook, no final da tarde de quarta-feira, o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Júlio Agápio, acompanhado do secretário de Turismo Fernando Nery, fizerem uma transmissão em filme direto dos molhes – depreciado pela ressaca – e diminuíram o problema. Júlio Agápio disse que a intenção da reforma do Molhe Sul foi de assegurar o funcionamento da construção, feita para que barcos de pescadores e de passeio entrassem e saíssem no mar com mais segurança ao enfrentar as arrebentações. Conforme Agápio, a missão principal era somente assegurar que o Molhe não ia romper em partes que sinalizavam esta possibilidade.

O secretário do Meio Ambiente lembrou que está prevista uma nova fase da reforma dos molhes que efetivamente deverá servir, desta vez, para que pessoas passeiem de forma confortável pelo local junto a barra do Rio Mampituba.

O prefeito Carlos Souza já havia adiantado isto: a busca de recursos para colocar concreto no caminho do Molhe Sul assim, como instalar iluminação. Mas o prefeito também comemorou a possibilidade de passeio no equipamento pelo turismo, mesmo quando havia sido colocado somente o saibro e pedras –  situação que não durou mais do que algumas semanas.

 


Publicado em: Infraestrutura






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