Na última sessão da Câmara de Vereadores de Torres, realizada na segunda-feira, dia 24 de junho, participou de uma das tribunas populares o presidente do Sindicato dos Municipários de Torres (SIMTO), André Dambros. Ele foi responder aos ataques que a categoria (e ele próprio) receberam em falas do vereador Rogerio Evaldt Jacob, o Rogerinho (PDT). Rogerinho, em seu depoimento na sessão anterior(dia 17/06), havia feito questionamentos por contra da greve e de manifestações públicas de trabalhadores (principalmente públicos) realizadas na sexta-feira, dia 14 – manifestações que ocorreram em âmbito nacional, com evento também em Torres.
Em seu depoimento no dia 17/6, Rogerinho teria atacado as manifestações do dia 14/6, sugerindo que elas deveriam ser realizadas nos domingos. Também questionou, de forma generalizada, a formação dos sindicatos no mundo, sugerindo que estes teriam sido formados por movimentos anarquistas. E afinal criticou o sindicato dos municipários de Torres, pedindo que a prefeitura deixasse de pagar o salário dos presidentes do SIMTO por eles não trabalharem para a população neste período.
Em resposta, a advogada do sindicato ironizou o vereador, afirmando que o movimento não seria “de greve” – como foi o conceito anunciado – caso ocorresse no domingo, porque domingo é dia de descanso. A seguir a mesma advogada do SIMTO também questionou a questão do anarquismo citada pelo vereador Rogerinho. Ela defendeu que “se um movimento que busca defender os direitos dos trabalhadores perante os chefes é anarquismo (para ele, Rogerinho), eles são orgulhosamente anarquistas”.
Para defender o direito do servidor André Dambros de receber o salário normalmente quando trabalha para o sindicato como presidente, a mesma advogada do sindicato lembrou que se trata de uma lei federal e estadual. Além disso, ressaltou que, no caso de Dambros, o contrato com a municipalidade é de 20 horas, mas que ele trabalha no sindicato muito mais do que isto.
No final, o próprio André Dambros assumiu o microfone da Tribuna da Câmara e acusou o vereador Rogerinho de não concordar com o movimento de trabalhadores por “nunca ter sido empregado”. E a seguir, ao ser interrompido pelo término do tempo de manifestação, André afirmou que “vai continuar respondendo aos ataques do vereador”.
Representante do MP
Pelo mesmo motivo, o representante do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Rio Grande do Sul (SIMPE) também pediu direito de reposta na Câmara. É que também na manifestação de Torres, representantes desta categoria participaram das manifestações do dia 14.
Para o SIMPE, o vereador Rogerinho teria extrapolado o limite da imunidade ao afrontar da forma em que fez o movimento e a greve. Principalmente pela fala em que conceituou o movimento dos trabalhadores públicos de “baderna”.