Sistema de representatividade política em debate na Câmara de Torres

Vereador em final de mandato, Pardal (Republicanos) sugere a criação de bloco firme de oposição como receita de debate legislativo e outros vereadores discordam

Vereador Pardal não será vereador, mas sugere postura futura do novo grupo eleito pela oposição
25 de dezembro de 2020

Mesmo no final de mandato e de legislatura (2017/2020), alguns vereadores de Torres ainda aproveitam a sessão da Câmara para dar seus recados políticos utilizando a tribuna da Casa Legislativa. Foi o caso do vereador Pardal (Republicanos), em sua participação na tribuna durante a sessão da Câmara, realizada na segunda-feira, dia 22 de dezembro.

Inicialmente Pardal utilizou seu espaço como líder partidário da “minoria” em nome de seu partido, o Republicanos, para sugerir que os sete vereadores eleitos por siglas que não fazem parte da coligação vencedora do pleito executivo (ligada ao prefeito Carlos Souza), utilizem a maioria parlamentar conseguida na casa legislativa (7X6). Para Pardal, a nominata da Câmara eleita e diplomada teria uma ‘vantagem’ para formar um bloco de oposição contra a base aliada ao prefeito, o que, para Pardal, se trata da forma de a Câmara representar a vontade dos torrenses – que elegeram mais vereadores de oposição (sete) do que de situação (seis).

O vereador do Republicanos (partido que também elegeu vereador em Torres) reclamou da tendência de “compra” pelas prefeituras no poder de vereadores de oposição com cargos públicos – o que para ele se trata de uma grande mazela nas Câmara Municipais e forma de enfraquecer a oposição. Pardal  sugeriu, inclusive, que já neste ano de 2021 esta base oposicionista conseguisse colocar um candidato para ser o presidente da Mesa Diretora da Câmara, utilizando sua maioria de votos para este feito.

 

Gimi, Fábio e Rogerinho dão suas opiniões sobre o tema

 

Os três únicos vereadores desta nominata reeleitos para a legislatura que se inicia – Fábio da Rosa (PP), Gimi (PP) e Rogerinho (PP) – também utilizaram seus espaços de tribuna para dar suas opiniões sobre o tema colocado em debate pelo vereador Pardal.

O atual presidente da Câmara, vereador Fábio da Rosa, disse que é legítima a vontade do vereador Pardal de fomentar para que a oposição tenha uma chapa para a presidência. Mas lembrou que há necessidade de articulação com vários partidos para vencer este embate, e a Mesa Diretora só permite quatro integrantes, o que em princípio dá espaço somente para quatro agremiações (quando há 6 siglas de oposição na nominata eleita).

Já o vereador Gimi foi mais político em sua analise sobre a ideia do vereador Pardal sobre bloco de oposição. Ele usou a tribuna para divergir de Pardal e dizer que este enfoque se trata da “velha política”. Para Gimi, os vereadores devem ser coerentes de suas ideias políticas perante seus eleitores, e isto não é necessariamente ser oposição, mas sim ser fiel aos seus princípios.

O vereador Rogerinho, sobre o mesmo assunto usou seu espaço na tribuna da Câmara para dizer que acha errado haver bloco oposicionista de forma institucional. Para Rogerinho, depois da eleição, “as bandeiras partidárias deveriam ser deixadas de lado” em nome das decisões em prol de cidade e em prol da seriedade dos assuntos. E para o vereador que foi reeleito, “os 13 vereadores tem sua importância individual”.

 

Decisão é dia 4 de janeiro

 

O primeiro teste para que a tenha-se uma ideia do perfil político do grupo dos 10 vereadores eleitos pela primeira vez para a Câmara (juntamente com os três vereadores reeleitos) será já na sessão da Casa Legislativa do dia 4 de janeiro, a primeira do ano de 2021 e a primeira da legislatura 2021/2024. Na sessão, além da oficialização dos cargos e bancadas na Câmara, haverá a escolha da nova mesa diretora do legislativo torrense, que por sua vez comandará a Casa dos vereadores no primeiro ano da reeleição do Governo Carlos & Amoretti.

São sete vereadores de seis partidos teoricamente eleitos em chapas que (nas eleições) eram adversárias do governo Carlos Souza: MDB, PDT, PT, Republicanos, PSB e PSD; contra seis vereadores de três partidos eleitos pela dita ‘base aliada’ do governo: PP, PSDB e PSL.

 

 

 


Publicado em: Política






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