Sobrevoo registra filhote semialbino e recorde de 99 baleias-francas entre costa catarinense e Torres (RS)

A ação faz parte do Programa de Monitoramento de Baleias–Francas da SCPAR Porto de Imbituba, que ocorre desde 2009. Grande número de baleias adultas sem filhotes e em atividade social intensa pode representar que são grupos de acasalamento

Crédito da imagem: Léo Munhoz/Secom
22 de julho de 2024

O primeiro sobrevoo da temporada de 2024 de avistagem de baleias francas registrou um recorde de 99 animais marinhos (38 pares de fêmeas com filhotes e 23 adultos solitários) no litoral sul do estado de Santa Catarina (e Torres- RS) . O sobrevoo, para monitoramento, aconteceu na última sexta-feira (19) ao longo de toda Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, que alcança desde a costa desde Florianópolis até Balneário Rincão (SC), abrangendo também Torres (RS).

A ação faz parte do Programa de Monitoramento de Baleias – francas da SCPAR Porto de Imbituba, que teve início em 2009. O monitoramento contou com a participação de profissionais do ProFranca/Instituto Australis e da Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental, além deles, um biólogo da Prefeitura Municipal de Imbituba também acompanhou parte deste sobrevoo.

O grande número de baleias adultas sem filhotes (proporção de 1 para 3 das baleias avistadas) chamou a atenção da equipe de monitoramento, já que não havia sido registrado o fato nos últimos anos. Esses adultos foram vistos principalmente no sul de Florianópolis (Morro das Pedras) e no litoral sul do Estado. Outro fator que despertou o alerta das equipes de observação foi que os grupos de mamíferos adultos estavam em atividade social, com interação bem intensa, o que pode representar que são grupos de acasalamento.

As maiores concentrações de baleias por município foram registradas no sul de Florianópolis (17), Garopaba (20), Imbituba (22), Laguna (26), sul de Santa Catarina (13), Itapeva – RS – sul de Torres (1).

“A região costeira de Imbituba é o principal ponto de aproximação desses mamíferos marinhos, então é de extrema importância a realização do monitoramento para garantir a conservação e a segurança da espécie, concomitante com as operações portuárias”, afirma Urbano Lopes de Sousa Netto, diretor-presidente do Porto de Imbituba.

“A temporada começou mais cedo e já tínhamos registro de muitas baleias pela região, porém, mesmo assim, o número avistado foi bem acima da nossa expectativa. Este foi o maior número de baleias já registrado para o mês de julho. O maior número catalogado havia sido de 68 baleias em 2015. Ainda não sabemos se isso é um sinal de que será uma temporada com número recorde de baleias ou se o período em que os mamíferos visitam o nosso litoral, foi antecipado”, destaca Karina Groch, a diretora de Pesquisa do ProFranca.

“Imbituba foi a última armação baleeira a ser fechada no litoral catarinense e de certa forma temos uma dívida com esses magníficos animais, então o programa de monitoramento de cetáceos é uma forma de compensar também tudo o que foi feito no passado, bem como de continuar os estudo necessários da espécie. A ação é realizada com muito carinho e cuidado pelo Porto de Imbituba” destaca Paulo Márcio de Souza, chefe do departamento de saúde, segurança e meio ambiente do Porto de Imbituba.

O Programa de Monitoramento do Porto de Imbituba 2024 está ocorrendo desde a última semana de junho e segue até novembro. Além dos sobrevoos, diariamente equipes de campo realizam a observação terrestre a partir de pontos fixos nas praias do Porto e Ribanceira em Imbituba.

 

Filhote semialbino avistado durante o 1º sobrevoo

Filhote semialbino foi uma das baleias avistadas (FOTO: Léo Munhoz/Governo de Santa Catarina – via GZH)

 

Um registro interessante ocorreu ao longo do sobrevoo, a baleia B228 (número de registro), que possui uma mancha cinza no dorso bem característica é uma antiga conhecida dos pesquisadores e já teve vários filhotes aqui em Santa Catarina, sendo o mais recente em 2019.

Além dela, foi avistado um filhote semialbino, de uma fêmea que também já esteve visitando o litoral catarinense por vários anos, catalogado com o número B401.

 

 


Publicado em: Meio Ambiente






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