ULBRA TORRES: Participação social e pós-graduação em pauta

O jornal A FOLHA conversou com Débora Borges Thomas (foto), diretora do campus torrense da universidade, sobre projetos solidários em prol da comunidade e especializações

21 de agosto de 2017

 

Em 2017, A ULBRA Torres está completando 25 anos da instalação do campus e atuação direta no município. Desde então, foi se consolidando e incorporando a formação acadêmica como uma realidade local, oferecendo diversos cursos tanto para a população torrense como para novos moradores, que se estabeleceram em Torres para cursar a faculdade. Atualmente, são em torno de 2500 alunos só na graduação presencial e cerca de 200 profissionais nos cursos de pós graduação.

Mas além desta formação acadêmica aos seus alunos, é importante que uma instituição de educação e com vocação humanitária, como a Universidade Luterana do Brasil tenha uma participação social, de pesquisa e solidária no município em que se estabelece. Algo que não está exatamente estabelecido em contratos e matrículas, mas que é quase inerente a uma universidade responsável e preocupada com a realidade social de onde se estabelece.

No dia 1° de agosto, o jornal A FOLHA foi recebido pela diretora Geral da ULBRA Torres, professora Débora Borges Thomas, em sua sala no campus. Há 17 anos lecionando como professora do Curso de Direito na universidade, faz três anos e meio que ela assumiu a direção da instituição na cidade.  Com Débora conversamos sobre diversos assuntos, mas para esta matéria focamos na participação social da Ulbra em favor da comunidade de Torres, bem como na pós graduação e especializações ministradas.

 

Projetos simbolizam participação social (e solidária)

 

São 31 cursos de graduação oferecidos pela ULBRA Torres – sendo 12 destes presenciais, enquanto o restante ocorre na modalidade EAD – Educação a Distância). Segundo Débora, cada um dos polos atua, direta ou indiretamente, com a sociedade, e todos os cursos tem projetos integrados com a comunidade torrense – fora os estágios obrigatórios. As atividades vão além da sala de aula,  a atuação ocorre em diferentes segmentos e instituição.

“Vale ressaltar que estes projetos – que ocorrem de forma solidária, buscando apoiar o desenvolvimento da comunidade – não acontecem apenas em Torres. Outras cidades da região (litoral Norte) são envolvidas”, explica Débora Thomas, que para exemplificar citou alguns dos projetos atualmente vigentes. Focado no estudo das diferentes formas de processamento de dados Análise e Desenvolvimento de Sistemas realiza o projeto “Meninas na Computação” propicia a inclusão digital adequada junto as escolas públicas. Alunos da faculdade de Odontologia realizam campanha de prevenção a mordida cruzada nas escolas do município, além de haver prestação de serviço odontológico gratuito para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Já o Escritório modelo de Arquitetura, está realizando um trabalho especial ao atender a aldeia Nhu Porã – onde estão reorganizando as moradias para  manter a identidade indígena.

A escola de Fisioterapia da Ulbra também realiza um trabalho lúdico diferenciado, o “Fisioalegre”, onde  os acadêmicos alegram o dia a dia no hospital de Torres. “Temos ainda outros projetos interessantes como o ‘Saúde em Foco‘, realizado pelos professores do curso de enfermagem. O pessoal da enfermagem, aliás, realiza trabalho voluntário junto as unidades do ESF (Estratégia Saúde da Família) na cidade. Também merece destaque  o “Esportes para o Futuro“, que é realizado pela Educação Física e tem a finalidade oportunizar a prática esportiva inclusiva para crianças em situação de vulnerabilidade social. Trata-se de um projeto relacionado com frequência do aluno na escola e boas notas, há um acompanhamento para que, além dos treinos esportivos, haja responsabilidade escolar”, complementa a diretora da ULBRA Torres.

A faculdade de Psicologia inova ao realizar um trabalho teatral, chamado “Cinderela Mudou de Nome”, que realiza uma abordagem sobre as questões de gênero de forma criativa. Outra ação social ressaltada por Débora Borges Thomas é o “Cinema Papo Profissão”: voltado para os jovens do ensino médio. “Trata-se da transmissão de um filme (com temática relacionada ao mercado profissional), seguido por um debate. A ideia é que os jovens pensem sobre suas profissões, despertem ainda na escola o interesse para uma formação superior.  A Ulbra Torres atende escolas de todo o litoral com esse projeto”.

 

Multidisciplinaridade

 

As mulheres vítimas de violência doméstica também são atendidas pela instituição: contam  com apoio psicológico prestado pela Faculdade de Psicologia, em conjunto com a assessoria jurídica prestada pela Sajulbra (Serviço de Assistência Jurídica Gratuita), realizada por estudantes de direito (assessorados por seus professores). “Ou seja há uma multidisciplinaridade nos projetos de prevenção, proteção e amparo a esta mulher em momento de fragilidade. Assessoria em casos de divórcio, guarda dos filhos, debate sobre os problemas da relação entre a mulher e o agressor. É um exemplo deste projeto conjunto pela  proteção da mulher vítima de violência doméstica”, destaca Débora.

Em meio a outros exemplos da parceria entre diferentes cursos –  em ações de participação social na região – há o trabalho estabelecido pelo pessoal da Educação Física e Fisioterapia, integrados no programa de atividade motora adaptada, prestado junto a APAE; Na associação Lar dos Velhinhos (ASLAVE), graduandos da Enfermagem e Fisioterapia realizam um trabalho solidário na área da geriatria.

 

Formação humanista e pós graduação

 

Com a maior acessibilidade dos brasileiros a universidade, um mercado de trabalho cada vez mais competitivo  e em tempos difíceis, aprimorar habilidades e competências mais especificas podem ser um fator decisivo na hora de arrumar um emprego ou estabelecer parcerias. Para isso, um bom diferencial de empregabilidade é ter uma pós-graduação, já que esses cursos possibilitam atualização constante e ampliam a rede de contatos.

Na Ulbra Torres, são oferecidos diversos cursos de especialização: 10 presenciais e ao menos outros 20 na modalidade Educação a Distância (EAD). Conforme Débora Borges Thomas, não há dúvidas que houve um aumento no número de inscritos em cursos de pós -graduação na ULBRA Torres nos últimos 5 anos (2013-2017), se compararmos com os cinco anos anteriores (2009-2013). “O Mercado é mais exigente, a concorrência é grande e a qualificação é condição cada vez maior para se posicionar profissionalmente. Um bom currículo conta muitos pontos também em seleções de concursos público e mestrado” diz a diretora do campus torrense,  que indica ainda que a procura é mais acentuada para as áreas do direito, pedagogia, enfermagem, odontologia e fisioterapia. “E buscamos sempre ampliar as opções de especialização, como recentes pós-graduações para a área administração, estética e cosmética que já são oferecidos em 2016. E novos cursos farão proposta de pós graduação a partir de 2018”.

Débora lembrou da formação humanista vinculada aos ideias da Universidade Luterana do Brasil, e destacou os pilares que definem a finalidade principal da instituição: “a aplicação dos conhecimentos por meio da extensão, pesquisa e ensino, integrados na formação técnico profissional do egresso, sempre norteados pela valorização de uma postura ética em prol da transformação da sociedade”. Concluindo, a diretora da ULBRA Torres deixou um recado para os estudantes: “É importante saber aproveitar as oportunidades, pois (independente da formação) é o aluno que cria seu caminho, tanto profissionalmente como na vida.  Não é só aprender, mas também ir atrás do que quer, ter coragem de ir em frente”, finalizou.

 


Publicado em: Educação






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