A BATALHA CONTRA O COVID-19: O relato de um paciente que conseguiu superar o coronavírus em Torres

O Jornal A FOLHA conversou por email com Marcelo Paim (foto) que, agora recuperado, conta o que viveu no período em que estava enfermo.

3 de abril de 2021

O Brasil, e em especial os estados da região Sul, estão enfrentando neste momento uma batalha contra o tempo para vencer a pandemia do COVID-19. Os números de vidas perdidas para o novo Coronavírus veem batendo recordes diários. Os hospitais estão trabalhando acima de sua capacidade, as equipes médicas estão exaustas na tentativa de salvar as pessoas infectadas. Em alguns hospitais faltam medicamentos, insumos e oxigênio e junta-se a isso a fila de doentes na espera de um leito para a internação.

Apesar disto tudo, o esforço em salvar vidas tem surtido efeito e milhares de pessoas conseguem enfrentar e vencer este vírus, trazendo uma esperança para médicos e familiares.

No município de Torres, o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes tem tratado um grande número de pacientes Covid.  O Jornal A FOLHA conversou (por email e Whatsapp) com um destes pacientes que, agora recuperado, conta o que viveu no período em que estava enfermo.

 

Os sintomas e a confirmação

 

O agente penitenciário Marcelo Paim, de 40 anos, contraiu o Covid-19 no final do mês de fevereiro, apesar de obedecer todas as orientações sanitárias (como o uso de màscara, higienização das mãos e o distanciamento social). O cuidado nestes meses de pandemia era redobrado, pois os filhos do casal (Marcelo e Medora) são do grupo de risco. Entretanto, como sua profissão é tida como atividade essencial (Segurança Pública, sendo agente penitenciário no Presídio Feminino de Torres), continuou trabalhando.

“Não sei onde contraí o vírus –  se foi no trabalho, uma vez que lá já havia casos, se foi no supermercado ou em outro lugar, não saberia dizer”, falou Marcelo. “Comecei a sentir os sintomas no dia 23 de fevereiro quando estava de plantão no trabalho; tive muita tosse e no final do dia um pouco de febre. No dia 24 já em casa aumentaram os sintomas: febre alta durante longos períodos (mesmo medicado), dores no corpo e articulações, dor de garganta, além de um cansaço muito forte”.

Na sexta-feira dia 25, Marcelo agendou um exame na farmácia e o mesmo deu positivo. A partir daí já se deslocou para o Centro de Triagem Covid, a fim de passar por uma consulta médica para iniciar com a medicação.

No Centro de Triagem, Marcelo recebeu um tratamento com antibiótico associado a outro medicamento.  Iniciado o tratamento, durante sete dias houve oscilação entre melhoras e volta dos sintomas, porém um outro sintoma apareceu: a falta de ar. Novamente Marcelo volta até o centro de Triagem, sendo agora encaminhado ao Posto Central.

 

A Internação no Hospital de Torres

 

Ao chegar ao Posto Central de Torres acompanhado de sua esposa, Marcelo foi prontamente atendido e colocado em observação no oxigênio. Logo os profissionais de saúde iniciaram a medicação e os exames. O médico então lhe pediu que ele fosse conduzido até o hospital para realizar uma tomografia. Feito o exame, ficou constatado que seus pulmões estavam 75% comprometidos e que, desta forma, a internação deveria ser feita com urgência.

A partir daí foram seis dias de acompanhamento no hospital. “O tratamento para o Covid foi muito doloroso, muito mesmo. A medicação é muito forte e dolorida, além dos vários exames que eram realizados, mas a capacidade, o comprometimento, e a dedicação dos profissionais de saúde do hospital fizeram estes momentos ficarem mais leves”, destaca Marcelo Paim.

Muitos exames eram executados, dia e noite, a fim de subsidiar os médicos com informações. “Nestes seis dias houve uma melhora gradativa, até o quinto dia fiquei no oxigênio. Quatro dias usando a máscara e no quinto dia passei para o óculos nasal, o que significava que a minha respiração estava melhorando”, lembra Marcelo, que continua: “No final do quinto dia, depois de cuidadosos exames foi retirado o oxigênio e me foi dado orientações que se sentisse falta de ar chamasse imediatamente a enfermeira para recolocar a máscara. Mas felizmente não foi necessário e no dia seguinte recebi alta hospitalar, não sem antes ter sido muito bem orientado para os passos a serem tomados na recuperação em casa, como a realização de exames e fisioterapia respiratória”.

 

Impressões, advertências e agradecimentos

 

Marcelo e a esposa

 

 

O ambiente hospitalar pode ser um tanto frio (ainda mais neste momento de pandemia). A internação do Marcelo e de outros tantos pacientes Covid é em formato de isolamento, isto significa que a pessoa não pode ter visita de familiares ou amigos. No caso de Marcelo, ele teve companhia de mais uns cinco pacientes e dento da possibilidade de saúde de cada um, podiam conversar também foi autorizado permanência do celular, possibilitando falar com seus familiares, amenizando assim a saudade.

“Gostaria de agradecer mais uma vez a todos os profissionais de saúde e ao excelente tratamento recebido no Hospital nossa senhora dos navegantes e quero deixar aqui registrado que este vírus é muito grave, principalmente se você for sintomático, pois os sintomas podem ser muito fortes”, adverte Marcelo, que continua: “As reações ruins no organismo podem levar a lesões irreversíveis além de sequelas terríveis. O tratamento para o Covid -19 também é caro, têm medicações caras e após a alta hospitalar você tem ainda gastos para realizar exames e fisioterapias”.

“Enfim, se cuidem, pois além de voltarmos à normalidade mais rapidamente (com a diminuição dos casos), vamos contribuir para diminuir as lotações hospitalares e diminuir o desgaste físico e emocional dos profissionais de saúde –  que estão exaustos”, concluí o agente penitenciário Marcelo Paim, que com uma rede de apoio batalhou contra a Covid-19 – e conseguiu vencer.


Publicado em: Saúde






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