Desde que o jornal A FOLHA publicou uma matéria chamando a atenção sobre as dificuldades da Associação dos Pais e Amigos doe Excepcionais – APAE de Torres no início do mês de abril deste ano, a sociedade, principalmente os entes políticos iniciaram uma série de atividades de apoio à entidade torrense. É que o aumento dos casos diagnosticados de autismo em todo o mundo aumentou, por conta de descobertas da ciência, mudanças no diagnóstico e, consequentemente, a busca de tratamento as pessoas no espectro também cresce.
Em Torres, a APAE é o local referenciado pelo SUS para realizar estas espécies de atenção ordinária e sistêmica, quando recebe do sistema federal um valor ínfimo (atualmente em torno de R$ 17 por atendimento) e recebe pessoas que estão ou não estudando na entidade (que também atua da educação de pessoas com deficiência) e tem convênio para atender também casos que são referenciados pelo sistema nacional de Assistência Social. Mas são casos e convênios separados. E o setor da SAÚDE que está passando por uma espécie de caos.
Atualmente, a fila de famílias que possuem seus filhos inscritos (sem atendimento) para receber trabalhos de fonoaudiologia e psicologia especializada na APAE é de em torno de 170 pessoas. E a estrutura física da entidade não tem capacidade de atender este ‘afunilamento’. Ao contrário, já opera com R$ 40 mil mensais de prejuízo entre receitas e despesas para simplesmente manter o sistema atendendo os casos atuais em Torres (que possuem pouca rotatividade – poucas altas – por conta de ser atendimento sistêmico).
A entidade, através da diretoria, então passou a multiplicar atos. Primeiro realizou uma reunião aberta com pais de pessoas que estão na fila em Torres, para apresentar a situação caótica; depois foi representada e junto com pais de participar de uma Audiência Pública da municipalidade para consulta da população sobre o Plano Plurianual, que projeta as diretrizes e os valores do orçamento da prefeitura em todas as áreas ( inclusive a Saúde) para o quadriênio 2026/2029 – lá, pediram uma conta aberta para que a municipalidade depositasse valores mensais, para que a APAE de Torres tivesse apoio sistêmico para a área de Saúde. Depois foram à Radio Maristela para anunciar que iriam parar o atendimento, caso a municipalidade não atendesse o apoio (vale destacar que a interrupção dos atendimentos seria na área da saúde, e que os atendimentos em educação especial e assistência social seguiriam).
Câmara promete R$ 40 mil mensais
A Câmara Municipal de Torres anuncia que pretende colaborar no ano de 2025 com R$ 40 mil mensais para apoiar o orçamento da Saúde da entidade. Mas a prefeitura ainda não tinha se manifestado sobre apoio para a demanda, o que para a entidade é uma sinalização que finalmente poderá, sim, infelizmente, parar de atender os casos de acompanhamento e tratamento de Deficiência em Torres. E se isto acontecer, os 170 (da fila) mais ou outros vários casos que a entidade atende sistemicamente serão interrompidos, passados para a responsabilidade do sistema de Saúde do SUS e os convênios municipais.