Como a psicologia pode tratar o Transtorno do estresse pós-traumático?

"Há diversos estudos que apontam eventos ocorridos na infância e adolescência como fatores que tornam as pessoas mais vulneráveis ao transtorno do estresse pós-traumático" (por psicóloga Paula Borowski)

30 de agosto de 2019

O  transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

As causas do transtorno do estresse pós-traumático podem ser situações como atos violentos, situações traumáticas que representaram ameaça à vida da pessoa ou à de terceiros.

Quando se fala de ameaça à vida, há várias dimensões da vida que podem ser ameaçadas: dimensão física, dimensão psíquica (ameaças como assédio, humilhações e outras violências psíquicas), dimensão social  e ainda a dimensão espiritual. Em todas estas dimensões podem haver situações de extrema violência ou ameaça e de certa forma produzirem um quadro de estresse pós-traumático

Há diversos estudos que apontam eventos ocorridos na infância e adolescência como fatores que tornam as pessoas mais vulneráveis ao transtorno do estresse pós-traumático. Em geral, se encaixam situações de bullying infantil, situações de violência doméstica, situações que passam despercebidas na escola devido a dificuldades em adaptação (sociabilização) ou aprendizado (TDAH) e essas crianças são estigmatizadas e ridicularizadas.

Outros fatores a serem considerados são crianças expostas a desastres naturais (enchentes, terremotos, etc ), e os filhos da violência urbana devido às desigualdades sociais existentes que deixam marcas profundas. A violência social e estrutural também é sem dúvida um grande fator responsável pelo aumento da prevalência do transtorno de estresse pós-traumático durante o desenvolvimento na adolescência.

Os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático se dividem em categorias principais:

Re-experiência traumática: pesadelos e lembranças espontâneas, involuntárias e recorrentes (flashbacks) do evento traumático revivescência

Fuga e esquiva: afastar-se de qualquer estímulo que possa desencadear o ciclo das lembranças traumáticas, como situações, contatos ou atividades que possam se ligar às lembranças traumáticas

Distanciamento emocional: diminuição do interesse afetivo por atividades, pessoas, que anteriormente eram prazerosas, diminuição de afetividade

Hiperexcitabilidade psíquica: reações de fuga exagerados, episódios de pânico (coração acelerado, transpiração, calor, medo de morrer…), distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância (estado de alerta)

Sentimentos negativos: sentimentos de impotência e incapacidade em se proteger do perigo, perda de esperança em relação ao futuro, sensação de vazio.

O Tratamento de Transtorno do estresse pós-traumático indicado é a combinação de duas técnicas terapêuticas: psicofármacos, quando necessária, e psicoterapia.

Outras atividades podem  ajudar a aliviar os sintomas de ansiedade, como a prática de exercícios físicos diários, pois  liberam endorfina e serotonina, os quais causam uma sensação de prazer. Além disso, ter um bom convívio e apoio afetivo, social e familiar, pois quanto mais nos isolamos, mas aumentamos nossos medos.




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