As crônicas de verão estão dando o que falar. Elas são crônicas e como tal servem para refletir. Mas como eu já disse antes, elas sempre têm um fundo de verdade, com algum toque de fantasia e humor, e isso gera reações das mais diversas. Eu acho isso tudo muito divertido.
A crônica desta semana também tem uma dose alta de polêmica, por isso não levem muito a sério, só reflitam!
Antes de mais nada cabe um esclarecimento, a grande maioria dos torrenses vieram de fora, então não se ofendam ou se sintam excluídos.
Há anos vejo conhecidos reclamando do congestionamento na cidade, da falta de lugar para estacionar, da superlotação dos mercados, da invasão de turistas/veranistas, enfim, da diferença populacional da baixa para a alta temporada.
Mas ao mesmo tempo, os mesmos (e outros) torcem para que eles (os turistas e veranistas) venham em maior quantidade a cada ano, dá para entender?
Este é o dilema das cidades turísticas de todo o mundo, não é só daqui.
Mas voltando aqui para Torres.
Se você perguntasse para algum morador de Torres, aleatoriamente, qual seria o seu sentimento a respeito da temporada de verão na cidade, você teria respostas parecidas com essas:
“Não vejo a hora da cidade voltar a ser nossa – diz a senhora que mora há mais de 50 anos na cidade.”
“Eu prefiro a nossa cidade no inverno sem esta quantidade de pessoas atrapalhando – diz o dono de uma ferragem no centro da cidade.
“Mal posso esperar para a debandada dos veranistas do meu prédio – diz a aposentada que resolveu morar em Torres.”
“Eu gosto da temporada de verão porque meus rendimentos aumentam muito, mas por outro lado trabalho muito mais e não vejo a hora de isso tudo terminar – diz um dono de comércio à beira mar.”
“A temporada é boa porque posso escolher o emprego, o salário e o turno que quero trabalhar, todo mundo está precisando de funcionário – diz o rapaz que trabalha no comércio/serviços local.”
As respostas refletem bem o dilema, o tal do dilema da alta temporada, o dilema dos torrenses ou daqueles que escolheram a cidade para morar. Turistas e veranistas trazem dinheiro para a cidade, mas trazem, também, a quebra da rotina e da “tranquilidade”.
E aí, o que você acha desse dilema?
