DEPENDÊNCIA DO ESTADO É ALTAMENTE TÓXICA. ISSO É POPULISMO!

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

Falta a JUSTA lei! JOSÉ PAULO LACERDA/AGÊNCIA ESTADO/AE
17 de agosto de 2022
Por Fausto Júnior

Quando o tamanho do Estado é demasiadamente grande em relação às riquezas de uma nação, naturalmente se implanta uma espécie de vício (ou dependência física) das famílias, de todas as camadas sociais, à necessidade da existência deste Estado, e um Estado grande.

Tu ai da poltrona, por exemplo, possivelmente tens algum familiar que recebe recursos profissionais das instituições públicas em sua família, assim como sabe que estes valores recebidos são MAIORES do que o mesmo trabalho feito fora do Estado público (seja ele governo federal, estadual, municipal) e seja de qualquer poder (legislativo, executivo ou judiciário e seus cabides – como Tribunal de Contas, Ministério Público, e etc.). Assim como tu deves chegar à conclusão que a grande maioria das famílias que têm relação social próxima a ti está nesta situação: tem na maioria das vezes pelo menos um membro que recebe valores dos órgãos públicos como forma de sobrevivência (ou parte dela), sendo através de emprego público, seja através de prestação de serviços a programas, projetos e sistemas que são monetarizados pelos cofres públicos.

Quando uma família depende financeiramente de recursos pagos pelo setor público, é natural sabermos que o instinto desta tende a proteger esta continuidade, pois estamos tratando da segurança financeira destas pessoas. E tem muitos casos que é tanta gente das tribos que dependem destes recursos,  que esta parceria entre Estado e pessoa física (ou de empresas que prestam serviço aos governos) se torna um vício,  gera medo de perder esta alimentação a ponto de protegê-la como se fosse uma posse de sobrevivência.

 

DEPENDÊNCIA DO ESTADO É ALTAMENTE TÓXICA. ISSO É POPULISMO! – parte 2

 

E é esse o contexto que as ideologias diversas das democracias convivem. Se um plano de governo quer diminuir o Estado e diminuir empregos e empresas que dependem institucionalmente da existência de um Estado grande (como o Brasil), a barulheira é grande. E o pior, os motivos alegados para que dependentes de um Estado grande consigam brecar propostas de diminuição do tamanho destas dependências são vários, e em maioria (na minha opinião) mentirosos ou exagerados. É que o dependente não quer assumir que é dependente, mas no fundo quer manter a situação (como qualquer dependente químico faz com seus vícios). E então inventa desculpas para as propostas de mudança, com projeções desastrosas causadas por esta diminuição sugerida pela ideologia de diminuição da importância dos governos nas vidas das pessoas.

Consequentemente, criam-se narrativas diversas no sentido de bombardear as ideias de mudança que vão sendo utilizados por pessoas que dependem de recursos públicos numa escala de crescimento com projeções geométricas. Ou seja: o barulho é grande e cheio de exemplos.

O Brasil tem uma das maiores taxas de carga tributária DO MUNDO. Está atrás somente de nações altamente ricas, ricas por tamanho do PIB geral e/ou PIB per capita. E o resultado é o que vemos. Por um lado,  grandes empresas de comunicação criticando a falta de programas de auxílio a famílias em estado de vulnerabilidade social, e por outros comunicando que os governos estão aumentando em 16% os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (como no Brasil), onde o salário destes vai chegar a R$ 46 mil – e isto é a base para aumento de todos os juízes da nação e outras entidades públicas, porque se trata do “teto” do funcionalismo público. E estes veículos de comunicação não criticam isto, porque na maioria dos casos do Brasil  parte ( ou a maioria) da grande mídia depende também de altas verbas federais em seus orçamentos, além de as vezes criarem produtos para aproveitarem leis de fomento à cultura para aumentar mais ainda a sua participação nas verbas públicas – entrando porém em programas que foram criado para fomentar os PEQUENOS e não os grandes.

Tu ai da poltrona: se fosses dependente de programas sustentados pelos cofres públicos, iria criticar aumento de salários dos juízes do STF? E se a tua empresa tivesse processos vultosos que seriam julgados pelo mesmo STF, iria fazer campanha para brecar aumentos de 16% dos salários num país que mantêm o salario mínimo sem reajustes?

 

DEPENDÊNCIA DO ESTADO É ALTAMENTE TÓXICA. ISSO É POPULISMO! – parte 3

 

É em cima destas toxidades que governos passam, trocam de dono da chave do cofre e trocam de ideologias, mas mantêm a dependência de pessoas da existência destas dezenas de ministérios, do número de deputados (federais e estaduais), senadores, do número de repartições públicas  e pessoas trabalhando nos tribunais, no MP, TCU e etc., dentre outras atividades sustentadas pelo Estado. Os governantes chegam ao poder e começam a ser pressionados para que larguem qualquer proposta de diminuição. E, se não se dobram aos pedidos, acabam sendo alvo de ataques verbais, judiciais e pessoais incessantes, oriundos destas forças que parecem ocultas, mas não são: Trata-se de lideranças,  sindicatos e partidos políticos que possuem ligação direta com as verbas publicas para a sua sobrevivência.

 

DEPENDÊNCIA DO ESTADO É ALTAMENTE TÓXICA. ISSO É POPULISMO! – parte 4

 

No Brasil existem inúmeros servidores públicos aposentados que recebem salários que somente presidentes de empresas privadas locais recebem – e quando estão NA ATIVA. Já houve mudanças nestas aposentadorias, mas como o benefício só é extinto com a morte do beneficiário, morte da esposa (o) do beneficiário e em alguns casos –  como no Exército –  a morte de uma filha solteira do beneficiário, pagamentos muitas das vezes duram 50, 60 anos.  A culpa não é do servidor, mesmo que este receba salários de marajá: ele está jogando o jogo e aproveitando as regras…A culpa é do sistema que foi votado pelos deputados e senadores que nós, sociedade, colocamos no poder. Um sistema que se retroalimenta ideologicamente.

Além da dissonância natural que esta mazela institucional leva aos cofres públicos de uma nação ainda tão pobre como o Brasil, a mesma desigualdade salarial entre servidores públicos e servidores privados, também acaba sendo projeto “responsável” de muitos jovens. Eles se formam em direito, economia, administração pública, dentre outras formações para terem acesso à salários acima do mercado e estabilidade de emprego, o que não conseguem na iniciativa privada. E isto faz com que muitos jovens diferenciados (porque passam em concursos públicos de difícil acesso) acabem sendo servidores públicos ao invés de serem produtores de valores agregados ou inovações, necessárias em qualquer sociedade para que esta se desenvolva bem (através de empreendimentos pessoais e empresariais que irão melhorar a qualidade de vida das pessoas além de gerar emprego, renda e impostos  para a  sociedade).

Esta abordagem mostra o quão uma dependência toxica de um Estado grande e oneroso pode se tornar (como é no Brasil) para as famílias e para o futuro das sociedades. O sistema tóxico é sustentado pela quantidade de repasses do Estado para a sociedade de forma DIRETA (dinheiro). Desde empregos públicos, passando por contratos empresariais e pessoais entre o setor público e o setor privado,  terminando na base da pirâmide com a crescente distribuição de bolsas sociais diversas, uma vez que parcela significativa da população de mais baixa renda está inscrita pelo menos em algum programa. Não que estes programas não sejam necessários em algum nível, mas não podemos deixar de negar -tudo isso é POPULISMO.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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