FILOSOFANDO SEM FILTRO: Os 40 anos são os novos 30

"Acho que a humanidade precisa repensar algumas coisas e recuperar sua sensibilidade. Talvez por causa de orgulho e preconceito algumas pessoas optaram por desenvolver mais razão em vez de sensibilidade".

7 de dezembro de 2021

Os 40 anos são os novos 30. A medicina avançou num grau que se você trabalhar que nem louco sem parar pode pagar em suaves prestações um médico que vai te rejuvenescer até mesmo por dentro. Mas se você não puder apelar pra medicina do super-humano, a gente sabe que nunca foi segredo que é totalmente possível viver até os 100 e poucos anos comendo só coisas que saem da terra, tomando 2 litros de água todo santo dia, caminhando 30 minutos dia sim dia não e meditando 5 minutos de hora em hora. Hoje nosso papo é com os vagalumes dos anos 70 porque de vez em quando a nostalgia merece atenção, néam?

Vocês lembram de como era bom jogar Atari comendo aqueles cigarrinhos de chocolate com Fanta Uva? Naquela época os pais achavam bonitinho ver uma criança fingir que estava fumando com aqueles chocolatinhos em forma de cigarro, pois o mundo era politicamente incorreto e não estava nem aí pras crianças imitando os atores que fumavam nos filmes. Ohmygod! A coluna de hoje parece um jogo de memória. A gente fica tentando lembrar como era a vida quando era criança. Nosso maior compromisso era com a Sessão da Tarde. Quem estudava de tarde passava a manhã vendo a Xuxa descer de uma nave. Felicidade era não ter que lavar as mãos de hora em hora ou sair de máscara cirúrgica no sol a pino por causa de um vírus. Era mais saudável e menos perigoso brincar na rua. Será que antigamente a humanidade era mais “inocente”? Hoje em dia algumas crianças não acreditam mais em Papai Noel. O coelho da Páscoa que se cuide! Os empregos eram mais sérios. Hoje em dia as empresas fazem gato e sapato dos funcionários. Acho que essa gíria é da década de 70! Lembro que meus pais tinham carteira assinada com direito a vale-transporte, vale-refeição, plano de saúde e férias anuais. Até o respeito pelo trabalhador virou artigo de luxo. Antigamente as empresas colocavam os funcionários no colo, hoje não mais. E que delícia que era conversar com as pessoas sem que elas estivessem com seus olhos grudados numa coisa chamada celular.

As coisas mudaram muito de lá pra cá. O sociólogo Bauman tinha razão. Tudo virou líquido. A escola, a faculdade, o emprego e, pior, as relações. As pessoas passam por tudo isso e parece que quase tudo evapora com o passar dos anos. Elas fazem tudo isso por causa da lei da comprovação universal. Sem escola você não entra numa faculdade, sem faculdade você não consegue um bom emprego e sem relacionamentos profundos você acaba virando uma versão pseudo estóica do aventureiro veneziano Giacomo Casanova. Parece que as pessoas estão desistindo de se aprofundar umas nas outras. Elas não se olham mais nos olhos como antigamente e o contato passou a ser mais raso e, portanto, rápido. Parece que a humanidade está dentro de um jogo no qual a gente não pode ser a gente mesmo, não pode ser vulnerável e não pode demonstrar sentimentos. É uma maratona racional sem fim onde o mais importante é o mundo saber se você atingiu suas metas dentro do contexto de formação acadêmica, profissional, financeira e, por último e só depois que você conseguiu conquistar quase tudo, você começa a pensar em um relacionamento sério. Aí então você vai ser feliz. SQN!

Acho que a humanidade precisa repensar algumas coisas e recuperar sua sensibilidade. Talvez por causa de orgulho e preconceito algumas pessoas optaram por desenvolver mais razão em vez de sensibilidade. Vocês perceberam que eu tirei esse trocadilho de dois títulos da Jane Austen? Sobre a variante Ômicron… ninguém está imunizado contra isso. Isso é novidade. Vai começar tudo de novo! Shit! Cuidem-se!




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