OPINIÃO: A mesma coisa? o Novo parecido com o Velho…

Uma das grandes “sacanagens” de se ficar velho é ficar meio de saco cheio para certas “novidades” que tentam mostrar ou fazermos engolir como realmente “novas”. É claro que essas antigas novidades vêm sempre com uma roupagem nova, mostradas como algo nunca visto. Ledo engano.

27 de janeiro de 2025

Uma das grandes “sacanagens” de se ficar velho é a de presenciar muita coisa durante muito tempo. E ficar meio de saco cheio para certas “novidades” que tentam mostrar ou fazermos engolir como realmente “novas”, desculpe a redundância – mas é isso mesmo. É claro que essas antigas novidades vêm sempre com uma roupagem nova, uma maquiagem nas velhas ideias e mostradas como algo nunca visto. Ledo engano.

Quem já é jovem há mais tempo (como eu, obviamente) olha para a tal novidade e pensa: Ah, não… isso de novo?!

Os criadores de novidades são ardilosos, fazem elas realmente parecerem novas. O fato é que as coisas são cíclicas e duram o tempo de gerações e mesmo neste período, elas se repetem. A geração de seus pais, por exemplo passaram por algumas mudanças comportamentais e de costumes que você nem percebeu por que estava acontecendo quando você estava começando a entender as coisas e já estava aprendendo em meio a essas mudanças. E assim está acontecendo agora e você sente as mudanças porque te atinge, mas seus filhos não porque já cresceram com elas.

Quer um exemplo clássico? O telefone. Minha geração e a dos meus pais testemunhou a chegada do telefone fixo. Depois, veio o computador. Em seguida, o celular. E, claro, o smartphone. Para os nossos filhos, o computador e o celular já estavam lá, bonitinhos, esperando por eles. Nossos netos? Esses já nasceram com o smartphone na mão, desbloqueando tela antes de saber falar.

Agora, tente explicar para uma criança de hoje como funcionava uma ligação interurbana nos anos 70. Vai lá, tenta. Explique o drama que era pegar uma fila no orelhão para ligar para alguém. Melhor ainda, explique o porquê de se fazer isso. Boa sorte.

Fiz todo esse preâmbulo (essa palavra é um clássico) para chegar aqui: entram e saem governos municipais em Torres, e a lista de problemas continua a mesma – só muda a roupagem. Não há novidade alguma. Os problemas antigos ainda estão aí, sem solução. Quer alguns exemplos? Mobilidade urbana, falta de estacionamento, construção desenfreada, poluição, descaso ambiental, ruas esburacadas, falta de calçadas decentes, desleixo com a orla, falta de manutenção preventiva, ausência de planejamento, turismo mal direcionado… e por aí vai.

Agora está iniciando um novo governo municipal, pelo que se vê tudo muito igual ao que sempre foi, saiu uma turma e entrou outra, um rodizio de grupos já bem manjados na política local. Como disse, já vi isso antes. Mas como bom brasileiro, espero e torço por uma administração melhor e que busque realmente solucionar nossos antigos problemas e os que irão surgir.

E voltando às tais novidades não tão novas: o que mudou, afinal, do telefone discado para o smartphone? Ah, claro, a tecnologia. Mas o objetivo é o mesmo: falar com quem está longe. E o que mudou nas administrações municipais? Nada muito relevante. Os mesmos problemas antigos continuam por aí. Ano após ano, só trocamos a vassoura – ou melhor, o prefeito.

Vamos torcer para mudar isso (os problemas). Ainda tenho esperança.




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