Há bem pouco tempo a preparação para a temporada era mais visível. Ao passear pelas ruas da cidade se via esta movimentação. Hoje já não é mais assim, a cidade agora funciona o ano inteiro recebendo de forma contínua turistas e moradores ocasionais (os chamados veranistas). Não parece mais ser preciso se arrumar para recebê-los, isso é um bom ou um mau sinal? Será que a ausência de uma preparação visível reflete um bom sinal de adaptação, ou é um indício de descuido?
Se houvesse uma preocupação no “bem receber”, seria um mal sinal, do contrário, está tudo bem assim. Ou seja: queremos receber o turista da melhor maneira possível? Se a resposta for sim, então temos que nos preparar da melhor maneira possível. E como fazer isso? Nos preparando a cada temporada, a cada ano, sempre procurando melhorar os serviços e os produtos que serão oferecidos aos visitantes, sejam eles turistas ou veranistas (moradores temporários).
Muitas vezes a alta demanda atropela essa preparação e até a deixa quase sem propósito. Para quê então preparar melhores serviços se do jeito que está não sobra vaga no hotel ou não sobra mesa no restaurante? Ora, porque um dia vai sobrar e você nem vai saber porquê! O excesso de demanda gera essa euforia e desleixo, e o resultado disso é um mau serviço prestado e uma consequente fuga dessa demanda para outros prestadores de serviço ou até a troca do destino – no caso do turista. O turista insatisfeito simplesmente escolhe outro hotel, restaurante ou loja, e o motivo para essa troca nem sempre é evidente para o empresário desatento.
Essa falta de critério dos donos de comércio/serviço em locais turísticos é mais comum do que se possa imaginar. Já vimos isso aqui em Torres em tempos passados e pelo que vejo hoje, está voltando a acontecer. A diferença é que, hoje, a cidade não depende exclusivamente do veraneio para sustentar sua economia. Esse novo contexto, no entanto, não deve justificar a negligência. Pelo contrário, deveria ser uma motivação para um cuidado constante e ao longo de todo o ano.
Claro que essa preparação deveria acontecer durante o ano inteiro e não apenas às vésperas da temporada. É compreensível que muitas empresas enfrentem limitações para manter grandes equipes e estruturas funcionando a pleno vapor durante o ano inteiro. Contudo, isso não exclui a necessidade de uma preparação específica para a alta temporada.Por isso, a contratação e o treinamento de uma equipe adicional, bem como a ampliação e modernização de instalações, ainda são fundamentais para atender ao aumento da demanda de maneira satisfatória.
Investir no “bem receber” não é apenas uma questão de atrair turistas, mas de fidelizá-los e construir uma reputação sólida e duradoura. A preparação deve ser vista como um investimento no futuro da cidade, um compromisso com a qualidade e a excelência. Afinal, quem se prepara sempre estará um passo à frente, seja em tempos de alta demanda ou nos períodos de menor movimento.
