OPINIÃO – Mundo está a “caminho da ruína” com a crise climática, diz Presidente da COP 29

Assinado em 2015, o Acordo de Paris para o clima, busca limitar o aquecimento global a menos de 2°C, relativamente ao período pré-industrial, até o final do século, com esforços para restringir o aumento a 1,5°C já observado no ano em curso, o mais quente desde então.

17 de novembro de 2024

A questão ambiental emergiu decisivamente no mundo na Reunião de Cúpula denominada RIO 92, no ano de 1992, quando duas dezenas de Chefes de Estado se encontraram sob os auspícios da ONU e estabeleceram os princípios da sustentabilidade no processo de desenvolvimento: Inovação Tecnológica, Justiça Social e Preservação do Meio Ambiente para seu usufruto pelas novas gerações.  Com isso, enterraram duas correntes antagônicas na construção da modernidade: O Produtivismo a qualquer preço e o Conservacionismo, como reação ao custo ambiental deste processo. Desde então, a ONU procura, através de vários encontros internacionais implementar as garantias desta sustentabilidade, começando pela substituição dos combustíveis fósseis por fontes alternativas de energia capazes de amenizar gradualmente a densa camada de gases estufa que provocam o aquecimento do planeta.

Assinado em 2015, o Acordo de Paris para o clima, busca limitar o aquecimento global a menos de 2°C, relativamente ao período pré-industrial, até o final do século, com esforços para restringir o aumento a 1,5°C já observado no ano em curso, o mais quente desde então. No entanto, as metas acordadas estão ameaçadas pela falta de financiamento suficiente para adaptação e mitigação climática. Em 2009 ficara estabelecido que os países desenvolvidos deveriam destinar 100 bilhões de dólares por ano como ajuda às nações em desenvolvimento para enfrentar a transição energética. Não cumpriram. E o montante agora está na casa do trilhão de dólares. Nova reunião se realiza, nestes dias, em Baku, capital do Azerbaijão e os prognósticos para o futuro próximo são ainda mais incertos. Presente a este encontro o representante dos Estado Unidos, John Podesta,  afirmou que o país tem compromisso com o clima, mas a eleição de Trump, que já retirou, no passado, a participação do seu país do Acordo de Paris e que indicou como responsáveis pela questão energética de seu futuro governo representantes do carvão e do petróleo, desautoriza tal expectativa. Trump, aliás, já prometeu, novamente, retirar os Estados Unidos, o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo na história, da cooperação climática internacional e aumentar a produção de combustíveis fósseis do país. Não obstante, afirmou, Podesta: “Quero dizer a vocês hoje é que, enquanto o governo federal dos Estados Unidos, sob Donald Trump, pode deixar a ação climática em segundo plano, o trabalho para conter as mudanças climáticas vai continuar nos Estados Unidos.” Com efeito, a  legislação climática do presidente Joe Biden,  que oferece bilhões de dólares em subsídios para a energia limpa, deverá continuar a impulsionar investimentos em tecnologias solares, eólicas e outras fontes.

Discutível.

O presidente da COP29 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), Mukhtar Babayev, disse no discurso de abertura que o mundo está a “caminho da ruína” com a crise climática. O chefe do clima da ONU, secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas , Simon Stiell, em pronunciamento em Baku, ainda tentou remediar o pessimismo reinante: “Vamos abandonar a ideia de que o financiamento climático é caridade”, disse ele no estádio de Baku. “Uma nova meta ambiciosa de financiamento climático é inteiramente do interesse de cada nação, incluindo as maiores e mais ricas”. Mas tropeçou nas próprias palavras ao admitir que a situação atual já é insustentável.

Além da questão do clima, a COP 29 também esteve discutindo as consequências das guerras, num cenário que,  pela destruição e mortes de bombardeios sistemáticos acaba retirando a questão ambiental da Agenda dos principais líderes mundiais. Resta-nos o clamor da juventude, a oração dos crentes, o pranto dos inocentes. AMÉM!




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