OPINIÃO – Sensação de insegurança em Torres

Quase um terço da população de Torres se sente insegura no bairro onde mora. Estes são dados de um levantamento da Associação dos Moradores de Torres (AMTOR) que relatam sobre as pessoas sentirem algum nível de insegurança no próprio bairro.

28 de março de 2024

OPINIÃO – Sensação de insegurança em Torres

 

Quase um terço da população de Torres se sente insegura no bairro onde mora. Estes são dados de um levantamento da Associação dos Moradores de Torres (AMTOR) que relatam sobre as pessoas sentirem algum nível de insegurança no próprio bairro. Mostram que a sensação de insegurança aumenta nos bairros se comparada com a sentida dentro dos domicílios. Ainda, nos dois cenários, as mulheres relatam estar menos seguras que os homens.  Mas a violência doméstica pode ser um fator para que elas se sintam menos seguras no próprio domicílio, mesmo em relação aos outros moradores. A questão da violência sexual, que atinge em grande maioria as mulheres pode ajudar a explicar também por que as elas relatam sentir mais medo de circular no bairro do que, eventualmente, seu marido ou seu filho. A partir daí, podemos ter políticas públicas específicas para esse problema.

As velhas demandas por segurança, educação e saúde se juntam às ideias relacionadas ao meio ambiente, gestão de resíduos sólidos e mobilidade urbana. Antigas e novas propostas para um só desejo: uma cidade melhor. E a maneira de chegar lá está distribuída em um documento produzido pela União das Associações de moradores de Torres – UAMTOR, que pode orientar o planejamento e ações futuras. As discussões nas reuniões resultaram no documento regionalizado, com propostas para todos os bairros que resume o que a população quer. Vimos os contrastes de Torres, deixando claras as diferenças entre locais onde falta o mínimo, como centros de saúde e escolas, e aqueles nos quais os pedidos ultrapassam a barreira das necessidades básicas, como fiscalização, a falta de atendimentos na área de saúde, de creches, de escolas, de transporte e de lazer. Torres deveria ser dividida em microrregiões – quatro ou cinco por regional, com a intenção de unir bairros afins em termos de características e demandas. Moradores pedem a promoção de oficinas, nas quais a população e lideranças comunitárias discutiriam e elaborariam propostas para cada uma das áreas, chamadas de “territórios de gestão compartilhada”.

Saneamento, mobilidade e gestão de espaços públicos foram apontados como as principais queixas. Os moradores ouvidos classificaram o serviço de drenagem das águas pluviais dos bairros como ‘péssimo’, e avaliaram como ‘ruim’ a gestão dos espaços públicos dos bairros. Presidentes de associações destacam que, além da atenção nas alterações dentro da legislação do Plano Diretor, uma prioridade nos bairros é de que as regras sejam seguidas e fiscalizadas.

“Temos uma rede de drenagem preocupante, o aumento de densidade populacional em construções já existentes, o avanço de construções irregulares, totalmente à margem do que preceitua o Plano Diretor. Nem mesmo a prefeitura respeita o Plano Diretor, vide projeto da Rua do Normélio”, reclamam.

 

PRAINHA – A Prainha é uma das “queridinhas” de todo turista ou até mesmo dos moradores de Torres. As características privilegiadas da pequena comunidade que conta com vários elementos típicos da tradição portuguesa e da cultura germânica também atraem cada vez mais novos habitantes fixos no bairro. Segundo um morador e integrante da Associação de Moradores, o local já deixou de ser apenas um balneário, e “passou a ser um bairro residencial com aumento considerável de população”.  Ele reforça que o bairro ainda preserva suas características, mas já sente a influência da procura de novos habitantes – que vêm de todas as regiões do Brasil e também de países vizinhos.

 

BAIRROS – O aumento da população dos bairros é notado pela procura por vagas nas creches e escolas, que têm aumentado a cada ano. Os atendimentos de saúde também refletem o aumento da população, sendo que a busca por atendimento em várias especialidades sobe a cada dia. O problema é que, apesar do notável crescimento populacional, os moradores sentem que a atenção dada pelo poder público aos bairros deixa a desejar. Temos bairros com grande potencial, mas estão esquecidos pelo poder executivo, reclamam. Com isso os moradores reforçam a necessidade de voz e participação da comunidade durante o planejamento de serviços nos bairros.

“O Plano Diretor foi discutido entre quatro paredes… assunto é o que não falta no bairro, mas não temos representantes que defendem melhorias básicas para os moradores dos Bairros”, dizem.

 

 




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