OS FANTASMAS DO PASSADO RECENTE (em Torres)

"Você já caçou fantasmas? Eu já posso dizer que sim! Para alguns isso parece assustador, mas para outros isso não passa de uma brincadeira. Para alguns isso é perda de tempo, mas para outros isso é seu ganha pão. Mas como levar a sério algo que você não acredita ou tem “um pé atrás” ? Ora, é bem fácil! Faça uma experiência, de preferência com alguém que leve isso a sério. E foi o que eu fiz..." (por Roni Dalpiaz)

5 de outubro de 2022

Você já caçou fantasmas?

Eu já posso dizer que sim!

Para alguns isso parece assustador, mas para outros isso não passa de uma brincadeira. Para alguns isso é perda de tempo, mas para outros isso é seu ganha pão.

Mas como levar a sério algo que você não acredita ou tem “um pé atrás” ?

Ora, é bem fácil! Faça uma experiência, de preferência com alguém que leve isso a sério. E foi o que eu fiz.

A semana passada esteve por aqui os conhecidos “Caça-fantasmas Brasil”, pessoas especializadas em investigar o paranormal. Diferentemente do que diz o título que eles carregam, eles não caçam fantasmas, eles procuram entender o fenômeno que para a maioria das pessoas é inexplicável.

Sempre gostei do assunto, mas, assim como muita gente, tenho lá minhas dúvidas. Acho que estou com aquele ditado: “Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem!

Brincadeiras à parte, o fato é que há cerca de dois meses recebi uma mensagem do João, integrante do Caça-fantasmas Brasil, questionando sobre uma coluna antiga minha em que eu falava sobre uma casa mal-assombrada na Praia da Cal. Na verdade, essa crônica que escrevi era referente a um caso contado pelo historiador Ruy Ruschel, e, obviamente, a casa referida na história não mais existia (se é que um dia ela existiu). Indagado pelo João se existiria outro lugar que pudesse ser investigado eu respondi que iria perguntar para algumas pessoas e que retornaria assim que tivesse alguma resposta.

Foi então que me lembrei de alguma história envolvendo fantasmas na antiga prefeitura, hoje Museu. Mas não conhecia os fatos. Perguntei para antigos funcionários e ouvi do Alexandre Cardoso, o Cebola, a seguinte história:

“Diziam, os mais antigos, que na baixada do estacionamento, em volta de um grande abacateiro que ali existia, próximo a Lagoa do Violão, muita gente foi decapitada. Foi durante a Revolução Federalista de 1923, movimento armado ocorrido no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, em que lutaram, de um lado, os partidários do presidente do Estado, Borges de Medeiros, conhecidos como Borgistas ou Ximangos, que usavam no pescoço um lenço branco, e de outro os revolucionários aliados de  Joaquim Francisco de Assis Brasil, chamados Assisistas ou Maragatos, que usavam no pescoço um lenço vermelho. De acordo com o Alexandre, muitos envolvidos, de ambos os lados, principalmente os pobres, negros e mestiços eram executados a moda da absurda guerra fratricida que assolou a região, ou seja, eram decapitados. E como espólio sinistro dessa cruenta atividade, até hoje, nas silenciosas noites da cidade de Torres, ainda são ouvidos bramidos de dor e desespero, além do ruídos metálicos de sons que se assemelham ao arrastar de correntes presas aos condenados, tanto dentro quanto fora do prédio da antiga prefeitura.”

Esse foi o primeiro relato sobre acontecimentos dentro e fora da antiga prefeitura, porém este não é o único, há outra história contada pelo Alexandre que trabalhou por algum tempo no local.

“Durante um período de tempo, eu (o Alexandre) chegava mais cedo ao trabalho, me instalava e tentava antecipar algum serviço importante, sempre nesses dias, escutava diálogos incompreensíveis. Em outro momento, eu e um colega vimos alguém subindo a escada. Subimos atrás para ver e não encontramos ninguém, só nós dois estávamos dentro do prédio.”

De posse desses dois depoimentos, repassei aos interessados e o dia da visita, ou da caça, foi agendado.

(continua)

 

Fonte: Depoimento de Alexandre Cardoso.

 




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