Os hibiscos de Torres

Décadas atrás, foram plantadas as flores que suportaram o clima, o sal e as dunas: o hibisco. E suportando as adversidades, deram a Torres um melhor aspecto visual e até se tornaram, por algum tempo, uma referência floral da cidade.

16 de outubro de 2022

Você lembra dos hibiscos nas ruas da cidade de Torres?

Pouca gente vai lembrar, provavelmente melhor os mais velhos ou com mais de 50 anos, pelo menos! Eu me lembro deles na avenida Barão do Rio Branco…

De acordo com o jornalista torrense Mário Krás Borges, esses hibiscos da avenida e da beira mar foram plantados no início da década de 50, na administração do prefeito Moysés Camilo de Farias. Este trabalho de arborização do litoral havia começado por Tramandaí (Serviço Estadual de Fixação de Dunas), de onde vieram estas mudas de hibiscos vermelhos.

Segundo Leda Saraiva Soares, em seu livro’ A Saga das praias gaúchas’, esse trabalho de arborização do litoral surgiu para tentar domar as areias que se movimentavam livremente à mercê da direção dos ventos fortes, principalmente do nordestão.

Para que o litoral pudesse se desenvolver, era necessária a ação do homem, de forma contínua e intensiva, para controlar a movimentação das dunas e proceder à arborização das praias, porém, a aridez do solo, a salinidade e os ventos devastadores não deixavam vingar qualquer muda que se plantasse.

Através de um ofício assinado pelo oficial do governo Maximiliano Leal, soube-se que esse serviço de fixação das dunas foi iniciado no ano de 1918 em Tramandaí com mudas vindo de Rio Grande. Em Torres, nesta época, também foram feitas tentativas e se obteve bons resultados.

Em 1921 foi plantado lomba-verde, cedro marítimo e álamo italiano em Torres e na barra do rio Tramandaí. A lomba-verde deu ótimo resultado e o álamo italiano teve resultado satisfatório aqui em Torres.

Como visto, a arborização da cidade não foi iniciada em 1950, mas em 1918…. naquele ano  de 1950 é que foram plantadas as flores que suportaram o clima, o sal e as dunas: o hibisco. E suportando as adversidades, deu a Torres um melhor aspecto visual e até se tornou, por algum tempo, uma referência floral da cidade.

Porém, com o tempo, os hibiscos foram sendo substituídos por outras plantas, até os próprios canteiros foram sendo trocados.

Por descuido das administrações municipais subsequentes e dos próprios moradores, foram abandonados à própria sorte. As árvores que tombavam em consequência dos temporais, assim permaneciam crescendo, ainda meio tortas, perdendo sua principal característica. Outras foram vítimas da ação vandálica.

Em tempo: O Hibisco ou Hibiscus é um gênero botânico, inserido na família das Malváceas, possui aproximadamente 5000 variedades, com cerca de 300 espécies e vários híbridos. De pequeno porte, na fase adulta atinge entre 1,5 a 3,0 metros de altura e o raio de copa fica em torno de 1,0 metro, geralmente elíptico. É considerada a flor nacional da Malásia e do Havaí, e é, também, muito difundido no Brasil e em outros países tropicais e subtropicais. Sua floração é abundante em quase todo o ano, mas principalmente nos meses de primavera e verão. O nome Hibiscus significa Isis – deusa egípcia.

 

Fontes: Leda Saraiva Soares – A Saga das Praias Gaúchas (de Quintão a Torres); Torres: história em crônicas – Organizado por Débora Fernandes.

 




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