Parcerias para preservar Torres

"Gramado agrega, ano a ano, atrações aos atrativos já existentes na cidade e região. O mesmo acontece com Balneário Camboriú, de tempos em tempos surge algo novo, fruto do empenho do município e de investidores externos. E Torres? Bem, de uns anos para cá a cidade melhorou em alguns pontos, mas temos que investir cada vez mais na preparação da cidade para o morador e também para o turista (ou vice-versa)"

21 de janeiro de 2022

De um lado Gramado, de outro Balneário Camboriú, e Torres só observando (ou nem isso).

Gramado agrega, ano a ano, atrações aos atrativos já existentes na cidade e região. O mesmo acontece com Balneário Camboriú, de tempos em tempos surge algo novo, fruto do empenho do município e de investidores externos.

E Torres?

Bem, de uns anos para cá a cidade melhorou bastante. Dá para dizer que estamos no caminho certo, apenas atrasados, uns 20 ou mais anos. A estrutura que temos não é mais compatível com o número de habitantes e nem o de turistas que superlotam as ruas centrais da cidade. Temos que investir cada vez mais na preparação da cidade para o morador e também para o turista (ou vice-versa).

Já falei aqui, várias vezes no planejamento, é meu mantra, eu sei. Mas não tem como modificar nada sem antes planejar. Poderia enumerar diversas melhorias que a cidade e o município necessitam, mas seria em vão se não estiverem acompanhadas da projeção para os próximos anos.

Sei que muitos atrativos da cidade estão sucateados, outros foram revitalizados e até ficaram melhores do que eram, mas tem muita coisa para ser feita na base desta ideia de cidade turística.

Vejo ações atabalhoadas com resultados visuais aceitáveis porém com alto custo cultural (danos e descaso ao patrimônio histórico/cultural), isto no caso da praça da Prainha. Vejo descaso com o patrimônio edificado, no caso do “Torreão da Praia Grande”, não sei dizer quantas administrações passaram, todas tiraram fotos ao lado dele e prometeram restaurá-lo. O melhor que conseguiram fazer foi cercá-lo para não ferir ninguém.

Outro patrimônio esquecido é a antiga escola Marcílio Dias (que muitos chamam de Cenecista), que foi deixada “à Deus Dará” por várias administrações. Ela só é lembrada quando alguém a invade ou em véspera de eleição.

A primeira sede da SAPT (aquele prédio que chamam de Bar do Abrigo) é outro patrimônio que é apenas lembrado no início de cada temporada, quando ele é limpo, pintado de branco e detalhes azuis, trocado as vidraças quebradas durante o inverno, e… pronto para uma nova temporada, só isso!

Falando nisso estive ainda esta semana por lá, em uma reunião do Conselho de Cultura. Cheguei antes do horário e me deparei com vários indivíduos bêbados e/ou drogados que literalmente me correram de lá. Nosso patrimônio histórico está desamparado. Essa é a melhor (e menos ofensiva) definição que posso oferecer ao nosso leitor (torrense ou não).

Diante disso, fica até difícil de falar em investimento em novos atrativos ou incremento dos atrativos existentes, porém isso deve fazer parte da pauta dos gestores e da sociedade. A presença de investidores locais ou externos neste debate poderá retornar em melhorias para a cidade, como as que já estão ocorrendo. Mas como já disse, essas parcerias não podem simplesmente fazer as coisas do seu jeito, o poder público e das entidades fiscalizadores devem sempre ser consultadas. Justamente para não perdermos parte da nossa história e de nossos patrimônios culturais.

Essas parcerias poderiam recuperar para a população estas joias esquecidas, não apenas através de contrapartidas exigidas pela lei, mas como agradecimento à essa cidade que os acolheu e lhes deu (e ainda dá) oportunidade de crescimento e de geração de riqueza.

 

 




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