QUEM É ESTE CIDADÃO? Nomes de ruas na cidade de Torres

Escrevi, há algum tempo, sobre os nomes das ruas da cidade e vi que a maioria, ou grande parte, são de pessoas desconhecidas da maioria das pessoas. Por exemplo, todo morador de Torres passa pelo menos uma vez na semana pela avenida principal da cidade, a Av. Barão do Rio Branco, e posso adivinhar que a enorme maioria dessas pessoas não sabem quem foi o Barão e nem o seu nome (porque barão foi um título dado a uma pessoa)

diplomata, advogado, historiador e geógrafo fluminense José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. (FONTE da FOTO - Agência Brasil)
2 de abril de 2024

Escrevi, há algum tempo, sobre os nomes das ruas da cidade e vi que a maioria, ou grande parte, são de pessoas desconhecidas da maioria das pessoas. Por exemplo, todo morador de Torres passa pelo menos uma vez na semana pela avenida principal da cidade, a Av. Barão do Rio Branco, e posso adivinhar que a enorme maioria dessas pessoas não sabem quem foi o Barão e nem o seu nome (porque barão foi um título dado a uma pessoa).

Procurando no Google você achará facilmente: José Maria da Silva Paranhos Júnior (o Barão do Rio Branco), nasceu em 20.04.1845, no Rio de Janeiro e era filho do diplomata e político José Maria da Silva Paranhos, o visconde de Rio Branco. Foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil de 1902-1912. Passou para a história brasileira por ter resolvido importantes questões de fronteiras com a Argentina, França e Bolívia. Afinal, ele incorporou 900 mil km ao território brasileiro sem necessidade de conflitos armados.

São mais ou menos 400 ruas com nomes de cidades (Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Brasília), estados (Acre, Amazonas), lugares (Riacho, Itapeva, Salinas), dias importantes (Sete de Setembro, 21 de Maio), números (1, 2, 3), famílias nativas (Cunhas, Machado), acontecimentos (Independência), torrenses ilustres (Alfiero Zanardi, Alferes Manoel Ferreira Porto), e apenas dezessete nomes femininos, sendo dez de mulheres, aparentemente, torrenses. Digo aparentemente, pois esses nomes certamente renderão uma nova pesquisa para conhecer a história dessas figuras que mereceram ter seus nomes eternizados em ruas no lugar em que viveram.

Nomes de habitantes de pelo menos 200 anos, 100 anos, e os mais próximos meu tempo e contemporâneos de meus pais e meus. Gente que eu conheci, convivi por serem amigos de meus pais e até amigos meus. Muitos viraram nome de ruas e de uma forma ou de outra continuam fazendo parte da vida da cidade que nasceram ou escolheram morar.

Destaquei, dentre tantas ruas, alguns torrenses natos ou veranistas/figuras ilustres que frequentaram a cidade, dos quais consegui colher informações relevantes para conhecermos melhor cada um deles. Nesta semana vou falar das figuras que emprestaram seus nomes às primeiras ruas da cidade: O alferes, o padre e o empreendedor.

 

Alferes Manoel Ferreira Porto

Manoel Ferreira Porto nasceu em Porto dos Casais (Porto Alegre), era filho de um português e de uma negra livre. Seu sobrenome deve ser devido à terra de seus antepassados, a cidade do Porto, em Portugal. Foi batizado em 1765 na igreja de Viamão. Em 1803, o sargento Manoel Ferreira Porto fora designado para a chefia da Guarda das Torres e fixou residência nesta localidade.Chegou em Torres com sua mulher Jerônima e o filhinho de colo chamado Ricardo e, claro, com sua escrava “ama de leite” e outros agregados. Neste período o eixo populacional estava voltado para a área territorial, onde hoje se encontra a Itapeva, Estância do Meio (Arroio do Sal) e nas grandes propriedades de terras ao interior.  Sendo pioneiro, foi um dos responsáveis pelo povoamento inicial e a sua casa, supostamente, foi a primeira a ser construída na cidade. Em 1812 foi promovido a Alferes e comandou a Guarda das Torres nas visitas do bispo Dom José Caetano Coutinho em 1815 e 1816 e na passagem do imperador Dom Pedro I em 1826. Com a possibilidade de construção de uma capela na freguesia, o alferes influenciou para que fosse ao lado da sua casa. Esta decisão influenciou diretamente na demanda populacional, ou seja, a capela impulsionou o crescimento da comunidade no seu entorno.

 

Padre Lamonaco (Lomonaco)

Padre Giuseppe Lomonaco foi o vigário que mais tempo permaneceu na cidade, mais de um quarto de século nos anos de 1822 a 25, sendo até vereador. Nasceu na Itália, na cidade de Aieta e lá se tornou padre veio para Torres ser vigário da nova paróquia em 1894. Ele foi o responsável pela construção da única Torre da Igreja no ano de 1898, apenas quatro anos após a sua chegada. Morreu aos 90 anos e por incrível que possa parecer teve duas filhas. Foi enterrado no cemitério do morro do farol e quando este foi desativado seus restos mortais foram colocados na torre que construiu, onde permanece até hoje. Por incrível que possa parecer ele teve duas filhas, dizem ter sido reconhecidas por ele. Morreu aos 90 anos e foi enterrado no cemitério do morro do farol e, quando este foi desativado, seus restos mortais foram colocados na torre que construiu, onde permanecem até hoje.

 

José Antônio Picoral

José Antônio Picoral (Colônia São Pedro de Alcântara, Torres, hoje Dom Pedro de Alcântara, 25 de Julho de 1877 – Porto Alegre, 25 de dezembro de 1946) foi um comerciante, industrial e hoteleiro brasileiro, reconhecido como o pioneiro do turismo em Torres. Era filho do imigrante alemão, nascido no Estado da Baixa Saxônia, Anton Franz Piqural, no Brasil conhecido como Antônio Francisco, comerciante de miudezas e secos e molhados na Colônia São Pedro de Alcântara, e de Catharina Schwanck, filha do imigrante alemão Johann Sebastian Schwanck e sua mulher Theresa Lefhaar. Teve os irmãos Francisco Antônio e Marianna. O sobrenome paterno foi grafado também Picural e Piccoral. Picoral só se fixou a partir de 1909, quando do nascimento de seu primeiro filho. Quando pequeno José ajudou o pai nos negócios e viajava com ele a cavalo até a capital do estado, Porto Alegre, para trazer mercadorias. Estando o pai perto da morte, encaminhou o filho de 14 anos para trabalhar em Porto Alegre, colocando-o sob os cuidados da filha Marianna, que lá morava e já estava casada com o comerciante Jorge Justo Filho.

Na próxima semana  vou falar sobre outros nomes de ruas menos famosos e alguns de renome nacional e até internacional.




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