Com retomada nas reservas, hotelaria da região inicia uma ‘nova fase’ do mercado turístico

Conforme a presidente do Sindicato do Litoral Norte, feriado deste final de semana mostra que, principalmente os mais jovens, já estão querendo sair da quarentena e “turistar”

FOTO: Tem público mais liberal, bem como público que acha que os hotéis não deveriam estar abertos, conforme presidente do SHRBS LN (FOTO do Guarita Park Hotel - por Jennifer Pia)
14 de junho de 2020

Os hotéis no Brasil inteiro – e também no Litoral Norte do RS – fecharam totalmente, por decreto, na primeira etapa da pandemia do novo Coronavírus. No final do mês de abril, os estabelecimentos da área abriram em somente 20%, talvez porque as outras medidas de prevenção/contenção ao Covid-19 não permitissem que os hotéis e outros equipamentos turísticos funcionassem com viabilidade técnica e financeira. Isto aconteceu até o dia até dia 31 de maio passado, após a primeira flexibilização no Rio Grande do Sul. Mas agora com a nova flexibilização, conforme a torrense Ivone Ferraz, Presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Norte (SHRBS LN), está praticamente tudo liberado para operar (com medidas de prevenção) e 80% dos estabelecimentos da região do Litoral Norte do RS estão abertos. E no  sul de Santa Catarina, onde a dirigente opera um  hotel e também participa do trade de turismo regional,  a resposta a abertura é a mesma. Ivone acha que os outros 20% ainda fechados, provavelmente já no início da pandemia, planejaram fazer a volta às atividades somente no segundo semestre deste ano.

 

No feriado de Corpus Christi houve grande procura

 

Segundo informa Ivone Ferraz, no feriadão de Corpus Christi houve reservas a ponto de lotar a capacidade da hotelaria permitida pela lei, que é limitada.   A sindicalista gaúcha e catarinense apostaria que, “se tivesse permissão para oferecer 100% das acomodações da hotelaria, o litoral iria conseguir lotar a maioria dos hotéis”.

A FOLHA perguntou sobre o tipo de público que está procurando a hotelaria neste momento, onde a pandemia ainda é uma realidade e as medidas de contenção ainda existem em muitas cidades. Ivone Ferraz explicou que o Público está polarizado entre os que não se importam muito com os riscos da pandemia e os que opostamente acham que, inclusive, os hotéis não deveriam estar abertos. Mas a sindicalista disse que também existe um público mediano, que busca os hotéis, mas que parece ter muitos cuidados no convívio durante a hospedagem, sempre se desinfetando com álcool e com cuidados firmes perante a proximidade entre eles e outras pessoas. Ou seja: um grupo que está fazendo turismo, mas que está ainda muito preocupado com os dados e os efeitos da pandemia.

O público mais velho, talvez por ser de risco e ser aconselhado a se cuidar mais ainda, parece não estar ainda procurando hospedagem e turismo. Os mais jovens, entre 20 e 40 anos, ao contrário, estão buscando aos poucos irem voltando ao dia a dia – sendo em torno de 80% dos hóspedes que fizeram reservas.

 

Medo ainda é o inimigo da volta do mercado

 

Para Ivone Ferraz, o sentimento de medo sobre a pandemia, repassada por empresas de comunicação, é o maior problema de uma retomada no mercado turístico. Ela acha, também, que prefeituras que possuem hotelaria em seu espaço de gestão deveriam minimizar ao máximo os decretos de obrigações ou de restrições de operação comercial nas localidades, para que as empresas possam oferecer o turismo. Isto para os que se interessam pelo consumo turísticos possam fazer sem sentir tanto medo, quando do efetivo consumo dos pacotes comprados. Para Ivone, “não adianta as autoridades liberarem o turismo e a hotelaria se não existe como chamar o consumidor para usufruir do produto, porque a comunidade não oferecem opções de consumo e de segurança de hospedagem e acolhimento”.

 

Campanhas afirmativas sugeridas

 

Como dirigente de setor turístico da região como um todo, a sindicalista Ivone Ferraz acha que os governos – federal, estadual e municipal – deveriam ajudar as empresas a se manterem vivas estruturalmente através de empréstimos e subsídios. Mas estes entes públicos deveriam principalmente promover campanhas de apoio ao setor no sentindo de, pelo menos, incentivar as pessoas para que voltem a viajar aos poucos, sem medo de adoecerem.  Ela pensa que não adianta ajudar as empresas do setor se manterem vivas através de empréstimos, se não houver medidas estruturantes e institucionais de incentivo ao consumo.

 

 


Publicado em: Turismo






Veja Também





Links Patrocinados