No dia 22/03 foi celebrada mais uma edição do Dia Mundial da Água, e o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba realizou diversas atividades para comemorar esta data importante. As atividades começaram no dia 20, com uma palestra e apresentação do audiovisual do comitê Mampituba sobre Educação Ambiental para a E.M.E.F. Manoel Rodriguez da Silva, no Passo de Torres, SC, para as turmas dos 4º e 5º anos, sobre a importância da preservação das águas. Ao final foi feita uma roda de diálogos em que se pode trocar experiências e responder perguntas.
No dia 21, véspera do dia mundial da água, o Secretário Executivo do Comitê Mampituba, Prof. Dr. Christian Linck da Luz, foi entrevistado na Rádio Maristela, onde pode falar de maneira mais aberta para a comunidade sobre o panorama mundial da água, a situação do comitê e projetos futuros para região da bacia hidrográfica como, principalmente, a finalização do nosso plano de bacia.
Na parte da tarde do dia 21, foi realizada uma palestra na E.E.E.F. Manoel João Machado, Bairro São Braz, Zona Rural de Torres, também para as turmas do 4° e 5° anos, cuja temática foi semelhante a escola anterior.
No dia 22, para celebrar o dia mundial da água, o Comitê Mampituba em parceria com a ONG Onda Verde e o Pelotão Ambiental, fez a tradicional subida no Rio Mampituba para se verificar seu estado de conservação da mata ciliar e algum possível dano mais evidente. Neste ano ainda tivemos a inovação de levarmos um drone da OV em que se verificou o Arroio Sanga da Madeira, afluente da Lagoa Sombrio e após fomos até a Lagoa Morro do Forno em que se pode verificar elevado grau de assoreamento, tendo sua superfície quase que totalmente tomada por macrófitas aquáticas, destacando-se a fisionomia dos juncais.
Finalizando as atividades, no dia 28, o comitê foi até a E.E.E.F. N. Sra. da Glória, Bairro Pirataba, Zona rural de Torres e palestramos para as turmas dos 4º, 5° e 6º anos. O momento foi considerado especial para o Presidente do Comitê Mampituba, Alexandre de Almeida, por ele já ter estudado naquela escola e agora poder estar contribuindo para o aumento da consciência ambiental da comunidade escolar.
Perspectivas para 2019
O ano de 2019 promete ser de grande importância para o Comitê Mampituba, tendo em vista que no ano passado a entidade conseguiu avançar significativamente na construção do nosso plano de bacia, em que fizemos 19 reuniões e apresentações consultivas com as comunidades e representações, tanto do lado Gaúcho, quanto Catarinense. Agora vamos avançar para a finalização do nosso plano e finalmente, podermos através da cobrança pelo uso da água, implementar as metas eleitas pelos nossos representantes para termos o melhor futuro socioambiental da nossa Bacia Hidrográfica.
Sobre o Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU no dia 21 de Fevereiro de 1993, declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas, contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21, que foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992.
Mais de 2 bilhões de pessoas carecem de serviços básicos de saneamento básico no mundo, diz relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento mundial da água. A publicação da UNESCO Não Deixar Ninguém Para Trás será lançada nesta terça-feira (19) durante a 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça. De acordo com o relatório, apesar do progresso nos últimos 15 anos, o direito à água potável segura e limpa e ao saneamento é inacessível para grande parte da população mundial. Em 2015, três em cada 10 pessoas (2,1 bilhões) não tinham acesso a água potável e 4,5 bilhões de pessoas, ou seis em 10, não tinham instalações de saneamento com segurança.
De acordo com relatório da ONU-Água, a agricultura (incluindo irrigação, pecuária e aquicultura) é a maior consumidora de água globalmente, respondendo por 69% da retirada anual de água em todo o mundo. A indústria (incluindo a geração de energia) responde por 19% e as residências particulares por 12%. Segundo dados do relatório, houve um aumento de conflitos envolvendo água no período entre 2010-2018 se comparado com 2000-2009. Foram 263 conflitos em que a água teve um papel de destaque.
Segundo a ONU, as mudanças climáticas terão um impacto desproporcional no bem-estar dos pobres nas áreas rurais. No Caribe e na América Latina, somente 22% tem acesso a saneamento básico de qualidade. Populações pobres e marginalizadas serão afetadas de forma desproporcional, agravando ainda mais as desigualdades.
Desmatamento ameaçando ‘rios voadores’ e a natureza
Segundo Carlos Nobre do INPE, os ‘Rios-voadores’, que trazem chuva da Amazônia para centro e sudeste do país, podem estar ameaçados pelo desmatamento. A supressão de árvores na Amazônia preocupa os pesquisadores. O Inpe monitora o desmatamento, por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). Em 2018, foram desmatados 7.900km² de vegetação, 13,7% a mais do que em 2017.
“Se você pensar que a Amazônia já teve de 600 a 700 bilhões de árvores e hoje tem 400 bilhões, é de se preocupar. Se continuarmos nesse ritmo, o rio voador vai morrer. Eu comparo a floresta com uma bomba hidráulica. Se eu chego com uma marreta e arrebento a bomba, acabo com a irrigação da minha agricultura. Destruir floresta, destruir árvore, é quebrar a bomba que está irrigando o Brasil”.
Em apenas 6,5% dos rios da bacia da Mata Atlântica, a qualidade da água é considerada boa e própria para o consumo, de acordo com relatório divulgado hoje (22), Dia Mundial da Água, pela Fundação SOS Mata Atlântica. Dos 278 pontos de coleta de água monitorados em um total de 220 rios, 74,5% apresentam qualidade regular, 17,6% são ruins e, em 1,4%, a situação é péssima. Nenhuma amostra foi considerada ótima.
A fundação ressalta que os rios que se mantiveram na condição boa ao longo de anos, comprovam a relação direta com a existência da floresta, de matas nativas e as áreas protegidas no seu entorno. “O inverso também está demonstrado por meio da perda de qualidade da água, nos indicadores ruim e péssimo obtidos quando se desprotege nascentes, margens de rios e áreas de manancial, com o uso inadequado do solo e o desmatamento”, avalia a SOS Mata Atlântica