Encontro em Três Cachoeiras busca avançar na produção e comercialização do Açaí juçara

O Encontro sobre a Palmeira Juçara, na tarde de quinta-feira, 26 de maio, em Três Cachoeiras, pode ser o ponto de partida para consolidar o litoral norte do Rio Grande do Sul e o Sul de Santa Catarina como polo produtor dessa espécie chave da Mata Atlântica.

31 de maio de 2022

O Encontro sobre a Palmeira Juçara, na tarde de quinta-feira, 26 de maio, em Três Cachoeiras, pode ser o ponto de partida para consolidar o litoral norte do Rio Grande do Sul e o Sul de Santa Catarina como polo produtor dessa espécie chave da Mata Atlântica. A região conta com 72 famílias produtoras e cinco agroindústrias de processamento. Já a polpa é comercializada para mais de cem pontos de venda nas regiões de Porto Alegre e no leste de Santa Catarina, além do comércio institucional.

Esse potencial, somado à necessidade de adaptação da agricultura à emergência climática, levou o Centro Ecológico a organizar, na Casa da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Urbanas (AMTRU), uma reunião onde representantes de 17 entidades de oito municípios discutiram o que é preciso fazer para o açaí de juçara ser mais cultivado.

“Logo depois do ciclone vimos bananais praticamente arrasados. Uma das maneiras de trabalhar isso é construindo sistemas mais adaptados ao clima e o acaí de juçara faz parte desses sistemas mais resilientes”, explicou o professor André Gonçalves na abertura dos trabalhos.

Conforme Marcelo Vieira, da Agroindústria Morro Azul, de Três Cachoeiras e Wanderleia Reós, da Agroindústria Barbacuá, de Praia Grande /SC, a capacidade produtiva e a demanda são maiores que a quantidade de frutos disponíveis para despolpa. Por outro lado, as famílias que vivem da bananicultura, carro-chefe da economia agrícola da região,  poderiam diversificar e garantir mais renda por meio da palmeira.

Para o agricultor Nilson Bittencourt, os bananicultores resistem a cultivar a palmeira nos bananais, no entanto,  a árvore é mais resistente ao vento e leva entre seis e sete anos para produzir os primeiros cachos, que podem ter de oito até 15 quilos. Atualmente a Agroindústria Morro Azul paga R$ 3 reais por quilo de fruto e até os caroços são aproveitados em bolsas térmicas de uma empresa do Sul do RS.

 

Encaminhamentos

 

Depois das apresentações do professor André e da engenheira florestal Carla Dornelles do Centro Ecológico, os e as participantes avaliaram soluções para os principais gargalos produtivos da juçara. Promover intercâmbios entre pessoas e organizações envolvidas na produção e consumo, mutirões com capacitação, elaboração de um manual de manejo e plantio e divulgação, foram algumas propostas levantadas.

Representante da Cooperativa de Consumidores de Três Cachoeiras (Coopet), o  biólogo Sidilon Mendes sugeriu a possibilidade da região ter uma envasadora de palmito ecológico e se dispôs a pesquisar a viabilidade da planta.

 

Participantes

 

Participaram organizações de Morrinhos do Sul, Três Forquilhas, Maquiné, Imbé, Três Cachoeiras, Torres, Itati e Praia Grande, de SC.

 

Grupos de agricultura ecológica – Associação dos Colonos Ecologistas da Região de Torres Núcleo Raposa (Acert Raposa) – Boa União – Casa Juçara – Ecotorres do José – Grupo Verde Vale – Rio Bonito – Sementes do Amanhã

 

Agroindústrias – Agroindústria Familiar Barabacuá (Praia Grande/SC) – Agroindústria Ecológica Morro Azul – Associação de Mulheres Agricultoras para o Desenvolvimento Comunitário de Três Forquilhas (Amadecom)

 

Cooperativas de consumidores – Cooperativa de Consumidores de Produtos Ecológicos de Três Cachoeiras (Coopet) – Cooperativa de Consumidores de Produtos Ecológicos de Torres (Ecotorres)

 

Entidades de assessoria – Associação de Estudos e Projetos com Povos Indígenas e Minoritários (Aepim) – Centro Ecológico

 

Indígenas – Aldeia Indígena Mbya Guarani de Maquiné

 

Sindicatos – Sindicato dos Trabalhadores  e Trabalhadoras Rurais de Três Cachoeiras

 

 


Publicado em: Meio Ambiente






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