No início da tarde desta segunda-feira (20 de julho), um grupo de comerciantes estabelecidos em de Torres posicionou-se em frente à sede da Câmara Municipal de Vereadores local, com o objetivo de reivindicar que os vereadores se juntem a um movimento municipal, buscando articular e construir uma nova forma de isolamento social em Torres.
A justificativa deste movimento é a de que comerciantes e comerciários estariam correndo riscos de perda de suas atividades e sustento, por conta das medidas compulsórias de contingenciamento do comércio, decorrentes das estratégias estaduais de combate a proliferação da Covid-19. Pelo pronunciamento feito em frente aos vereadores, que educadamente receberam os manifestantes na entrada da Câmara, os comerciantes pretendem construir um movimento apartidário para que a cidade trabalhe junta no sentido de pedir socorro à sociedade com as seguintes pautas iniciais:
1 – Flexibilizar a operação do Comércio.
2 – Melhorar a relação entre estabelecimento comercial e clientes para diminuir o risco de contágio.
3 – Colaborar para que regras de utilização das calçadas no centro (onde existem os comércios) sejam mais bem feitas e fiscalizadas.
4 – Criar uma ‘subregião nova’ no distanciamento controlado, para que a cidade de Torres se separe da região de Capão da Canoa (da qual atualmente faz parte) e que, consequentemente, não pague por números de outras cidades (no que se refere aos dados de contaminados e internados pela Covid-19) .
5 – Pedir que a secretaria de Saúde do RS indique medicamento profiláticos contra a Covid 19 antes de contaminações, citando nomes de medicamentos já utilizados em outras cidades do Brasil. Tudo de forma EMERGENTE.
A seguir. O presidente da Câmara de Torres, vereador Fábio da Rosa, em nome dos vereadores ali presentes ( e em nome de toda a Câmara), informou aos manifestantes o que já teria sido definido em reunião: que junto com o prefeito Carlos Souza, a Câmara irá entregar as reivindicações – pessoalmente ao Governador do Estado, Eduardo Leite e a sua comissão técnica – para que, se possível, o governo dê sinal positivo para este projeto de articulação local, ou que se manifeste com outra alternativa para resolver as demandas de Torres.
Bandeira Vermelha e recuo
Torres está sob a “Bandeira Vermelha” na classificação de risco estabelecida pelo governo do Estado. No início da pandemia, quando não havia ainda o distanciamento controlado, a cidade fechou até mais do que está fechada atualmente. Depois, caíram um pouco as exigências e na primeira fase da classificação: Torres e o litoral ficou na Bandeira Amarela (baixo risco para Covid-19), passando a seguir para a Bandeira Laranja (médio risco). No entanto, nas últimas semana, com o aumento de casos em toda a região e o aumento do percentual de uso dos leitos das UTIs nos hospitais regionais, o Litoral Norte passou para a bandeira vermelha (risco alto), tendo então que endurecer novamente as medidas de contenção, com o comércio regredindo novamente e fechando muitas operações (ou parte delas) por causa das regras compulsórias. E é isto que reclamam os comerciantes que se manifestaram.
O Prefeito de Torres, Carlos Souza tem se mobilizado em prol dessa causa, articulando-se para baixar a classificação do município para Bandeira Laranja praticamente, tendo feito pedidos de revisão junto ao governo (justificados por relatórios locais de indicadores da Covid-19 na cidade). Mas o governo do Estado do RS, nas duas vezes onde esta demanda foi julgada, não deferiu os pedidos. E assim, Torres (e o Litoral Norte) seguem para a quinta semana na bandeira vermelha.
*Editado por Guile Rocha