Movimento do início do Veraneio em Torres é “diferente”, mas números são praticamente os mesmos do verão passado

Aumento de estrangeiros que não são argentinos e falta de padrão nos dias de permanência dos turistas são os itens que deixam a temporada em aberto

30 de janeiro de 2018

Para comerciantes de gastronomia do Calçadão da Praia Grande de Torres, o tráfego de pessoas à noite tem sido muito menor do que em outros anos. Mas o movimento para o almoço no mesmo lugar se agita, principalmente nos buffets. Já entre os hoteleiros torrenses, a reclamação é pela falta de padrão no número de dias de permanência dos turistas que se hospedam em hotéis. Mas eles não reclamam do movimento em geral, que foi até um pouco mais forte neste réveillon que no ano anterior.
Estas são algumas das características de diagnósticos feitos por para A FOLHA junto a empresários e dirigentes de entidades ligadas ao Turismo nos últimos dias. A pergunta foi padrão: sobre o movimento entre o Natal do ano de 2017 e a primeira quinzena deste mês de janeiro de 2018.

Para uns aumentou e para outros diminuiu

Conforme informa a presidente do Sindicato de Hotéis do Litoral Norte (SHRBS LN), Ivone Ferraz, o segmento da REGIÃO procurou planejar as reservas com antecedência. E o resultado foi AUMENTO dos dias de estadas médias, de finais de semana (2 a 3 dias) para períodos mais longos. E o resultado deste aumento de reservas mais longas gerou falta excessos de reservas (Overbooking) nos finais de semana, principalmente nos períodos próximos da virada do ano.
Já para a presidente da Associação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Torres (AHBST), Clarissa Raupp, a característica dos hospedes da maioria dos Hotéis aqui na cidade (deixando de fora os pacotes vendidos com antecedência) foi de ficarem períodos desarmonizados. Uns ficam poucos dias, ou apenas um dia hospedados; mas outros aumentam a média, dificultado o planejamento do trabalho de hospedagem dos hoteleiros. A dirigente da entidade que fomenta os hoteleiros e restauranteiros associados em Torres mostra que a média de ocupação (seja para dias de semana ou finais de semana) na categoria têm sido de 85%. Durante o Réveillon em Torres ocorreu falta de leitos, portanto os hoteis estavam 100% cheios, em toda a cidade. Mas foi somente no feriadão. Em muitos estabelecimentos, os dias anteriores e posteriores ao Ano Novo 2018 não se mantiveram plenamente cheios como no ano passado – quando, ao contrário, não houve lotação na virada de ano, mas manteve-se a lotação maior nos dias anteriores e posteriores ao Réveillon 2017.

Argentinos diminuem, mas aparecem uruguaios, chilenos e paraguaios

Quanto à presença dos argentinos e turistas da América Latina, o movimento em Torres se comporta de forma similar às estatísticas vindas do Estado de Santa Catarina, onde mede-se o sistema de entrada dos turistas estrangeiros de forma sistemática. Conforme a AHRBS, a presença dos hermanos diminuiu em torno de 15% em relação ao ano passado. A informação, medida pela associação torrense, bate com o levantamento de A FOLHA feito em estatísticas de Santa Catarina no mesmo período, o que da ênfase a informação (já que a maioria deles entra pelo RS).
Mas conforme o Gerente de Hospitalidade do Hotel Encantos de Torres, Francisco Portela, a presença de um turista “não argentino” em cada quatro castelhanos que chegam ao hotel têm sido o comportamento novo apresentado neste ano. E isto significa um aumento significativo da participação de turistas principalmente de países como Chile, Paraguai e Uruguai em Torres, o que é de se comemorar como um novo feito. Portela aponta os mesmos 85% de ocupação média divulgados pela AHRBS, o que também reforça a tendência, já que o hotel Encantos é parte de uma rede estadual.
Para Antônio Carlos Pozzi, diretor do tradicional Farol Hotel, o movimento em geral na hospedagem foi igual ao do ano passado, embora tenha centrado o movimento nos finais de semana e feriadões. Os argentinos hospedados no hotel também ficaram em número igual ao do ano passado. Mas para o diretor do Farol, “visualmente a presença deles está menor na cidade”.

Resto do veraneio pode ser mais fraco. Chuva tem atrapalhado

Já no início da segunda quinzena do veraneio de 2018, os números das fontes (proprietários de restaurantes e hoteis) consultadas por A FOLHA dão conta que já estão 20% abaixo do mesmo período do ano passado. O diagnóstico é de que a chuva mais presente no período tem sido a causa da diminuição da lotação nos hotéis. Mas existe a desconfiança que a crise na economia ainda possa estar fazendo efeito na diminuição do movimento, como vêm ocorrendo nos últimos anos, no Brasil e no RS.


Publicado em: Economia






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