A história do surf gaúcho vive na Guarita

1 de abril de 2014

 

Novamente, a nossa Praia da Guarita serviu de palco para o evento que resgata a memória do surf gaúcho: o Madeirite Trópico. Os pioneiros do esporte no RS foram homenageados neste último final de semana (29 e 30), num evento que atraiu mais de quatro mil pessoas para a beira da praia (segundo dados da organização do evento). O Madeirite também contou com a ilustre presença do tricampeão mundial Tom Curren, além de novos e antigos talentos, que homenagearam o esporte da melhor maneira possí­vel: entre ondas e amigos.

O tempo ajudou e as ondas também não deixaram a desejar.  Os surfistas estiveram divididos em 9 categorias entre feminino e masculino, crianças e veteranos, pais e filhos. Em algumas baterias haviam cerca de 15 surfistas na água (enquanto nas competiçíµes de surf tradicionais, o máximo de competidores por bateria é de 4). Mas no Madeirite Trópico, a competição não é mesmo o foco, mas sim a confraternização entre as geraçíµes do surf. Foram dois dias para reviver histórias e amizades, celebrar dentro e fora da água.

Quem esteve presente na Praia da Guarita pode evidenciar que, para alguns veteranos, surfar é que nem andar de bicicleta: não se esquece. Um dos que se destacaram foi Paulo Sefton “ tetracampeão gaúcho entre 1969 e 72 – que mostrou que continua no domí­nio das ondas com seu longboard, e faturou a categoria anos 70. Alexandre Bayma Menezes “ um dos desbravadores do surf gaúcho nos anos 60 “ também mostrou que continua conhecedor das ondas. Ele foi homenageado pela organização do Madeirite Trópico, e falou com A FOLHA sobre a lembrança. Me sinto honrado por ter sido lembrado e infelizmente merecemos a homenagem, pois a idade está chegando (risos). Acho que é importante fazer um reconhecimento a todos os surfistas locais aqui de Torres, a eles que dedico a homenagem. E sobre o   Madeirite, é um reencontro entre pessoas que não ví­amos há anos: Todo mundo meio barrigudo, cabelo branco, meio careca, mas o espí­rito do surf continua lá, não envelhece. concluiu Alexandre.

 

Neco Padaratz e Pedra: amizade ˜das antiga™

 

 

 

FOTO: Neco e Pedra são amigos desde os 10 anos

 

Dentro d™água estiveram ainda atletas profissionais do ní­vel de Rodrigo Pedra Dornelles e Neco Padartz.  O jornal A FOLHA conversou com Neco, bicampeão mundial do WQS (a segunda competição do surf mundial em importância) e vencedor de duas etapas do WCT. Local de Baneário Camboriu (SC), o surfista falou de sua antiga relação de amizade com o nosso í­dolo torrense, Rodrigo Dornelles. Conheço o Pedra desde os 10 anos (há 27 anos), quando fiquei na casa dele aqui em Torres. Na época a gente seguia os passos do ˜Fogo™ (irmão do Pedra), que já fazia bonito nas competiçíµes. Poder trazer lá de traz a memória de algo que ainda hoje está vivo é muito bom, disse Neco, que parou brevemente a entrevista para falar com seu filho, para depois complementar.   Eu sou padrinho do filho do Pedra, e o Pedra é padrinho do meu filho também. Além disso, nossas mulheres são amigas de infância. Com isso tudo dá para perceber o quanto a nossa amizade é antiga e forte finalizou Neco, que pousou para uma foto ao lado do amigo Rodrigo Pedra Dornelles.

 

Educação ambiental e festa oficial

 

O Projeto Praia Limpa Torres também foi convidado a integrar o Madeirite, sendo que uma palestra de educação ambiental foi ministrada aos pequenos presentes na Guarita, passando a mensagem de preservação das praias. Além disso, o grupo inovou ao disponibilizar lixeiras na beira mar fabricadas com material reciclado – no caso pneus – para separação de resí­duos. Haviam ainda bituqueiras para cigarro feitas com canos de PVC.Já na noite de sábado (29) ocorreu a festa oficial, no Bora Bora, onde muitas homenagens também foram feitas. Além disso, o lendário Tom Curren trocou a prancha pelo violão, e fez um pocket show para o público presente.Além dele, a banda Second Hand Sublime também contagiou o público na noite de sábado.

 

Empresários em evidência

 

Vários empresários gaúchos, entre eles Andre Johannpeter e Dado Bier, também estiveram prestigiando o evento e marcando presença dentro d™água. O patrono do Madeirite foi o proeminente Jorge Gerdau, considerado o primeiro surfista dos mares gaúchos. Organizador do evento e proprietário da Rede Trópico, Gustavo Guga Schifino recordou o objetivo do Madeirite Tivemos mais de 300 competidores unindo as geraçíµes neste evento, o pessoal da velha guarda mostrando a camaradagem do surf de décadas atrás para os mais jovens. Torres está de parabéns também, tanto pela história relacionada ao surf como pela acolhida ao Madeirite, destacou Guga Schifino, já fazendo a chamada para a quarta edição do Madeirite Trópico, que deve ocorrer em março de 2016.

 

Confira os vencedores  

 

Taça Trópico: Rodrigo "Pedra" Dornelles

Anos 70: Paulo Sefton

Anos 80: Roberto "Caverna" Wolf

Pais e Filhos: Romulo Costa e Famí­lia

Sementes 12 anos: Caique Garcia

Sementes 9 anos: Maria Emanuele


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