ANTí”NIA

1 de julho de 2010

                   

                          Sempre que penso em Antí´nia, penso em Antí´nia do Caetano, penso em Antí´nia dos sete filhos, penso em Antí´nia procriadora e criativa cujos sete filhos todos têm dois nomes e todos os nomes são iniciados com a letra L. Sempre que penso em Antí´nia, penso em Antí´nia das cozinhas dos Encontros Religiosos, dos Encontros de jovens, de casais, de professores, penso em Antí´nia das panelas de comilanças fartas e saborosas e dos bules de café e de chá quentinhos. Encontro sem Antí´nia na cozinha era Encontro fadado a percalços e dificuldades, pois na cozinha desses Encontros não se fazia apenas comida e café, se fazia acima e antes de tudo, oração, muita oração pelos que lá estavam tentando achar um caminho, pelos que lá estavam ajudando outros a se acharem a si mesmos. Quando penso em Antí´nia nos Encontros, penso em Antí´nia rezadeira, puxando o terço naquela enfiada de Aves Maria entremeadas de Glórias e Pais Nossos, penso em Antí´nia que puxava cantos de fervor e alegria, penso em Antí´nia vestida em seu avental estampado e revestida de sua sabedoria de bem servir ao Senhor, penso em sua enorme alegria e em seu sorriso solí­cito para tudo que pedí­amos ao pessoal de serviço, especialmente ao pessoal da cozinha, penso em Antí´nia de bochechas rosadas preparando aquele chazinho especial para dor de barriga que não era nada mais que dor de alma mexida e remexida pelos temas das palestras e pelo clima altamente emocional e envolvente criado pela estrutura e dinâmica dos Encontros. Quando penso em Antí´nia penso nas centenas de pessoas que conhecemos naqueles Encontros, pessoas adiantadas em suas caminhadas e abertas na ajuda ao próximo e pessoas desencontradas buscando braço amigo para lhes dar amparo.  

 

                      Quando penso em Antí´nia, penso nas missas de todos os domingos e no Coral cantando e Antí´nia rezando. Quando penso em Antí´nia penso nas Romarias de final de maio para a gruta de Nossa Senhora na Colí´nia São Pedro e em Antí´nia de pernas roliças e bumbum farto, rosário na mão, reza na boca e pés firmes, passo a passo, ligeira, que mesmo sendo bem mais adiantada em idade que a maioria dos demais romeiros, seguia firme na linha de frente liderando a marcha dos demais romeiros, sempre ao lado das suas companheiras de viagem.

 

                        Quando penso em Antí´nia penso na mãe, na avó, na bisa, rodeada de um mundão de gente dessa famí­lia que fundou e criou com Caetano ao lado. Ele se foi. Ela ficou. Mas não foi por ter ficado sem a companhia carnal do seu amado que Antí´nia desanimou. Continuou firme e agora fez oitenta anos. Uma festa linda, repleta de presenças queridas, claro da filharada, da netarada e dos bisnetinhos, dos genros e noras, atuais e ex, dos namorados e pretendentes a entrarem na famí­lia, repleta de parentes em todos os graus, repleta de amigos, de companheiras de jornadas, com a presença do seu doutor que há tantos anos acompanha de perto sua saúde e que deseja acompanhá-la por muitos anos ainda. E todos lhes demos Parabéns pela vida linda que logrou viver. Todos lhe desejamos Felicidades nesse aqui e agora. Mas nesse texto Antí´nia, quero te dizer uma palavra, uma só, em meu nome, em nome de todos que sabendo ou não da tua presença contaram contigo nos Encontros dos quais um dia participaram, cruzaram com teu sorriso aní´nimo e se beneficiaram de tua fé incontestável sem sequer te conhecerem, em nome também de todos que foram teus parceiros naqueles dias de buscas e de encontros, cada qual na função que lhe cabia executar, em nome de todos quero te dizer   Obrigado, um Obrigado do fundo do meu coração, um Obrigado porque um dia cada um de nós contou contigo em sua vida, sabendo ou não, contou com o teu gesto incomensurável de fé e de solidariedade.Obrigado, Antí´nia!


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