Foto de satelite do ciclone, que invadiu a cosa gaúcha e catarinense no final de março de 2014
O sábado, 27 de março de 2004, foi marcado por um caos de informação na mídia e autoridades perdidas sobre como reagir a um desastre que se avizinhava. Só quem viveu o momento pode saber o que foi o vento. Mal detectado por instrumentos, subestimado por meteorologistas, o furacão Catarina atingiu 200 quilí´metros de área entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na madrugada de 28 de março de 2004, há 10 anos atrás. Em pouco tempo, as rajadas atingiram 150 km/h. Com chuva intensa, a cidade ficou sem luz, os telefones pararam de funcionar, e a água tomou conta de muitos locais. O vento colocou casas e arvores literalmente ao chão, quatro pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas.
Uma conjugação de fatores possibilitou que o fení´meno invertesse a lógica de se dissipar no mar. O que não quer dizer que não possa se repetir. Segundo meteorologistas consultados pela Zero Hora, uma coisa é certa: a região do Litoral Norte gaúcho e Sul-catarinense é propícia aos exageros climáticos, que podem estar se exacerbando por causa do aquecimento global. E as últimas duas chuvaradas, que inundaram nossa Torres, deixando desabrigados e causando muitos danos, são indícios desta previsão.
Sem explicação
Até hoje, não há uma resposta exata sobre o que provocou o fení´meno. Muito se discutiu, e atualmente vários especialistas concordam que se tratou do primeiro furacão registrado no Brasil. í‰ um fení´meno que, pela teoria, nunca poderia existir no Hemisfério Sul. Nenhum sistema meteorológico viria de Leste para Oeste, e sim ao contrário, ou seja, do continente para dentro do oceano. O mar, naquela época, estava com temperatura da água em torno de 27 ºC, 28 ºC. A temperatura média do nosso oceano é de 23 ºC, e a água quente faz com que furacão ganhe força. Ele vai procurar sempre água mais quente