FAMíLIA GASTRONí”MICA: Dois irmãos, duas pizzarias, uma paixão em Torres

16 de maio de 2016


Alexandre (e), Cláudia e o irmão César (centro) e o pequeno Felipe (d): Familia pizzaiola


O amor pelas pizzas artesanais e o forte laço familiar fez dois irmãos abrirem o mesmo ramo gastroní´mico a cerca de 50 metros de distância um do outro, em Torres. O melhor de tudo isso é que, ao invés de competirem, eles se ajudam, trocam receitas e acreditam que a relação fraterna está acima de tudo.


 
Por Maiara Raupp
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Para quem acha que os irmãos César Moraes e Cláudia Moraes – proprietários respectivamente da pizzaria Panzerotti e Manjericão (ambas na beira do rio Mampituba em Torres) – são concorrentes, acertou. Mas é um a concorrência saudável, onde a relação de irmão vem acima de tudo.
A história de César e Claúdia com as pizzas artesanais surgiu há cerca de 30 anos.   Até 1986, César se dedicou ao ramo calçadista, em Novo Hamburgo. Antes de começar a crise no setor, em decorrência da chegada dos calçados importados, ele conseguiu vender a empresa. Com um dom para os trabalhos manuais, César aproveitou a casa que tinha em Porto Alegre, que era destinada ao estoque dos calçados, para reunir amigos e fazer como se fosse um rodí­zio de pizzas, já que eram acostumados a frequentar pizzarias pela capital. Acabou que um simples hobby passou a virar coisa séria. César fez de sua casa um laboratório gastroní´mico. Foi estudando receitas, fazendo testes, escolhendo ingredientes mais diferenciados, se aprimorando e fazendo crescer a vontade de tornar a pizza um trabalho diário.
No meio dessas experiências, estava Claúdia, sua irmã e companheira de todas as horas. Ela sempre esteve junto, apoiando e participando dos ˜laboratórios™ – tanto do ramo calçadista como das pizzas artesanais.
A partir da descoberta do amor pelas pizzas, César resolveu empreender. Foi para a Praia do Rosa (SC) passar o verão na casa do irmão e teve a ideia de construir um forno de barro para fazer pizzas durante as férias. A ideia deu tão certo que nasceu a famosa pizzaria Margherita. Mesmo com o sucesso do empreendimento, César precisou voltar para Porto Alegre. Logo após, mudou-se para Pelotas, onde fez cursos da doçaria pelotense, montou uma fábrica de doces e salgados, mas o amor pelas pizzas era algo mais forte. Foi quando decidiu abrir em Pelotas uma tele-entrega de pizzas, que teve grande sucesso.

 


E a Manjericão nasceu


Com a transferência do esposo de Claúdia (que era funcionário público) para Torres, a famí­lia toda veio para a mais bela praia gaúcha. Mesmo longe, Claudia acompanhava o irmão nas aventuras gastroní´micas, o que de certa forma fez ela descobrir que também se identificava com aquele mundo.
Na brincadeira começaram a fazer pizzas todo o final de semana para a famí­lia e vizinhos torrenses. César inclusive construiu um forno de barro na casa de Cláudia, que existe até hoje. Com o apoio do marido Alexandre e dos filhos, Gabriel e Camila, foram se aprimorando na experiência inicial. Os vizinhos elogiavam as pizzas e questionavam o porquê não abrir uma estabelecimento. Foi aí­ que, em 2002, já instalados em Torres desde 1990, Cláudia e a famí­lia resolveram abrir a Pizzaria Manjericão “ com a paixão de Cláudia pelas pizzas, com a experiência do filho Gabriel (que já havia trabalhado com o tio na pizzaria da Praia do Rosa), e com a boa vontade da filha Camila. Juntos abriram um empreendimento inovador, de referência que é sucesso desde o dia 29 de dezembro de 2002, quando foi inaugurado.
De lá para cá a Manjericão só cresceu. Os filhos de Cláudia se formaram em gastronomia e, hoje, além das pizzas, a Manjericão serve fondue durante o inverno. Abriram ainda em anexo um espaço de comida oriental, em funcionamento há seis anos. Hoje, o filho mais novo, Pedro, também ajuda nos negócios, e impulsionou o Garden Torres, um novo espaço noturno (que eventualmente promove festas no local).
A Manjericão foi ainda reconhecida nacionalmente por suas pizzas. Por três anos consecutivos (2007, 2008, 2009) foi premiada como a melhor pizza do Rio Grande do Sul e pela Copa Brasileira de Pizzarias, sendo considerada a quarta melhor do Brasil em 2009.  As pizzas premiadas tem até nome: Bella, Fiorentina e Pearl Jam.

 
Pizza Bella foi uma das premiadas na copa brasileira de pizzarias

 

Panzerotti: produto, ambiente, atendimento e cultura

 

César trabalhou durante uma temporada ajudando a irmã na Manjericão e inclusive vendeu doces de Pelotas, feitos por ele, como sobremesa. Foi quando resolveu abrir seu próprio empreendimento, no centro de Torres. A pizzaria Panzerotti, para quem lembra, iniciou na rua Coronel Pacheco, se transferindo para a beira do rio em 2007. Mas desde o iní­cio, César   prima por uma combinação de quatro itens para agradar seus clientes: produto, decoração, atendimento e cultura.
Nosso produto é a pizza, feita em forno a lenha, com a massa fininha e crocante, assada na pedra com ingredientes selecionados, e servida em um refratário para manter o calor", indica César, que continua. "A decoração pode ser considerada como um estilo rústico chique, com três lareiras acesas durante o inverno, uma iluminação leve e mobiliário colonial, dando um toque simples e sofisticado ao mesmo tempo. Tudo para proporcionar um ambiente o mais agradável possí­vel. O atendimento é personalizado, feito por funcionários treinados, pois cada cliente é um cliente especial. A cultura também merece destaque na Panzerotti, e por isso já trouxemos para Torres shows de alta classe como Luí­s Fernando Verí­ssimo, Nei Lisboa, Dante Ramon Ledesma e Nelson Coelho de Castro, disse César, acrescentando ainda que o resultado dele nunca é 100%, mas sim 200%.

 

Ambiente agradável e diferenciado é uma das prioridades da Panzerotti

 

 

Cases de sucesso

Hoje César e Cláudia são um case de sucesso tanto na área profissional como na familiar. Se tornaram proprietários de duas pizzarias com conceito internacional, localizadas na rota gastroní´mica de Torres, e que abrilhantam a cidade por seus ambientes agradáveis, excelência em atendimento e pizzas deliciosas.
Na relação de irmão, o amor supera tudo. Indicam um o empreendimento do outro, fornecem ingredientes caso falta para algum, estão sempre melhorando e crescendo juntos. Somos irmãos acima de tudo e quando fazemos o que se ama, com perseverança, nada mais importa. O retorno vem com o tempo, concluiu César.  

 


 

 

 

 

 


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