Iní­cio de um novo tempo?

21 de junho de 2010

 

Uma coisa é certa…

   

A única coisa que pelos discursos dos candidatos í  presidência do Brasil está certa é a manutenção do programa Bolsa Famí­lia. Como é do governo Lula, a candidata do PT Dilma, é claro, o mantém.   Já o candidato dos tucanos José Serra afirma no programa do partido que também o manterá e que aumentará o número de pessoas beneficiadas e a quantidade dos benefí­cios, qual seja, um Bolsa Famí­lia Turbinado.

 A candidata do PV Marina Silva também afirma nas entrevistas pré- eleitorais que manterá o benefí­cio, embora diga que trocará o formato.

Nestes momentos é que se vê que poucos têm a coragem de questionar um plano que, bom o ruim, beneficia diretamente quase 50 milhíµes de brasileiros, o que quer dizer que o Bolsa-Famí­lia praticamente está se tornando vitalí­cio. E vitalí­cio porque ele, por si só, tem o poder de decidir uma eleição. A menos que um dos candidatos esteja mentindo, o que não é novidade na polí­tica brasileira. Mas coragem para dizer que vai mudar, ninguém arrisca…

 

   

O problema não é o benefí­cio, mas a didática dele…  

   

Para os que não acreditam (como eu) em programas que esperam incluir pobres na sociedade através de transferência direta de dinheiro como o Bolsa-Famí­lia, dentre outros, acho que, como eu, as pessoas que discordam disto também discordam da didática que ele deixa como legado í s famí­lias. O plano em si é bom, aquece a economia e mata muita fome por aí­, mas e o custo disto no futuro?  

Acho que planos de transferência direta de renda só podem ser implantados quando as premissas do coletivo do povo estão supridas. Antes de todos terem acesso gratuito a uma Educação de qualidade, a uma Saúde no mí­nimo descente, í  compra de moradias com financiamentos que entrem em qualquer baixo orçamento, mesmo que as casas sejam simples, a de ter esgoto, água e calçamento nas ruas que moram os pobres, dentre outras demandas, não é coerente que se gaste dinheiro público em transferências diretas.  

Antes de uma nação ter quase que empregabilidade total para a demanda, não é didático para uma famí­lia e para o exemplo que deixa para seus jovens, principalmente, que a mãe ou o pai recebam dinheiro do paí­s sem antes  o paí­s cumpra exigências básicas e vitais para o coletivo onde vivem estas mesmas famí­lias cadastradas nos programas.  

Como fica um jovem que nasce em uma famí­lia pobre no sertão do nordeste do Brasil e vê seus pais receberem dinheiro do governo quando não existe sequer água para irrigar a lavoura de subsistência? Como um filho de uma famí­lia pobre de uma vila de uma cidade grande vê sua mãe ter de caminhar na chuva várias quadras, sem nenhuma parada de í´nibus coberta, para pegar um í´nibus que passa de hora em hora e exige que se vá de pé no percurso, para sair justamente para buscar o dinheiro do governo, como se ele (o dinheiro) fosse uma remissão do pecado do Estado por deixar aquelas comunidades pobres sem infraestrutura, esgoto, água, enfim…  

Acho que a cabeça deste jovem adolescente não vai entender muito isto… e os professores nas escolas também não estão preparados para explicar esta dissonância… se tiver  escola onde ele mora…

 

   

Ideologias claras

   

Já aqui no RS as posiçíµes dos candidatos ao governo cada vez se mostram com mais diferenças claras. Yeda e seu PSDB representam um Estado menos invasivo, mais liberal e com explí­cita responsabilidade em manter as finanças em dia para poder investir, como na prática tem feito. O lado oposto do PT de Tarso quer justamente defender as corporaçíµes de funcionários público, abrindo mão até o equilí­brio das finanças se for necessário, conforme diz ele próprio.  

Já o candidato do PMDB se posiciona no centro. Não critica o governo Yeda, não critica o corporativismo de alguns setores do funcionalismo defendidos pelo PT, e diz que seu governo deverá se diferenciar pela busca do consenso polí­tico, o que acho difí­cil no RS.  

Cabe a nós eleitores escolhermos nosso time e votarmos e militarmos com ele e seus súditos.

 

   

Tendência de pouca rotatividade nas cadeiras legislativas

   

A falida lei eleitoral e polí­tica do Brasil mostrará neste ano suas garras. í‰ que poucos corajosos entrarão nas campanhas para deputado estadual e deputado federal com verdadeiras chances, e digo verdadeiras chances falando de ter no mí­nimo um tripé: Recursos em dinheiro; base de luta ideológica anterior; e apoio do partido. A saia justa que a fiscalização e a polí­cia está deixando polí­ticos e partidos que se comportaram de forma promí­scua com as leis e abusavam de caixa dois e outros penduricalhos acabou secando muita fonte de partidos. E a tendência é das siglas apoiarem somente aqueles nomes que de certa forma já possuem uma boa densidade eleitoral no passado ou que estejam em uma posição de destaque na mí­dia atualmente. E os que não possuem, por exemplo, uma boa base de militância a se apoiar como pilar, ou não possuem experiência partidária, por exemplo, não vão arriscar valores que passam de cem ou duzentos mil reais (para começar) e colocar em uma campanha para deputado estadual; ou de quinhentos mil reais para iniciar uma campanha para o congresso Nacional, com chances, é claro, pois sem chances qualquer um concorre…    

E o resultado disto tudo será provavelmente uma grande confirmação de polí­ticos que já estão na profissão há muito tempo, o que tem um lado ruim, mas também tem o lado bom, porque eles possuem experiências, mesmo que muitas delas viciadas na polí­tica hipócrita.

 

   

Mas para os que se dispuserem, o discurso está pronto e aberto…

   

Para aqueles que se arriscarão em empreender dinheiro próprio em campanha para as cadeiras legislativas, a boa notí­cia é que o discurso de colocar a polí­tica atual no lixo e aparecer como o salvador da pátria está bastante aberto a militantes, tal as falcratuas e hipocrisias que os noticiários da mí­dia de massa têm veiculado nos últimos anos.  

Portanto, tendo um ví­nculo de confiança e de lutas ideológicas com alguma categoria, por exemplo, de professores, de empresários pequenos, de funcionários públicos, de alguma cidade ou região do Estado especificamente; tendo no mí­nimo R$ 100 mil de recursos, e não ter na biografia a mancha de ter sido polí­tico até então, abrem uma grande possibilidade de sucesso de eleição para os corajosos.    

Usar o dinheiro para alavancar em seu reduto a candidatura e, após, criticar a polí­tica atual sugerindo novos paradigmas é uma boa receita…

 

   

Iní­cio de um novo tempo?

   

A prefeitura iniciou na semana passada o que afirma ser o iní­cio da várias obras viárias e na infraestrutura do turismo local. E iniciou asfaltando (iniciando) uma rua no centro da cidade, coisa que há muito tempo não acontecia por aqui, pelo que me lembro desde o governo Cafrune, que asfaltou a Rua Firmino Paim, justamente no mesmo trecho que a prefeitura vai asfaltar a Leonardo Truda, entre a Avenida Benjamin Constant e o Valão, próximo a Câmara Municipal.  

Esta postura é emblemática. Mostra que as coisas devem ocorrer também aqui pelo centro e pela beira da praia, mas mostra também quanto tempo uma cidade como Torres ficou sem ter sequer uma rua no centro da cidade asfaltada.  

O governo João Alberto asfaltou um trecho grande ainda em 2006 nos bairros Curtume e São Francisco. Com o asfalto novo na Leonardo Truda, já deve estar liderando os feitos por prefeitos nas últimas duas décadas.

 Agora devemos esperar pela reforma da Avenida do Riacho, pela reforma da Benjamin Constant, pela reforma da avenida principal da Vila, a José Amâncio da Rosa, pela reforma do calçadão e da Rua na Prainha, pelo asfaltamento do entorno da ponte, pela construção da rótula do Ulbra, e fica faltando serem anunciadas a reformas de parte da Joaquim Porto, da Avenida Barão do Rio Branco, da parte baixa da Avenida José Bonifácio e principalmente da Avenida Beira Mar, na Praia Grande. Mas parece que mais dinheiro vem por aí­, e devemos ter um veraneio com uma cidade muito mais bem cuidada em suas vias.


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