O mito do filho único

24 de fevereiro de 2013

 

Paula Borowsky

 

 Se ao saber que uma criança é filha única você logo pensa: xiii, deve ser mimada, egoí­sta, mandona ou, pior, acredita na música Filho íšnico, de Cazuza, que diz que os filhos únicos são seres infelizes, é hora de rever seus conceitos. Foi-se o tempo em que aquele que não tinha irmãos era visto como o dono da bola. Esse estereótipo é mito. Não podemos generalizar,  pois vai depender da educação que a criança receber dos pais. E não podemos esquecer que uma famí­lia pode ter três filhos e mimar um mais do que os outros, portanto ser filho único não é um problema.

Egocêntricas todas as crianças pequenas são, mas os motivos que fizeram com que o estereótipo do filho único caí­sse por terra foram:   As crianças estão indo cada vez mais cedo para a escola, o que significa que começam a se socializar mais cedo ; hoje, as mães geralmente trabalham e não têm tempo para mimar demais os filhos. E por falar em socialização, a escola é o lugar ideal para os alunos aprenderem a dividir, a conviver com as diferenças, a trabalhar em equipe, a respeitar o próximo, a seguir regras sociais e a fazer amigos.

A escola há muito tempo deixou de ser apenas o lugar de transmissão de conhecimentos formais. Hoje, é fundamental que ela promova a socialização. Na escola, a criança terá que aprender a ouvir os coleguinhas e a esperar a sua vez de falar, compartilhar os brinquedos com os outros alunos, dividir a atenção do professor. No primeiro momento, a criança não vai gostar de dividir (os brinquedos, o lanche, o professor), mas ela precisa aprender que existem limites e que não dá para se ter tudo.

 O professor não pode se intimidar com o choro, a recusa e a agressividade da criança. O educador não pode ter medo de exercer o seu papel, que é o de ensinar a dividir, colocar limites e promover a socialização. No começo é comum a criança não querer ir para a escola porque, enquanto em casa ela tem tudo só para ela, na escola essa regra não vale. Temos que conquistar essa criança, mostrando a ela que é gostoso ir í  escola e que é importante ter amigos. A escola tem que ter significado para ela, daí­ a importância dos projetos, jogos e brincadeiras.

Filhos únicos tendem a conviver muito com adultos, por isso pode acontecer de a criança preferir a companhia do professor í  dos coleguinhas. Quando os professores percebem esse tipo de comportamento, chamam os pais e os incentivam a frequentar parques (público, de diversão, do prédio), festinhas da escola e aniversários dos coleguinhas para estimular o conví­vio do filho com outras crianças.

 

 


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