O que a psicologia pensa sobre a Guarda Compartilhada:

15 de outubro de 2010

Existe um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional que visa autorizar a guarda compartilhada, cujo seu conceito é pouco conhecido no Brasil. A guarda compartilhada   é definida como aquela em que os pais dividem   a convivência com a criança, pressupondo duas residências para o filho.    

Do ponto de vista emocional, entende-se que ninguém se beneficia, pois parece haver  mais prejuí­zo do que benefí­cio. Visa atender, em algumas situaçíµes, muito mais uma disputa pelo direito de entre os pais de estarem com o filho. Mas e o direito da criança?Poderá se beneficiar tendo duas casas, dois lares? Aonde será o seu paradeiro? Existe alguém no mundo que tenha duas pátrias?  

A rotina é um organizador para a criança, e o senso de Eu sou, Eu estou, Eu tenho, passa por estas questíµes. A criança pode ficar como um campo de batalha entre os pais, ou seja, sente que por causa dela eles competem, brigam. Evidentemente se sentirá piví´ da separação, sendo que ela até pode ter desencadeado diferenças entre eles, mas não é responsável pela separação, mas de qualquer maneira, é comum que ela sinta-se responsável pelo destino dos pais. Temendo perder o amor de um por amar o outro,  também não consegue ficar bem com ambos, assim, a guarda compartilhada poderá reforçar este sentimento de divisão, ou seja, ser um pouco de cada um   e assim nunca conseguir sentir-se inteira.

   í‰ natural que a criança adote uma conduta de compensação dizendo: tenho duas casas, como tentativa de negar a perda pela separação dos mesmos. Muitas vezes os filhos de pais separados, tornam-se adultos descrentes da possibilidade de serem felizes no seu casamento, na capacidade de amar de si e dos outros. Então,  é importante transmitir í s crianças que muitas vezes a separação pode ser um gesto de amor quando ambos sentem que não podem ser mais felizes um com outro, dando a chance de refazerem suas vidas, e relaçíµes. Os pais podem se respeitar, aceitando esta condição, mantendo até mesmo uma relação amistosa, de gratidão e reconhecimento de que fizeram o que era possí­vel, sem cobranças, culpabilizaçíµes, pois ambos são seres humanos com suas limitaçíµes.


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