POR DO SOL NA LAGOA

12 de fevereiro de 2010

 

 

 

                                              O verão 2010 está se caracterizando por um calor intenso, quase insuportável, até a aragem que sempre temos í  beira mar nesse ano sumiu. Chove, mas depois da chuva o calor fica mais intenso ainda. A gente vai vivendo meio aos trancos, quem é residente na praia e precisa trabalhar no verão atendendo í s demandas e necessidades dos visitantes, precisa enfrentar o tempo árido e quente com coragem e galhardia.  

                                              A gente vai vivendo assim, meio esquecido de olhar nossa cidade com mais atenção e í s vezes somos surpreendidos com a beleza de coisas simples e corriqueiras, mas que quase não percebemos mais, tamanho é o esforço despendido para cumprir todas as tarefas que nos cabem.

                                              Noite dessas, fui com algumas amigas a um dos quiosques da beira mar. Sentamos bem pertinho da areia e pudemos admirar a lua minguante tal um gomo de laranja amarelo flutuando sobre a placidez do mar naquele noite praticamente sem ondas. A luz amarelada daquele gomo pendurado no céu refletia-se na água. Estava lindo. As amigas comentaram que na lua cheia estava mais bonito ainda e na lua crescente também. Acabrunhada, questionei-me onde será que eu estava que não vi a lua cheia, nem a lua crescente… quase não vejo a minguante.

                                              Saí­mos do trabalho e levo uma amiga em casa percorrendo o lado leste da Lagoa do Violão quando nos deparamos com o por sol. Cores estonteantes. O céu tingido de uma gama variada de azuis, quebrados por rosados, amarelos e lilases de todos os matizes. Ao fundo a serra arroxeada recortava-se contra um pano azul turquesa enfeitado por nuvens de todas as formas possí­veis. Gostaria de fotografar o instante fugaz, rápido, pois a todo o momento o colorido, sempre belí­ssimo, se modificava. Minha amiga comentou que se pintássemos um quadro fixando aquelas cores diriam que é artificial tal a variedade e intensidade de coloridos. Inundei-me daquela beleza, mergulhei naquele instante divino, vibrei na mesma sintonia do céu, das nuvens, da água da Lagoa refletindo as tonalidades do céu. Instantes assim são indescrití­veis. Tudo que possa escrever aqui não descreverá a intensa beleza daqueles instantes mágicos. Ocorre-me que nosso por do sol na Lagoa do Violão pode competir com vantagem com o famoso por do sol do Guaí­ba em Porto Alegre, pode competir com os mais divulgados de qualquer parte do planeta porque é lindí­ssimo. E a gente perde esses instantes quase todos os dias mergulhados nos nossos afazeres e fingindo não ter tempo para viver a beleza de Torres.

                                              Nossa praia não tem apenas mar enluarado bonito, não tem apenas por do sol lindí­ssimo, tem muito, muito mais para deleitar quem mora aqui e para encantar a quem nos visita. Apenas é preciso ter cuidado, muito cuidado, olhar bem para os lados, ver quem está por perto nos observando, não ficar parado muito tempo num mesmo local, nem estacionar o carro em lugares não permitidos (mesmo que seja para intoxicar-se de beleza) porque pode haver um policial nos cuidando e venha nos abordar. Certamente ao perguntar o que estamos fazendo ali nem tente responder que está admirando o belo. Seja breve nas explicaçíµes, demonstre que não está louco, nem mesmo alcoolizado, você pode arrumar confusão se for sincero dizendo que está apenas olhando a beleza. Se possí­vel, saia já dali e volte apenas quando o verão se for. A beleza do por do sol na Lagoa acontece também no outono, no inverno e na primavera, quando já estamos a sós com nossa Torres.

 

Obs: A crí´nica da semana anterior teve forte repercussão entre os leitores. Muitas pessoas têm relatado fatos semelhantes ocorridos consigo, com familiares e até com desconhecidos. Muito Obrigada!  

 


Publicado em:







Veja Também





Links Patrocinados