Encontro em Torres (foto) debateu aumento do teto de valores básicos para financiamento a partir do "Minha Casa Minha Vida", que passou de R$ 90 mil para R$ 145 mil.
Por Guile Rocha*
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A aglomeração urbana é o espaço urbano contínuo, resultante de um processo de conurbação ainda incipiente. Segundo a Wikipedia, trata-se de um espaço urbano de nível sub-metropolitano ou, em termos simplificados, de uma região metropolitana de menor porte, em que as áreas urbanas de duas ou mais cidades são fracamente conurbadas.
Até 2013 o Rio Grande do Sul contava com uma região metropolitana (Porto Alegre e cidades ao redor) e três aglomeraçíµes urbanas. Essa situação foi considerada como uma desvantagem do estado com relação í s demais unidades da federação na disputa por recursos federais. Assim, o legislativo estadual está convertendo as aglomeraçíµes urbanas em regiíµes metropolitanas. í‰ o caso do Litoral Norte do RS.
Mudanças para buscar mais recursos
E na sexta passada (10 de julho), representantes das Prefeituras de Torres e região participaram, do evento Aglomeração Urbana do Litoral Norte e o Impacto para o Mercado Imobiliário Local, um seminário promovido pela Prefeitura Municipal de Torres e a Caixa Econí´mica Federal. O evento ocorreu em auditório do Hotel De Rose, e foi dirigido a gestores públicos, mercado imobiliário e construção civil. O seminário tem como objetivo tratar as novas regras (válidas desde 11 de junho), referentes a elevação dos valores de imóveis enquadrados no Programa ‘Minha Casa Minha Vida’ (MCMV). Em municípios do Litoral Norte do RS, houve mudanças nas faixas 2 e 3, cujo valor do imóvel a ser adquirido e financiado pelo programa subiu de R$ 90 mil para R$ 145 mil, utilizando a prerrogativa da Lei 12100/04. O seminário contou com a participação da prefeita de Torres, Nílvia Pinto Pereira, entre outras autoridades políticas locais e regionais, corretores de imóveis e representantes da construção civil.
Segundo Nílvia Pereira, "a Caixa tem uma atuação muito ativa no município, exercendo um importante papel para a cidade a partir de programas como o Minha Casa, Minha Vida, que (com as mudanças) vai beneficiar muitas famílias torrenses". Como proposta para melhor encaminhamento da questão, a prefeita sugeriu um Feirão de Simulaçíµes, para que os interessados em financiar imóveis pelo MCMV saibam as condiçíµes necessárias para fazê-lo, além de os construtores terem a noção exata da demanda no município. A nova medida enquadra os municípios do litoral Norte do RS como cidades metropolitanas. Com a resolução, deve ocorrer um fomento í economia e espera-se um aumento significativo no acesso a recursos públicos para habitação.
Facilitando a compra do primeiro imóvel
O responsável pela Superintendência de Negócios de Habitação da Caixa Econí´mica Federal (CEF), em Porto Alegre, Disney Barroca Neto, explicou que o objetivo – com o aumento no valor máximo para financiamento para R$ 145 mil – é "possibilitar ao máximo que pessoas com renda mais baixa também possam adquirir seu primeiro imóvel". Disney informou que a Caixa financia cerca de 1 milhão de imóveis por ano no Brasil, sendo que a cada 100 pedidos de financiamento, aprova 75. "O site de simulaçíµes do MCMV é o segundo mais acessado do Brasil. Com isso, a Caixa conseguiu mapear cada município, observando o perfil das pessoas que querem adquirir a casa própria". Ele ainda informou que, em agosto, deve entrar o MCMV III, e os preços devem subir para R$ 170 mil. O Simulador Habitacional da Caixa pode ser acessado em www.caixa.gov.br
Após o termino do evento, o Superintendente de Habitação da Caixa conversou com o Jornal A FOLHA. Disney Barroca Neto considerou o seminário positivo pela junção de vários a atores – prefeituras, construtores, imobiliárias e a Caixa Econí´mica – para explicar as alteraçíµes dos valores do Minha Casa Minha Vida. "Dada a valorização do mercado imobiliário do Litoral Norte (especialmente em Torres), era difícil viabilizar um bom projeto de moradia para as faixas com renda mais básica – que até então, só poderiam financiar uma habitação se os valores estivessem afixados em até R$ 90 mil. Com o aumento do valor máximo (para R$ 145 mil), podemos atrair as construtoras a realizar projetos de habitação que não eram muito interessantes para elas até então", ponderou Disney, que continua a explicação: "Uma família com renda média de R$ 2,5 mil mensais, por exemplo, se sentia desprivilegiada pelos limites anteriores. Agora, até mesmo um condomínio horizontal mais popular poderia entrar pela MCMV, sendo financiados em até 35 anos com juros mais baixos e parcelas melhores", finalizou.
Conversamos também com um dos corretores presentes no evento, Max Marcelino, da GM Imóveis. Ele concorda que o novo teto de financiamento do Minha Casa Minha Vida vai ampliar as chances da pessoa investir na sua primeira casa própria. "Melhoraram as condiçíµes para os trabalhadores e a Caixa mostra que acredita que o mercado imobiliário irá se manter ativo. Além disso, penso que conta bastante a urbanização da área em que haverá uma determinada obra: pois se não há uma boa estrutura ao redor de asfaltamento, iluminação, água, esgoto e serviços, fica mais difícil de encaminhar um projeto de construção".
*com informaçíµes de Prefeitura de Torres