Maria Helena Tomé Gonçalves ( mhtgoncalves@hotmail.com)
Depois de muitos anos enfrentando mau tempo durante o Festival de Balonismo de Torres tivemos a felicidade de dias maravilhosos, céu limpo, poucos ventos, temperatura amena, tudo que poderíamos desejar para uma edição de sucesso nesse ano de 2010. Acordar de manhã cedo e ver o céu já muito azul coalhado de muitíssimos balíµes coloridos e despedir-se do dia com uma nova revoada passando muito próximo dos prédios mais altos nos trouxe uma sensação de êxtase e alegria intensos.
Na sua vigésima segunda edição o Festival de Balonismo está consolidado em sua realização em Torres. Conversei com muita gente de fora, muitos vindos pela primeira vez atraídos pela propaganda televisiva, outros retornando após vários festivais, todos encantados com a beleza dos balíµes e da natureza exuberante da cidade. Isso contrasta com notícias de abaixo assinado pedindo que o Balonismo seja realizado em outro local por causa do barulho. Veja só, há moradores de Torres que em vez de se embriagarem de beleza, incomodam-se com o ruído. Temos mais é que valorizar esse evento e agradecer por sua edição anual, pois se não chega a trazer muito dinheiro novo para os negócios, traz dividendos em divulgação e atração de novos públicos, não só para o evento, mas também para os próximos veraneios atraídos pelo que podem ver a mais além dos balíµes.
Após tantas ediçíµes está na hora, aliás, já passou da hora dos improvisos e das despesas transitórias com aluguel de toldos, sanitários, gerador de energia, palcos… está na hora de ser construído um bom pavilhão de eventos que sirva também para outras festividades. O modelo adotado esse ano está ótimo, semelhante í estrutura do pavilhão construído em Tramandaí para a sua Festa do Peixe e que recebe mensalmente um evento para o público local e regional. Gostaria de ver publicado um balancete das despesas com esses aluguéis, pois acredito que em poucos anos pagaríamos uma construção de quarenta por duzentos metros ao valor de um CUB simples, em média oitocentos reais, com bons sanitários, área de alimentação, área de exposiçíµes, área para feirinha e palco.
Até hoje eu não entendi para que foi construído aquele pavilhão inaugurado no ano passado, pequeno, acanhado, na periferia da área do Parque e que não tem sido usado para nada. Qual o objetivo da sua construção? No Festival de Balonismo passado houve uma tentativa de uso com algumas exposiçíµes e nesse ano parece que para nada foi utilizado. Como se explica?
Parece-me que nos faltam projetos a médio e longo prazo e uma vontade política e administrativa de ferro para consolidá-los. Sinto como se nunca soubéssemos para onde ir, de fato. O ano já está na metade de seu segundo trimestre e as obras prometidas para melhoria e embelezamento da Beira Mar, iniciando pela Prainha, ainda estão somente no papel. Logo, logo dezembro chega e continuamos com as ruas esburacadas, sem sinalização turística adequada e todas as mazelas que já cansamos de analisar. Nem mesmo a nova Casa do Turista foi inaugurada, prometida para o Veraneio que passou, passou o Festival de Balonismo ainda em obras e nada de inauguração, enfeiando mais ainda a chegada na cidade com aquele triângulo de tapumes. A obra nem é tão grande nem tão complexa para demorar tanto a ficar pronta. O que falta: dinheiro, fiscalização sobre o trabalho da empreiteira, vontade verdadeira de concluir a obra? Apesar de tudo, Muito Obrigada, Deus, pelo tempo maravilhoso durante o último Balonismo!