O Dia Internacional da Mulher: história de lutas e reconhecimento

Saiba um pouco mais sobre fatos que impulsionaram a instituição do Dia Internacional das Mulheres, celebrado neste 08 de março

Na foto, protesto de mulheres em São Paulo, durante o ápice da ditadura militar. Na linha de frente as atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell.
8 de março de 2019

A ideia da existência de um dia internacional da mulher começou a ganhar forma na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial. Nesta época ocorria a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. O contexto dos operários (tanto homens quanto mulheres) era de péssimas condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas e tornavam-se motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).

Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada a instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

Poucos dias depois, em 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores – a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001.É provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.

 

“A heroica mulher trabalhadora”

Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução Russa, de 1917. Em 8 de março de 1917 (ou 23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro.

Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.

Após a Revolução de Outubro (segunda fase da Revolução Russa), a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lênin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da “heroica mulher trabalhadora”. No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres.  O dia permanece até hoje como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.

 

*Com Wikipedia, BBC Brasil e Mundo Educação


Publicado em: Cultura






Veja Também





Links Patrocinados