Participou da tribuna popular na sessão da Câmara de Vereadores de Torres realizada na segunda-feira (17 de março) a fisioterapeuta Fernanda Lehmann Werneck. Formada há 20 anos, também trabalha com a Equoterapia, e busca que o tratamento que envolve montaria e interrelação com cavalos seja também utilizado em Torres, principalmente pela saúde pública da cidade, mas também em tratamentos da medicina suplementar (Planos de Saúde).
Fernanda explicou aos vereadores que a Equoterapia se trata da conexão do cavalo e do praticante do tratamento – feito principalmente com crianças para promover o desenvolvimento biopsicossocial, sendo recomendado ainda para pessoas com deficiências ou necessidades especiais. Ela lembrou que este tipo de abordagem se encaixa na visão holística (vários grupos de especialidades) da medicina atual, principalmente na psicoterapia. E que neste caso, o Cavalo possui sua caminhada com movimentos bastante similares ao do ser humano, o que possibilita conexão entre os objetivos terapêuticos e a prática através de um binômio – ser humano e cavalo, numa coisa só.
A fisioterapeuta ressaltou também que há comprovações científicas indicando a eficácia da Equoterapia na Saúde. E já há uma demanda para que o tratamento seja inclusive autorizado por pedido judicial, sempre quando o sistema é aconselhado pelos agentes de Saúde.
Fisioterapeuta Fernanda Werneck
Fora das quatro paredes (e símbolo de resistência)
Fernanda defendeu que o ambiente aberto e arejado, propiciado neste trabalho terapêutico junto aos Cavalos, se diferencia como uma alternativa mais livre para os tratamentos. E é esta a porta que estaria aberta para que a Equoterapia seja incluída, uma forma de trabalho fora das tradicionais quatro paredes dos consultórios, o que daria um ambiente mais saudável para os pacientes e suas características especiais.
A seguir Fernanda compartilhou seu otimismo, pelo fato da já existência de uma articulação nacional para que o tratamento seja incluído no SUS (Sistema Único de Saúde) de forma sistêmica. E que já estaria também conversando com o novo governo de Torres, para que se avalie a possibilidade de incluir a abordagem terapêutica no sistema municipal de saúde. E que já existe deputados e vereadores encaminhando emendas impositivas para que o tratamento seja possibilitado em algumas cidades.
A fisioterapeuta encerrou sua participação na tribuna fazendo uma referência a tragédia das enchentes no RS, ocorrida ano passado. Para ela, o emblemático resgate do cavalo “Caramelo” em um telhado mostra a resistência do animal às intemperes, além do Cavalo ser um símbolo do Rio Grande do Sul, o que dá espaço ( e coerência ideológica) para que o Estado Gaúcho utilize a técnica terapêutica também como protagonista – tanto no progresso das ciências médicas quanto como um símbolo cultural (e de resistência) dos gaúchos