No final de semana passado, circulou um vídeo nas redes sociais, colocado por um morador de Torres que estava preocupado com o que via: Era o vazamento em direção ao mar, na Prainha, de uma água escura e malcheirosa. A ação foi filmada na sexta-feira, dia 24. Provavelmente, portanto, esgoto sendo colocado no mar sem tratamento sanitário. E foi o que aconteceu.
Os comentários que foram colocados embaixo da publicação preocuparam o jornal A FOLHA – já que as acusações eram errôneas, o que não ajuda em nada a gestão do meio ambiente local e a busca de balneabilidade das praias torrenses. Diziam que a cidade não tinha captação de esgoto, somente no centro, o que é uma informação equivocada. Que os canos das tubulações eram velhos e não funcionavam, o que não condiz com a realidade. Que os prédios construídos em Torres estavam acima da capacidade de absorção de esgotamento sanitário local, o que também é errado.
Corsan explica e tranquiliza população
Conforme informou para A FOLHA o gerente local da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan), Aldo Martins Santos, o que houve foi um acidente ocasionado por um entupimento de canos que circulam por baixo da terra e que são ligados pelos “PVs” – bueiros que dão possibilidade de saída de resíduos, caso haja entupimentos na rede (o que houve). Estes bueiros permitem que os trabalhadores possam intervir no sistema, arrumando-o.
Causa é de colocação de materiais não deterioráveis no esgoto
Segundo a mesma gerência da Corsan em Torres, a causa deste tipo de acidente no sistema é ocasionada geralmente pela colocação de materiais que não poderiam ser jogado na rede de esgoto (lixo, roupas e etc.), o caso verificado no dia do vazamento. Mas pode também, em outras ocasiões, ser gerado por ligações clandestinas de esgotamento pluvial (chuvas) feitas na rede cloacal, o que ocasiona transbordamento em dias de precipitação muito alta.
O mesmo gerente, Aldo Santos, também explicou que não houve (e não há) muito impacto real em problemas ocasionados por estas mazelas no sistema, como a que ocorreu na sexta-feira (24/1). Isso, claro, desde que haja o atendimento rápido da companhia para sanar o entupimento, o que aconteceu no caso de Torres, após a secretaria do Meio Ambiente da cidade alertar a Corsan sobre o vazamento (depois de ter recebido o aviso por parte de um cidadão da cidade). “O problema foi sanado rapidamente e o impacto no oceano causado pela quantidade vazada não é nada significativo”, afirmou Aldo, tranquilizando a população.
Torres pode chegar a 80% de esgoto captado (com 100% deste sendo tratado)
A Corsan mais uma vez comemora os índices de captação e tratamento de esgoto em Torres. O gerente afirma que atualmente, 60% das residências e estabelecimentos comerciais do município possuem rede de esgoto de captação ligada ou disponível. Com término das obras no bairro Igra Sul (que estavam pendentes) o percentual sobe para 65%. E está previsto para ser iniciado, ainda no ano de 2020, investimento importante da estatal gaúcha nos bairros da zona sul da cidade (bairros São Francisco, Guarita e etc.) que podem levar o município de Torres finalmente a um índice de 80% de captação de esgoto.
Deste esgoto captado, 100% são tratados na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) localizada no Bairro Salinas. O esgoto captado na cidade é mandado para lá por mecanismos de bombeamento de várias estações localizadas na urbanidade de Torres, como a da própria Prainha, na beira mar.