GUILHERME LIMA: o torrense que se tornou galã juvenil da novela ‘Chiquititas’

10 de julho de 2016

 

 

 Em 1998, Guilherme Lima contracenou com Fernanda Souza no sucesso "Chiquititas"

 

Por Maiara Raupp

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O ano era 1998 quando o torrense Guilherme Lima se tornou o novo galã da novela "Chiquititas", transmitida no SBT e que foi febre nacional entre crianças e adolescentes. Na época, com 18 anos, Guilherme interpretou o personagem Luca, um músico que namorou a doce Mili, papel de Fernanda Souza. Quando entrou para a novela, Guilherme estava prestando vestibular para o curso de Direito, já que sua experiência como ator se limitava apenas aos teatros de escola. No entanto, o sonho de lidar com a arte fez com que o então estudante se candidatasse í  vaga para atuar na novela assim que soube. Confira abaixo a entrevista completa e saiba como tudo aconteceu, como Guilherme lidou com a fama e o que fez ele "fugir dos holofotes" e retornar para a mais bela praia gaúcha.

 

A FOLHA Como soube do teste de seleção para a novela Chiquititas e o que o motivou a participar?

Guilherme – Eu tinha montado uma banda de rock com alguns colegas de escola em meados de 1996 e 1997. A gente tocava em alguns eventos de uma agência de modelos entre outras festas. A dona da agência, Geny Rayo, me comentou que em Porto Alegre fariam uma seleção para elenco de uma novela infantil e me perguntou se eu não teria interesse, já que se tratava de atores que seriam selecionados para o papel de um músico. Como eu não tinha experiência como ator (somente teatros de escola) não me interessei e decidi que não iria ao teste. Fui avisado num dia e o teste já era no dia seguinte. Minha famí­lia me incentivou a ir, e meu tio Jailton, vulgo "Japonês", tinha uma consulta médica na capital e fez questão de me levar.

 

A FOLHA – Como foi o processo de seleção? Desde o iní­cio achou que passaria ou foi uma surpresa?

Guilherme – Quando cheguei na agência para cadastramento havia apenas três candidatos. Ao longo do dia chegaram centenas. Em cada grande capital do Brasil tinha uma agência fazendo a seleção. Pensei que não tinha a mí­nima chance. Lembro que tive de decorar uma folha, com uma pequena cena, para contracenar com uma moça da agência. Depois tí­nhamos que cantar e tocar uma música de escolha própria. Eu achava que não tinha me saí­do muito bem, mas para minha total surpresa, uma semana depois fui chamado para assinar contrato.

 

A FOLHA – Como foi participar da novela? E morar em um paí­s diferente e longe da famí­lia?

Guilherme – Foi uma experiência incrí­vel. Nunca tinha morado em lugar diferente, nem ficado muito tempo longe da famí­lia. A mudança foi bem radical para um jovem interiorano. Morar em Buenos Aires foi lindo! Além de aprender outro idioma, pude conviver com vários artistas e personalidades. Foi algo que definitivamente mudou a minha vida.

 

A FOLHA – Como encarou a fama? Qual a sensação de ser reconhecido nos lugares?

Guilherme – No começo foi muito estranho. Como viví­amos na Argentina, andávamos tranquilamente em qualquer lugar. Mas quando ví­nhamos ao Brasil era uma loucura. A criançada lotava aeroportos para nos recepcionar. Andar nas ruas, principalmente em grandes cidades, era praticamente impossí­vel. Ser reconhecido nos lugares tinha o lado bom e o lado ruim. Mas tudo isso fazia parte do contexto. Na praia, por exemplo era ruim, nas festas e eventos era bom (risos).

 

A FOLHA – O que trouxe na ˜bagagem™ após a participação? Tem alguma coisa que desde aquela época carregas consigo?

Guilherme – Muitas coisas boas vieram na bagagem. Entre as coisas mais importantes estão algumas amizades que persistem até hoje.

 

   Da fama na TV para uma uma vida mais simples e tranquila em Torres, ao lado da famí­lia

 

 

A FOLHA – Porque não seguiu carreira de ator? Quais os desafios enfrentados?

Guilherme – Vários motivos me levaram a deixar a carreira de ator. Sempre tive muito apego í s coisas simples da vida, que levo até hoje na nossa cidade paradisí­aca. Os maiores desafios foram conviver com a instabilidade de emprego nesta área, vida corrida de cidade grande e falta de liberdade.

 

A FOLHA – E hoje, como leva a vida? O que veio depois da novela? Que rumos profissionais seguiste?

Guilherme – Hoje sou casado (há 6 anos), tenho uma vida intensa no trabalho, futebol, surf, banda… Quando acabou a minha participação na novela fiquei um tempo em São Paulo, depois no Rio de Janeiro tentando trabalhar com música e teatro. Entre indas e vindas decidi entrar para a faculdade e administrar a empresa da famí­lia.

 

A FOLHA – Você acabou fazendo o curso de Direito na Ulbra, que na época de entrar na novela era o que irias fazer? E a vida de músico, ainda continua?

Guilherme – Não, acabei cursando Administração de Empresas, pois me ajudaria mais na missão de trabalhar na empresa da famí­lia. A vida de músico continua. Sou vocalista de uma banda que toca clássicos do Rock (Jack Daniel’s). Não é a minha principal atividade, mas é o que me mantém perto do mundo da arte. í‰ algo que eu e meus parceiros de banda fazemos por prazer.  

 

A FOLHA – Hoje alguém ainda te reconhece como o chiquitito?

Guilherme – Hoje em dia isso só acontece com as pessoas que me conheciam na época. O que ainda existe, mesmo depois de 18 anos, são os fã-clubes do pessoal que curtia a novela na época e nos acompanham até hoje pelas redes sociais. O apelido "chiquitito" foi abreviado para " Chiqui" pela turma do futebol (risos). Muita gente me chama assim até hoje.

 

A FOLHA Como você descreveria o Guilherme de antes (o galã da novela) e o Guilherme de agora? O que mudou e o que aquela experiência lhe proporcionou? Você faria tudo de novo?  

Guilherme – Com certeza faria tudo de novo. O Guilherme de antes era um guri inexperiente, que teve que administrar mudanças bruscas de uma vida pacata que virou completamente do dia pra noite. O Guilherme de hoje é um cara mais maduro e pés no chão. Mas tanto antes como agora, a essência é a mesma: As coisas mais simples da vida são o que fazem de mim uma pessoa feliz.  

 


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