Torres já teve 5 homicídios em 2017, mas números são baixos se comparados com outras cidades do litoral

Jornal A FOLHA conversou com delegado Celso Alan Jaeger (foto)

19 de maio de 2017

 

 

Após uma Operação Veraneio ‘fora de série’, com baixo número de casos policiais graves registrados em Torres, a cidade teve um aumento nos casos de crimes violentos neste primeiro quadrimestre. Foi o que indicou o delegado de Polícia Civil de Torres, Celso Alan Jaeger, em conversa com A FOLHA nesta quarta-feira (17).  A razão principal seria a diminuição do efetivo na região, já que os policiais lotados no litoral para o período do veraneio (quando a população do litoral aumenta até 10 vezes) retornaram para suas cidades originais – abrindo uma brecha para a ‘bandidagem’ agir.

Se até o final de fevereiro nenhum assassinato havia sido registrado em Torres (apenas 2 tentativas de homicídio) nos últimos três meses foram registrados  5 homicídios e 3 tentativas de assassinato. “Apesar disso, as estatísticas apontam que o número de homicídios diminuíram se compararmos com o mesmo período (entre janeiro e maio) do ano passado: entre janeiro e maio de 2016, já haviam sido registrados 9 homicídios e 8 tentativas”, ressalta Jaeger. O delegado ainda salienta que, em comparação com outros municípios do litoral norte gaúcho, Torres ainda tem um número baixo de crimes violentos. Em Tramandaí, por exemplo, já foram registrados mais de 20 homicídios em 2017. Os números também são preocupantes nas regiões de Capão da Canoa e Cidreira. “Mas é claro que não podemos ver com naturalidade nenhum crime. Por isso seguimos com nosso trabalho sempre sério em nome da segurança”.

Celso Jaeger também indicou que o registro de furtos e roubos aumentou principalmente logo após o final do veraneio. “Mas investigamos e efetuamos um bom número de prisões destes assaltantes. No último mês (maio), sentimos uma redução nos furtos e roubos. E seguimos com operações e investigações em andamento, contando com o auxílio também da Brigada Militar e da população para coibir a criminalidade”.

 

Muitas prisões (apesar do baixo efetivo)

 

O Delegado Titular de Torres lamenta o fato do policiamento na rua (em Torres e na maioria das cidades do RS) ainda ser abaixo do esperado – o que contribui para uma sensação de insegurança. A situação  não é diferente na Polícia Civil – onde o efetivo é metade do que seria o número adequado.  “Recentemente, alguns novos policiais civis foram chamados no RS. Estamos na expectativa de que o efetivo vai aumentar, daí poderemos prestar um serviço melhor para a comunidade.  Mas temos feito mais com menos em Torres, realizando muitas prisões e inquéritos (apesar do efetivo reduzido). Penso que temos dado uma resposta satisfatória para a comunidade.

Questionado sobre prisões significativas realizadas em 2017, Jaeger destacou a investigação e prisão de 4 elementos envolvidos em assassinato de pai e filho no Bairro São Jorge, no final de março. “Foi uma prisão que pode ter evitado mortes, pois os indivíduos tinham tentado matar outro homem antes, e a tendência é que eles quisessem matar mais pessoas na região. Eram criminosos relacionados com facções criminosas e com o tráfico de drogas”.

O delegado Jaeger lamentou o envolvimento de pessoas – muitas vezes jovens – com facções criminosas. “Estas facções, equivocadamente, poetizam o crime. Há jovens que, sem rumo na vida, infelizmente veem como algo fascinante ser parte de uma facção criminosa. Querem intimidar, ser temidos. Mas no final das contas, vão acabar presos ou coisa pior. Pois a polícia vai investigar. E o crime é dinâmico, logo aparecem novos indivíduos envolvidos”.

Finalizando, a interdição do Presídio Modulado de Osório – em decorrência da superlotação – foi apontada como um grave problema a ser resolvido, para que os presos da região não tenham que ser improvisadamente detidos em delegacias.


Publicado em: Policial






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