Agroecologistas da região de Torres observam desenvolvimento dos cultivos de adubação verde

As sementes foram semeadas há cerca de dois meses, depois que o Centro Ecológico, por meio de um projeto emergencial apoiado pelo Agroecology Fund, distribuiu 865 quilos de milheto, crotalária, mucuna e feijão de porco para famílias da região.

Cobertura de adubação verde em plantação de banana: contribui na fixação do nitrogênio, mantém a umidade e atrai inimigos naturais de pragas e doenças
22 de janeiro de 2025

É com certo otimismo que agricultoras e agricultores do Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia, na região de Torres e Litoral Norte Gaúcho, vêm acompanhando o crescimento da adubação verde nas hortas e pomares de suas propriedades. As sementes foram semeadas há cerca de dois meses, depois que o Centro Ecológico, por meio de um projeto emergencial apoiado pelo Agroecology Fund, distribuiu 865 quilos de milheto, crotalária, mucuna e feijão de porco para famílias da região.

Adubação verde é o cultivo de plantas com elevado potencial de produção de biomassa vegetal, capazes de reciclar  nutrientes nas camadas profundas do solo, tornando-o mais produtivo.

“O desenvolvimento da Crotalaria juncea se mostra espetacular, as plantas já passam de 1,50 metro de altura. Dessa forma conseguem cumprir  seu papel na produção de biomassa vegetal”, relata Joaquim Martins, do grupo Eco das Torres. No início de novembro, a família semeou nos pomares de banana e figo, um mix de espécies de adubação verde para cobertura do solo, evitando o desenvolvimento das plantas espontâneas nessa época de verão. Como são espécies que possuem uma semente muito pequena, Joaquim recomenda que a semeadura seja após um leve revolvimento do solo.

Na propriedade de Teresinha Spitznagel dos Santos do grupo Agrisap, em Santo Antônio da Patrulha, as plantas estão se desenvolvendo normalmente, apesar da falta de chuva na região. “Caíram algumas folhas, mas a princípio  ajuda bastante na conservação do solo. A gente estava com medo era de muita chuvarada quando seria melhor na questão de não carregar o solo”. A agricultora acredita que diante das condições climáticas deste janeiro de 2025 a adubação verde pode ajudar na descompactação do solo e mais tarde na formação de palhada.

 

Serra

Na Serra, famílias do Núcleo Serra Gaúcha da Rede Ecovida também receberam 860 quilos de sementes de adubação verde. Sandra Campagnolo, que teve a produção totalmente destruída pela chuva de maio e depois pela geada de junho, semeou milheto e guardou as crotalárias para mais tarde ajudar na produção de ervilhas. Ela já tem na adubação verde uma medida de prevenção aos extremos climáticos. “Todo ano eu semeio milheto pra enterrar ele no final do verão, pra fazer adubação verde pro inverno. E o que que acontece? Quando dá muita chuva, a enxurrada não leva tanto embora a terra porque tem bastante palha”, explica a agricultora de Ipê.

O método de Sandra consiste em deixar a planta crescer até meio metro de altura e depois incorporar na terra.  “Dá pra ver bastante o resultado onde se faz a adubação. A crotalária ainda não semeei, porque quero tentar fazer uma cobertura pra plantar ervilhas”.  Para o cultivo de ervilhas, Sandra conta que vai deixar a crotalária crescer até uma determinada altura e plantar as ervilhas no meio. “A crotalária não deixa subir inço,  então vou fazer esta experiência”.


Publicado em: Meio Ambiente






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