Em busca de conhecimento sobre a produção e o consumo de plantas alimentícias não convencionais (panc), agricultoras, técnicos e técnicas da região estiveram em São Lourenço do Sul nos dias 23, 24 e 25 de abril para participar do HortPanc. Em sua sétima edição, o Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais reuniu cerca de 400 pessoas das áreas de pesquisa, nutrição, saúde, universidades, gastronomia e empresas públicas ligadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“O encontro lá foi maravilhoso, muito bom, muita informação mesmo, muitos nutricionistas, chefs de cozinha, gente que já aprofundada no assunto”, descreveu Rosane Martins, do núcleo Três Passos da Associação dos Colonos Ecologistas da Região de Torres (Acert). Com os novos conhecimentos, a agricultora planeja aumentar o mix de produtos oferecido na Feira de Agricultores Ecologistas (FAE) em Porto Alegre.” Claro que não é tão novo na feira, mas é algo mais que a gente vai ter na banca”.
“Vai ser fonte de renda para os agricultores”, destacou Nara Martins da Rosa, do grupo Ecotorres do José. Conforme as palestras e discussões que a agricultora participou, num cenário de extremos climáticos, as panc resistem mais. “O clima, uma mudança atrás da outra”. Alguns meses atrás, Nara tinha uma visão bem diferente das panc: achava que era só extrativismo, ou que eram inços que estavam na horta incomodando. A partir do encontro, aprendeu que são plantas mais nutritivas.
Outro ponto observado pela agricultora, principalmente no trabalho dos chefs, é que a inclusão das panc na alimentação é gradativa e cuidadosa. “Tem que saber preparar, fazer pratos. Não é só comer só aquilo ali, é misturar no teu alimento do dia a dia e ir incluindo assim algumas coisinhas no teu dia a dia para ir acostumando”.
Momento de motivação
“É um momento legal, de motivação e de ver como a ponta das cozinhas, do mercado, está querendo panc”, destacou o técnico Cesar Volpato do Centro Ecológico. Como exemplo, ele citou a presença do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) de Porto Alegre. “Não sei se contei bem, mas eram cinco ou sete mulheres, nutricionistas, várias – e o objetivo é conhecer mais, porque eles estão querendo panc dentro do hospital.
Cesar também ressaltou que 70% ou até mais do público do HortPanc era formado por mulheres. “O que a gente vê localmente também. Quem tem um interesse, uma sensibilidade maior pelas panc são as mulheres”.