Aldeia indígena de Torres segue recuperando área degradada do bairro Campo Bonito

Aroeiras, ingazeiros, araçazeiros e outras árvores nativas da Mata Atlântica estão voltando a fazer parte da área no bairro Campo Bonito, em Torres, onde há 15 anos estão assentadas famílias Mbya Guarani

20 de setembro de 2023

Aroeiras, ingazeiros, araçazeiros e outras árvores nativas da Mata Atlântica estão voltando a fazer parte da área no bairro Campo Bonito, em Torres, onde há 15 anos estão assentadas famílias Mbya Guarani. Desde 2022, por meio do Projeto Reflorestamento, Viveirismo Comunitário e Agricultura Indígena em Aldeias Mbya Guarani do Território Litoral Norte do RS, milhares de mudas de espécies nativas foram plantadas na terra indígena Nhu Porã.  Recentemente, no dia 14 de setembro, pessoas da aldeia e técnicos plantaram mais 300 mudas de árvores nativas com objetivo de preencher o espaço daquelas que não conseguiram se estabelecer.

“Como de costume, os jovens tomaram a frente com entusiasmo e alegria, proporcionando um belo dia de plantio para o futuro!”, destacou Gabriel Meirelles do Centro Ecológico. O técnico relatou que, além do plantio, o mutirão executou outros manejos, como aplicação de pó de rocha, adubação com esterco e limpeza das mudas.

Guilherme Dal Sasso, da Associação de Estudos e Projetos com Povos Indígenas e Minoritários (Aepim) enfatizou o trabalho de recuperação empreendido pelos indígenas. “Desde que foram assentados, os guarani vêm gradualmente removendo espécies exóticas invasoras, como os pinus, eucaliptos e campos de capim braquiária, dando lugar à recuperação do ecossistema local”. No passado o local era uma fazenda, com pastagens, silvicultura e quase nada de mata nativa.

 

Compensação ambiental e projeto de reflorestamento

A área onde está localizada a aldeia Nhu Porã em Torres foi comprada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) como compensação ambiental pela duplicação do trecho entre Florianópolis e Osório da BR 101. As famílias que hoje moram nessas terras antes viviam acampadas às margens da estrada.

O Projeto Reflorestamento, Viveirismo Comunitário e Agricultura Indígena em Aldeias Mbya Guarani do Território Litoral Norte do RS foi executado pela Aepim junto à Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (Sema-RS) com assessoria técnica do Centro Ecológico. O Centro Ecológico, por sua vez, viabiliza as atividades de plantio, manejo do solo e outras nas aldeias com apoio do Fundo de Adaptação Climática, AFCIA, na sigla em inglês.


Publicado em: Meio Ambiente






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