Ambientalista torrense fez esculturas de tartaruga com bitucas de cigarro recolhidas junto a orla

Atitude de Paulo França (foto) - que repercutiu em Gaúcha ZH - foi um protesto pela morte de uma tartaruga (que tinha plásticos e bitucas de cigarro em seu estômago) e em prol da preservação dos ambientes marinhos.

Foto por Lauro Alves / Agência RBS
23 de janeiro de 2021

Um recente trabalho do ambientalista e artista plástico torrense Paulo França, de 54 anos, recebeu reconhecimento da imprensa estadual na última semana – sendo publicada em Gaúcha ZH – e chamou atenção para os malefícios das bitucas de cigarros que são irresponsavelmente jogadas no meio ambiente.

Algum tempo atrás, o artista presenciou o sofrimento de uma tartaruga-cabeçuda – que agonizava junto a orla de Torres. Ele até tentou ajudar o animal a retornar para a água, mas os esforços foram em vão, e a tartaruga acabou falecendo. Posteriormente, verificou-se que o animal tinha plástico e bitucas de cigarro em seu estômago.

Paulo França atordoou-se tanto com a situação que acabou fazendo, em protesto, uma inusitada escultura: usou centenas de baganas de cigarro recolhidas na praia para montar o contorno de uma tartaruga (com tamanho e dimensões parecidas com a que viu morrer), escultura que ficou exposta no gramado da Prainha, em Torres. Uma outra escultura foi feita com pedras, areia em formato de cruz e as bitucas jogadas no chão. Em tinta vermelha, no cordão da calçada, pintou ainda um apelo: “são milhares de bitucas, dos Molhes à Prainha, a cruz de toda vida marinha”.

A mensagem tem um objetivo, conforme declarou o próprio Paulo França em matéria do jornalista Tiago Boff para Gaúcha ZH (publicada no sábado, 16): “Se uma criança deixar de fumar com o meu protesto, já me sinto satisfeito. Pior que quem fuma, me xinga. Eu digo que pode fumar, só não joga no chão”

 

Sobre Paulo França

 

O artista Paulo ‘Preserve Torres’ França é o legítimo ‘torrense raiz’: natural de Torres e a muito tempo envolvido com a causa ambiental, nos últimos anos ficou reconhecido por suas intervenções artísticas – que vão desde grandes desenhos nas areias em prol da preservação ambiental até poesias em defesa da natureza em eventos públicos (estes antes do período de pandemia).

Em 2019, França lançou um livro de poemas, onde também expõe fotografias de outras manifestações. O avô dele foi uma das inspirações, e ele próprio já repassou o gosto pela natureza aos filhos — um biólogo e outro guarda-vidas. Parabéns por ser inspiração, Paulo França!

 


Publicado em: Meio Ambiente






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