Arroio do Sal entre cidades mais contaminadas por microplástico no país, aponta estudo de ONG

Estudo da 1ª Expedição Ondas Limpas na Estrada - realizada pela ONG Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP – analisou mais de 7 mil quilômetros da costa, percorrendo 201 municípios

Imagem de Arroio do Sal em 2023 (retirada de vídeo do Youtube - via CAV07)
24 de setembro de 2024

De acordo com estudo da 1ª Expedição Ondas Limpas na Estrada – realizada pela ONG Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP –  Arroio do Sal e Mariluz, ambas no Litoral Norte gaúcho, estão entre as localidades mais poluídas por microplásticos no Brasil.

O estudo foi divulgado no último dia 19 de setembro. Foram analisados mais de 7 mil quilômetros da costa, percorrendo 201 municípios. Foi feita uma divisão dos dados (mais especificamente) por praias e (mais genericamente) por cidades.

E os dados compilados apontaram que Arroio do Sal ocupa a quarta posição entre as cidades com maior densidade  em concentração de macrorresíduos, macroplásticos e microplásticos – registrando uma média de 43 partículas por metro quadrado. Arroio do Sal ainda foi citada como ‘particularmente notável’ pelo estudo por ter tido registrados 1 resíduo de apetrecho de pesca encontrado a cada metro quadrado. “Esses dados ressaltam a necessidade urgente de uma abordagem mais eficaz tanto na reciclagem de plásticos quanto na gestão e fiscalização dos resíduos provenientes da pesca, especialmente em áreas protegidas”.

Já na categoria praia, Mariluz (em Imbé), aparece em quinto lugar entre as mais contaminadas, com uma média de 51 partículas de microplástico por metro quadrado.

Apesar dos resultados que acende um sinal de alerta, vale destacar que a poluição por macrorresíduos, macroplásticos é referente a resíduos na areia, e não necessariamente influencia na balneabilidade da orla. Tanto que, em Arroio do Sal, as medições da última temporada não indicavam pontos impróprios para banho.

O estudo completo pode ser conferido pelo link  – https://seashepherd.org.br/files/relatorio_olne.pdf

 

Moradores da ‘praia mais poluída’ questionaram

A praia de Pântano do Sul, no sul de Florianópolis, foi identificada como a mais contaminada com microplásticos do país, segundo o estudo da ONG Sea Shepherd Brasil. Mas após ter sido divulgado na última quinta-feira (19), este estudo gerou repercussão na mídia e provocou certa indignação dos moradores desta praia da capital catarinense.

Segundo matéria do site TvBvOnline, o presidente da Associação de Moradores do Pântano do Sul (AMPSUL), Wagner Lima, expressou a frustração da comunidade em relação à maneira como o estudo foi interpretado. Ele acredita que as notícias resultantes da pesquisa são tendenciosas e prejudicam a imagem da praia.  “Quem lê apenas as manchetes pode pensar que o mar aqui é poluído, quando, na verdade, o problema foi encontrado na areia. Isso afasta os turistas e enfraquece a comunidade”, ressalta. A orla do Pântano do Sul é própria para banho de mar, conforme as últimas quatro análises do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de SC, elaboradas entre abril e maio deste ano.

 

 

Ranking das Cidades Mais Poluídas por resíduos plásticos:

Mongaguá (SP): 83 partículas por m²

Conceição da Barra (ES): 44 partículas por m²

Florianópolis (SC): 43 partículas por m²

Arroio do Sal (RS): 43 partículas por m²

Natal (RN): 39 partículas por m²

 

Ranking das Praias Mais Poluídas por resíduos plásticos:

Pântano do Sul, Florianópolis (SC): 144 partículas por m²

Praia do Centro, Mongaguá (SP): 83 partículas por m²

Praia do Rizzo, Florianópolis (SC): 78 partículas por m²

Praia do Botafogo, Rio de Janeiro (RJ): 55 partículas por m²

Praia de Mariluz, Imbé (RS): 51 partículas por m²


Publicado em: Meio Ambiente






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