A cidade de Torres, famosa por suas belezas naturais e potencial turístico, enfrenta um problema que – para a Associação Torrense de Proteção Animal (ATPA) – compromete a segurança pública e o bem-estar animal: o uso de carroças. “Esta prática retrógrada conflita diretamente com os princípios de bem-estar animal, submetendo os cavalos a abusos, trabalhos extenuantes e condições deploráveis. Infelizmente é permitida em Torres e até incentivada, através do programa ‘Carroceiro Legal’ “, destaca a diretoria da ATPA.
Segundo destaca a associação, a maioria dos tutores em Torres não possui recursos para manter adequadamente seus animais, arcar com despesas veterinárias, vacinas e vermífugos, além de prover pasto e o espaço necessário para um cavalo. “Como resultado, os animais são mantidos em terrenos baldios, expostos a negligência e maus-tratos, e às vezes acabam escapando, perambulando pelas ruas, revirando lixo em busca de alimento e provocando acidentes de trânsito”.
Abandono e acidentes de trânsito
Recentemente ocorreram alguns episódios envolvendo cavalos soltos em áreas urbanas, atendidos pela ATPA. Há poucos dias, somente após pressão do Ministério Público, a prefeitura resolveu recolher um cavalo caído que ficou sem atendimento veterinário por vários dias. Noutro caso, três cavalos soltos no bairro Igra Norte reviravam lixo, com um deles engolindo uma sacola plástica. Na lagoa do Violão frequentemente se vê um cavalo solto pastando. “É frustrante tentar buscar providências dos órgãos responsáveis, prefeitura e PATRAM, pois quando se consegue contato, invariavelmente a resposta é que não podem fazer nada”, lamentam voluntárias da mesma ATPA.
Acidentes de trânsito envolvendo carroças não são raros, como o episódio em que um cavalo colidiu com uma caminhonete e teve que ser sacrificado, devido aos ferimentos iniciais que foram agravados (segundo a ATPA, por uma queda que sofreu durante a remoção inadequada, feita com uma retroescavadeira pela prefeitura). E há poucos meses uma égua e seu filhote andaram soltos no centro da cidade por vários dias e – apesar dos pedidos de providências – a égua foi atropelada e morreu. O filhote ficou ao lado do corpo da mãe morta, até a remoção do cadáver. “Essas situações revelam o abandono dos animais e a inação das autoridades, que, por permitirem a tração animal, deveriam ser responsabilizadas quando os carroceiros não cumprem seu papel”.
Associação defende proibição de carroças
É preciso estudar o assunto e encontrar alternativas que não coloquem em risco a integridade dos animais e a segurança da população. Por isso tudo, a ATPA defende a proibição urgente do uso de carroças, que além de sujarem as ruas, estão associadas a maus-tratos, com cavalos submetidos a chicotadas e cargas excessivas, comprometendo sua saúde e bem-estar.
Segundo relata a associação (em nota encaminhada a imprensa), nas próximas semanas um projeto de lei sobre bem-estar animal deverá ser apreciado na Câmara de Vereadores. “Os vereadores e o prefeito são os representantes da comunidade e por isso têm o dever de corresponder aos interesses da população. É preciso uma análise minuciosa deste projeto e que sejam propostas soluções para problemas recorrentes, como o abandono de animais, acidentes e responsabilização dos tutores, visando mudanças urgentes para proteger os animais e garantir uma cidade limpa e segura para