Audiência pública apresenta resultados fiscais da prefeitura de Torres

Números mostram realizações até o 2º quadrimestre orçamentário do ano de 2020. Despesas com pessoal dentro do limite, e despesas com educação abaixo do limite constitucional até o momento

5 de outubro de 2020

Na tarde de terça-feira, dia 29 de setembro, aconteceu a Audiência Pública ordinária de apresentação do Relatório das Metas Fiscais do orçamento da prefeitura de Torres, referente ao segundo quadrimestre (maio a agosto) do ano de 2020. O encontro foi realizado na Câmara Municipal sob a coordenação da Comissão de Orçamento da Casa Legislativa torrense, presidida pelo vereador Carlos Monteiro, o Tubarão.

Como o ano possui três quadrimestres, a apresentação serve para que a comunidade receba informações oficiais sobre o recolhimento de tributos e taxas por parte da prefeitura, assim como sobre informações sobre os gastos feitos pela municipalidade destes valores recebidos (referentes a PARTE do ano fiscal). A audiência serve, ainda, para que a comunidade e pessoas interessadas questionem algum dado orçamentário por não estar dentro do enquadramento do quadrimestre (que equivale a um terço do orçamento anual total – que possui doze meses).

O relatório foi apresentado pelo Contador da prefeitura acompanhado da Secretária da Fazenda Clarisse Brovedan. Quase nenhuma pessoa de fora do serviço público marcou presença na Audiência Pública. A maioria dos vereadores compareceu, embora não seja obrigatória a presença dos representantes do poder legislativo no evento (realizado três vezes ao ano).

Receita total do quadrimestre chegou a 56% do previsto no ano

A Receita Orçamentária Consolidada total – que corresponde ao somatório das receitas correntes e de capital, excluída as deduções para o FUNDEB, tributárias e outras receitas – foi prevista na Lei de Orçamento para o exercício de 2020 no montante de R$ 218.199.972,16. A receita efetivada no período de janeiro a agosto de 2020 foi de R$ 123.233.677,36, tendo sido arrecadado, portanto 56,48% da meta anual nos primeiros dois terços do ano.

A Receita própria oriunda de Impostos, Taxas e Contribuição de Melhorias cobrados diretamente do contribuinte torrense (sem contar repasses federais ou estaduais) atingiu ao final do 2º quadrimestre o montante de R$ 48.833.049,35. O valor, confrontado com a previsão constante na programação financeira de R$ 63.251.748,71, representa uma realização de 77,20% da projeção estimada para o ano.

Já o IPTU (Imposto Predal e Territorial Urbano), principal imposto recolhimento dos locais, arrecadou 84,46% da projeção anual, ou seja, está previsto o ingresso de R$ 29.945.778,26 em todo o ano, quando foram arrecadados, líquidos, até o final do quadrimestre R$ 25.292.802,74.

Transferências Correntes (União e Estado) 

Nas transferências Correntes da União, o item mais significativo refere-se às transferências constitucionais do Fundo de Participação dos Municípios – FPM –, que realizou R$ 13.129.470,11 no período, correspondendo a 58,89% da projeção anual de R$ 22.293.479,60.

As transferências da União relativas à cota-parte do Fundo Especial do Petróleo realizaram R$ 226.361,52, correspondente a 61,82% do valor previsto para o exercício corrente de R$ 366.148,15.

A cota – parte do I P I – E X P O R T A Ç Ã O realizou R$ 99.473,75 correspondentes a 52,36% da projeção anual de R$ 189.966,27.

Por parte das transferências estaduais, o destaque fica para o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS. Foi arrecadado pelos cofres de Torres nos dois primeiros quadrimestres R$ 7.337.617,64, correspondentes a 57,55% da projeção anual da arrecadação de R$ 12.749.408,03.

A cota – parte do IPVA (50% do imposto de veículos automotores) foi de R$ 3.744.188,63 no trimestre, correspondentes a 89,55% da projeção para o exercício financeiro de R$ 4.180.936,00.

Despesas inferiores às receitas do período.  

Considerando todas as fontes de recursos previstas no Orçamento do município de Torres, a Despesa total liquidada no período de janeiro a agosto de 2020 apresentou uma execução no valor de R$ 104.580.589,53, sendo inferior à Receita Total realizada.

As Despesas liquidadas acumuladas até agosto de 2020 totalizaram R$ 104.580.589,53, valor equivalente a 47,93% da previsão para o ano – que é de R$ 218.199.972,16. O total das despesas correntes realizadas foi de R$ 98.183.825,32, correspondente a 65,14% da projeção anual de R$ 150.732.937,16. Em relação às despesas com investimentos, a projeção foi de R$ 42.557.985,80, apresentando até agora uma execução de despesas bem abaixo da projeção, no valor de R$ 3.447.641,71. “Essa situação se dá em razão das obras estarem vinculadas às transferências voluntárias e operações de crédito, ou seja, recursos oriundos de convênios e outros acordos, bem como os recursos próprios do Município – conforme explicado no relatório contábil da Prefeitura de Torres.

Despesas com Pessoal dentro dos limites da lei 

A Despesa de Pessoal total, calculada conforme metodologia adotada pelo Tribunal de Contas do Estado do RS, considerando os poderes executivo e legislativo, é o item mais significativo no conjunto das despesas fiscais. E em relação à Receita Corrente Líquida dos 12 últimos meses (ou seja, setembro de 2019 a agosto de 2020), o valor em Torres está abaixo do limite prudencial de 57% do orçamento, apresentando, respectivamente, gastos de 46,15% para o Executivo e de 1,59% para o Legislativo.

As despesas líquidas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), acumuladas no período, após os ajustes legais, totalizaram R$ 12.722.603,67. O valor corresponde a 17,85% da Receita de Impostos e Transferências registradas no orçamento de Torres. Observa-se, nesse caso, que o Município, nos oito primeiros meses do ano, não está atendendo o limite mínimo de 25% estabelecido pela Constituição Federal.

Os gastos líquidos com saúde atingiram ao final do segundo quadrimestre o montante de R$ 12.049.331,66, o que corresponde a 16,91% sobre a Receita Líquida de Impostos e Transferências. Observa-se, portanto, que o município, no exercício corrente, atendeu o limite mínimo de 15% estabelecido na Emenda Constitucional nº.  29/2000.

A Dívida Consolidada ao final do quadrimestre totalizou R$ 71.673.456,19, demonstrando um acréscimo de 0,26% em relação ao saldo anterior, no valor de 71.486.767,07.

 

 Resultado orçamentário (todas as fontes de recursos), incluindo o RPPS

 – 2º quadrimestre do ano de 2020

 

Receita Realizada Programada no Exercício Realizada no Período
(1) Receita Total 218.199.972,16 123.233.677,36

 

Despesa Empenhada Programada no Exercício Realizada no Período
Despesas Correntes 150.732.937,16 98.183.825,32
  Pessoal e Encargos Sociais 110.569.136,28 70.860.550,51
  Juros e Encargos da Dívida 890.000,00 577.657,59
  Outras Despesas Correntes 39.273.800,88 26.745.617,22
Despesas de Capital 52.939.477,17 6.396.764,21
  Investimentos 42.557.985,80 3.447.641,71
  Inversões Financeiras 1.855.012,09 0,00
  Amortização da Dívida 8.526.479,28 2.949.122,50
(2) Despesa Total 203.672.414,33 104.580.589,53
Resultado Orçamentário (1-2) 14.527.557,83 18.653.087,83

 

 


Publicado em: Política






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