Audiência pública mostrou que Prefeitura de Torres está dentro das metas fiscais no ano de 2018

O destaque ficou nos investimentos por conta do atraso nas transferências de verbas federais até o final do 2º quadrimestre

28 de setembro de 2018

Na última terça-feira, dia 25 de setembro, a Comissão de Orçamento da Câmara de Vereadores de Torres, presidida pelo vereador Carlos Monteiro, o Tubarão (MDB) realizou a obrigatória Audiência Pública onde são apresentadas as metas fiscais da Prefeitura. Obedecendo à legislação, desta feita a apresentação foi dos resultados do 2º quadrimestre do ano de 2018 (janeiro/agosto), resultados estes que devem ser projetados sobre as metas anuais, que equivalem a três quadrimestres (12 meses).

A Receita Orçamentária Consolidada total, que corresponde ao somatório das receitas correntes e de capital excluídas as deduções para o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), tributárias e outras receitas, foi prevista na Lei de Orçamento para o exercício de 2018 um montante de pouco mais que R$ 172 milhões. A receita efetivada no período de janeiro a agosto de 2018 (dois quadrimestres) foi de R$ 105.902.716,15, tendo sido arrecadado, portanto 61,47% da meta anual.

 

QUADRO 1 – DEMONSTRATIVO DA RECEITA PREVISTA E REALIZADA.

Discriminação Previsão Anual Realizada no Período
1 – Receitas Correntes 129.891.204,23 93.343.300,12
Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria 52.108.277,20 39.988.567,60
  Receita de Contribuições 6.506.915,68 4.837.741,06
  Receita Patrimonial 7.586.543,11 4.350.009,14
  Receita de Serviços 894.200,00 1.087.609,73
  Transferências Correntes 61.426.518,24 42.326.919,29
  Outras Receitas Correntes 1.368.750,00 752.453,30
7 – Receitas Correntes – Intra – Orçamentárias 14.599.241,00 11.333.052,66

 

Discriminação Previsão Anual Realizada no Período
2 – Receitas de Capital 27.794.327,67 1.226.363,37
Operações de Crédito Internas 5.272.640,09 0,00
   Alienação de Bens 50.000,00 5.737,93
   Amortização de Empréstimos 660.000,00 393.390,90
  Transferências de Capital 21.811.687,58 827.234,54
Outras Receitas de Capital 0,00 0,00
Total da Receita 172.284.772,90 105.902.716,15

Fonte: Contabilidade da Prefeitura Municipal de Torres.

 

Receitas oriundas da própria cidade

 

O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) arrecadou 74,46% da projeção anual. Isto quer dizer que está previsto o ingresso de R$ 27.782.600,00, tendo sido arrecadados, líquidos, até o final do 2º quadrimestre, a quantia de R$ 20.687.485,79. A arrecadação dessa receita tem relação direta com o valor venal dos imóveis, tendo sido impactada, de certa forma, positivamente pela atualização do cadastro imobiliário do Município.

O Imposto sobre Transações Imobiliárias (ITBI) arrecadou 91,32% da projeção anual. Ou seja: está previsto o ingresso de R$ 5.999.900,00, tendo sido arrecadados até o final do 2º quadrimestre (janeiro a agosto) quase tudo, R$ 5.479.223,20. Essa receita, além de relação direta com os valores venais dos imóveis, também depende do mercado imobiliário, cujas transações, de acordo com o número de guias de transmissão emitidas, representaram um acréscimo de 27,72% em relação à igual período do exercício anterior, que foi de R$ 4.290.030,65. Mais transações imobiliárias vêm sendo realizadas em Torres, portanto, nos dois primeiros quadrimestres de 2018.

Em relação ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), a arrecadação no período foi de R$ 4.447.713,32, o que representa 68,06% da projeção anual de R$ 6.534.600,00. Conforme a prefeitura, o desempenho dessa receita deve-se a implementação de uma política de combate à sonegação de impostos bem como a atualização da legislação municipal.

As taxas apresentaram o ingresso de R$ 6.361.400,90 contra uma projeção anual de R$ 7.000.200,00. Arrecadou-se, portanto, 90,87% do valor anual previsto para o exercício de 2018.

 

Receitas de repasses dos governos federal e estadual

 

No grupo das Transferências Correntes da União, o item mais significativo refere-se às transferências constitucionais do Fundo de Participação dos Municípios – FPM –, que realizou R$ 13.159.914,66 no período, correspondendo a 70,05% da projeção anual de R$ 18.786.687,20.

Nas transferências estaduais, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias que retornou para Torres após arrecadação do Estado nestes dois quadrimestres foi de R$ 6.581.064,01, correspondentes a 64,36%, da projeção anual da arrecadação de R$ 10.225.911,05.

A cota–parte do I P V A para Torres realizou R$ 3.528.990,94, correspondentes a 96,37% da projeção para o exercício financeiro (de R$ 3.661.995,33).

 

Análise das despesas

 

Considerando todas as fontes de recursos, a Despesa total liquidada no período de janeiro a agosto de 2018 apresentou uma execução no valor de R$ 84.255.099,84, sendo inferior à Receita Total realizada em Torres.

As Despesas liquidadas acumuladas do ano até agosto de 2018 totalizaram R$ 84.255.099,84, valor equivalente a 48,90% da previsão para o ano que é de R$ 172.284.772,90. O total das despesas correntes realizadas foi de R$ 80.875.445,80, correspondente a 65,10% da projeção anual de R$ 124.223.584,20.

 

QUADRO 2 – RESULTADO ORÇAMENTÁRIO (TODAS AS FONTES DE RECURSOS), INCLUÍNDO O RPPS.
Receita Realizada Programada no Exercício Realizada no Período
(1) Receita Total 172.284.772,90 105.902.716,15

 

Despesa Liquidada Programada no Exercício Realizada no Período
Despesas Correntes 124.223.584,20 80.875.445,80
  Pessoal e Encargos Sociais 89.767.387,10 53.637.482,01
  Juros e Encargos da Dívida 987.050,00 549.784,41
  Outras Despesas Correntes 33.469.147,10 26.688.179,38
Despesas de Capital 36.205.378,42 3.379.654,04
  Investimentos 30.842.336,33 765.625,46
  Inversões Financeiras 1.822.612,09 0,00
  Amortização da Dívida 3.540.430,00 2.614.028,58
(2) Despesa Total 160.428.962,62 84.255.099,84
Resultado Orçamentário (1-2) 11.855.810,28 21.647.616,31

 

O destaque que chama a atenção é em relação às despesas com investimentos. É que a projeção foi de R$ 30.842.336,33, e até agosto a execução foi de somente R$ 765.625,46 (pouco mais de 2% do total). Essa situação se dá em razão das obras estarem vinculadas às transferências voluntárias, ou seja, recursos oriundos de convênios e outros acordos, bem como os recursos próprios do Município. E os repasses não entraram no caixa da prefeitura até o final do 2º quadrimestre (final de agosto).

 

Despesa com Pessoal dentro do limite legal

 

A Despesa de Pessoal total calculada conforme metodologia adotada pelo Tribunal de Contas mostra a conta nos últimos dozes meses para controle do cumprimento da lei de Responsabilidade Fiscal. De janeiro a agosto de 2018, então, a conta está abaixo do limite prudencial de 57,00% em gastos com pessoal, apresentando, respectivamente, o limite de comprometimento de 46,05% para o Executivo e de 1,95% para o Legislativo – sempre relacionados (o índice) à receita do mesmo período de 12 meses.

Foram gastos R$ 53,6 milhões para pagamento de Pessoal e Encargos do Poder Executivo (prefeitura) e R$ 2,3 milhões para o Poder Legislativo (Câmara de Vereadores), totalizando em torno de R$ 56 milhões no período dos últimos 12 meses.

 

Educação também na meta

 

As despesas líquidas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e FUNDEB, acumuladas no período, após os ajustes legais, totalizaram R$ 12.468.691,70, o que corresponde a 19,90% da Receita de Impostos e Transferências. Observa-se, nesse caso, que o Município, no exercício corrente, atenderá o limite mínimo de 25% estabelecido pela Constituição Federal. Ou seja – terá de investir ao menos os outros 5,1% da Receita de Impostos e Transferências em educação no restante do ano.

Saúde tem investimento de 12,34% sobre a receita no quadrimestre

 

Os gastos líquidos com saúde atingiram o montante de R$ 7.730.804,86, o que corresponde a 12,34% sobre a Receita Líquida de Impostos e Transferências. Observa-se, portanto, que o município, no exercício corrente, atendeu o limite de 15% estabelecido na Emenda Constitucional nº.  29/2000.


Publicado em: Economia






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