Prestaram depoimento à polícia nesta segunda-feira (20) a sogra e o marido da mulher que está sendo investigada por envenenar a família durante uma confraternização na antevéspera de Natal, Deise Moura dos Anjos. O bolo envenenado deixou três mortas, e outras 3 pessoas chegaram a ser internadas. O caso aconteceu na cidade de Torres (RS).
O depoimento da sogra de Deise, Zeli dos Anjos, é o primeiro desde o episódio. A sogra – que foi a responsável por fazer o bolo (e é tratada pela Polícia Civil como principal alvo de Deise) – afirmou à polícia civil gaúcha ter a convicção de que a farinha que ela usou para fazer o bolo havia sido contaminada com arsênio pela nora, um mês antes do episódio. Além das três mortes, a polícia descobriu que, em setembro, o marido de Zeli também foi envenenado por arsênio e morreu.
Deise Moura dos Anjos é investigada até o momento por quatro homicídios e deve responder por pelo menos cinco tentativas de homicídios. A polícia e a perícia identificaram ainda nesta semana que o marido e o filho de Deise também consumiram arsênio, mas sobreviveram.
Mais detalhes sobre o depoimento do marido
Segundo divulgado no Jornal do Almoço (da RBS TV) nesta quarta-feira (22), o marido da suspeita disse à Polícia não acreditar que a esposa tenha tentado envenenar a família, indicando que, se fosse o caso, Deise teria como alvo apenas mãe (sogra de Deise). Diego ainda falou para a polícia sobre o suco de manga que ele e o filho tomaram, em dezembro (dias antes do caso do bolo), que poderia também estar envenenado. Diego disse que não desconfiou de nada no momento, e afirmou que Deise teria dito que suco teria sido adoçado com açúcar da enchente, que poderia ter causado a intoxicação alimentar.
Ainda conforme a matéria do Jornal do Almoço, Diego falou que seu relacionamento com a suspeita – mãe de seu filho – tinha altos e baixos, sendo que chegaram a se separar em alguns momentos. Diego disse que já havia pensado em pedir o divórcio, mas nunca verbalizou o pedido. Disse ainda que seu relacionamento com a mãe (Zeli) também era turbulento, mas que tanto ele quanto Deise teriam se aproximado mais de Zeli depois que o seu pai (sogro de Deise) morreu.
Nem o marido Diego nem a sogra Zeli são tratados como suspeitos. A investigação da polícia apura ainda as circunstâncias que levaram Deise a cometer os crimes. Segundo a investigação, os atos teriam sido em razão de um motivo fútil. Outros possíveis envenenamentos ainda podem ser investigados.
Deise Moura dos Anjos está presa temporariamente desde o dia 5 de janeiro, No Presídio Estadual Feminino de Torres. Conforme reportagem publicada pelo Correio do Povo – que entrou em contato com servidoras da instituição penal – Deise mantem a cela onde está “extremamente limpa e organizada”, mantém conduta educada e não questiona nenhuma regra do presídio.
Nota da defesa de Deise
“A defesa da acusada Deise, representada pelo escritório Cassyus Pontes Advocacia, vem se manifestar no sentido de que houve acesso aos laudos preliminares do IGP, quanto aos fatos ocorridos na Comarca de Torres, bem como o da exumação do corpo do Sr. Paulo Luiz dos Anjos.
Desta forma, já há contato com peritos criminais particulares para avaliação da documentação oficial e notícias veiculadas pelos meios midiáticos.
Entretanto, não há ainda a disponibilidade dos laudos referentes ao filho de Deise dos Anjos e seu companheiro, razão pela qual no momento não há judicialização das supostas novas vítimas.
Deise permanece recolhida com prisão temporária, a investigação segue, e conforme decisão judicial, ainda restam diligências a serem realizadas para a elucidação dos fatos no inquérito.
Cassyus Pontes Advocacia”
*Com informações de CBN, Correio do Povo e G1 RS
